Pular para o conteúdo principal

POR QUE A GERAÇÃO NASCIDA NOS ANOS 1950 NO BRASIL É CONSIDERADA "PERDIDA"?

CRIANÇA NASCIDA NOS ANOS 1950 SE INTROMETENDO NA CONVERSA DOS PAIS.

Lendo as notícias acerca do casal Bianca Rinaldi e Eduardo Menga, este com 70 anos, ou seja, nascido em 1954, e observando também os setentões com quem telefono no meu trabalho de telemarketing, meu atual emprego, fico refletindo sobre quem nasceu nos anos 1950 no Brasil.

Da parte dos bem de vida, o empresário Eduardo Menga havia sido, há 20 anos, um daqueles "coroas" que apareciam na revista Caras junto a esposas lindas e mais jovens, a exemplo de outros como Almir Ghiaroni, Malcolm Montgomery, Walter Mundell e Roberto Justus.

Eles eram os antigos "mauricinhos" dos anos 1970 que simbolizavam a "nata" dos que nasceram nos anos 1950 e que, nos tempos do "milagre brasileiro", eram instruídos a apenas correr atrás do "bom dinheiro", como a própria ditadura militar recomendava aos jovens da época: usar os estudos superiores apenas como meio de buscar um status profissional mais relevante e considerado "mais seguro".

Ao completarem 50 anos, esses homens tentaram brincar de "intelectuais", esbanjando pretensa sofisticação, imitando os intelectuais que se reuniram nos bares de Ipanema em 1958. Vejo o quanto a geração de Eduardo Menga foi vítima de seu próprio etarismo, querendo ser "adulta demais" e apelando para muito pedantismo, forçando a associação a uma cultura dos anos 1940-1950 da qual não conseguem compreender com profundidade. 

O pedantismo já vinha da infância, com as crianças se intrometendo nas conversas dos pais nos anos 1950, pré-adolescentes esnobando dos adolescentes um pouco mais velhos nas brincadeiras no começo dos anos 1960, adultos em formação se levando a sério demais e esnobando a Contracultura, profissionais "ainda mais sérios" esnobando a jovialidade lúdica dos anos 1980 e, aos 50 anos, um pedantismo calcado na ilusão de obter, de graça, uma bagagem vivencial de "70 anos em 50", pelo fácil contato com os mais velhos nos almoços, jantares e festas profissionais.

Posso dizer isso porque li entrevistas e livros deles e notei uma falta de conteúdo relevante, a sofisticação soava superficial e forçada. Eles eram a Geração Coca-Cola escondida numa garrafa vazia de Campari, querendo soar "adultos demais". Me causava constrangimento ver Ghiaroni querer parecer mais "maduro" diante de Jô Soares e Millôr Fernandes. Ghiaroni fingia "gostar muito" de jazz. Mas Millôr, mais velho, era fã da Legião Urbana.

Esses homens refinados hoje estão na casa dos 70 anos, tendo agora que ouvir Rock Brasil dos anos 1980 no rádio depois de se cansarem de tentar curtir as músicas orquestradas da geração dos seus pais - o jazz e a música erudita "ligeira" dos anos 1940 - , afinal hoje dificilmente as rádios de hoje tocam nomes como Bing Crosby e Mantovani. Eles podem não representar toda a geração nascida nos anos 1950, mas servem de recorte para entender por que os nascidos nesta década são a "geração perdida", ao menos no Brasil.

Em primeiro lugar, quem nasceu nos anos 1950 nasceu "no meio do caminho". Não viveu a primeira metade do século 20, era muito criança para entender a rebeldia do rock na sua primeira década, era muito careta para assimilar a Contracultura dos anos 1960 e, principalmente, o punk rock da década seguinte. Já se sentia "velha" para entender os anos 1980 e, quando entrou no século 21, já se sentia na "meia-idade".

No Brasil, quem nasceu nos anos 1950 não viu Getúlio morrer, mal conseguia conhecer nomes como Winston Churchill e Dwight Eisenhower nas folheadas das enciclopédias dos seus pais, e era muito nova para entender a relevância do jazz e da Bossa Nova. 

E, sendo uma geração "bem nascida" como a de Menga e companhia, tudo que conseguiram na vida foi uma boa carreira profissional, que com toda sua dedicação não lhes permitia entender o mundo em sua volta. Vamos combinar que ser empresário, médico ou publicitário não garante que possa também ser arqueólogo (para entender o passado), professor (para ensinar conceitos) e filósofo (para transmitir lições de vida), últimas "criancices" de quem vê os cabelos perderem as cores. Tal qual uma criança desejando ser artista, por exemplo. Paciência, os 50 anos são a "infância da velhice".

Essa geração, da parte dos "bem nascidos", tornou-se "perdida" porque é uma geração "sem época", se apegando a um passado que não vivenciou (anos 1940 ou mesmo a infância dos anos 1950 e 1960, vivida "superficialmente"), se ocupando numa puberdade de busca por uma profissão importante e altamente rentável nos anos 1970 e 1980, jogando o idealismo juvenil das faculdades no lixo, pois ensino superior era só para obter um diploma e arranjar um emprego de prestígio.

Se achando os "faróis" da geração, esses "bem nascidos", no entanto, se juntam a outros pares menos afortunados do seu tempo no que se diz à condição de "geração perdida", reputação triste mas realista e somente quebrada quando vemos gente envolvida com os movimentos da juventude e com o astral jovial dos anos 1980. Serginho Groisman e Lulu Santos são exemplos disso.

Dos nascidos nos anos 1950, foi mais feliz quem carregou a juventude no âmago de sua alma, dialogando com os mais jovens de igual para igual em vez de apenas se casarem com mulheres mais jovens e, depois, se refugiar nos bate-papos com os mais idosos.

Diante dessa triste condição de "geração sem época", pois os nascidos nos anos 1950, pelo menos no Brasil, dificilmente exerceram algum protagonismo sociocultural e político de grande envergadura, a situação piorou quando tentaram realizar, na faixa dos 60 anos, algum protagonismo político, como foi o tal golpe de 2016.

Se, lá nos EUA e Reino Unido, nem o protagonismo estudantil e empresarial do Vale do Silício ou o protagonismo cultural do punk rock conseguiram impedir os ventos reacionários que trouxeram Donald Trump e o Brexit, aqui no Brasil, a geração dos "coroas" casados com mulheres lindas e mais jovens, com sua pretensa sofisticação cultural, nos prometeu um novo Kubitschek mas nos ofereceu um Temer e um Bolsonaro.

Ver gente de 60, 65 anos surtando nas redes sociais, escrevendo o que não se deve e depois apagando após a má repercussão, é triste. Ver que, mesmo com as devidas variações que vão dos erros menores - como, por exemplo, abusar do uso de sapatos de couro pelos homens, machucando os pés e pondo risco à articulação física das pernas - a outros erros maiores, como os assédios sexuais, mostram o quanto a geração nascida nos anos 1950 mostrou o quanto se pode ser imaturo após os 60 anos.

A própria retomada reacionária de 2016 mostra a profunda superficialidade política daqueles que se vangloriavam em "conhecer o passado", como se pudessem ser capazes de nos brindar com um novo Franklin Roosevelt ou um novo Getúlio Vargas ou Juscelino Kubitschek. Se orgulhar em comparecer a eventos com orquestras sinfônicas mas não conseguirem ensinar seus filhos a ouvir MPB ou classic rock, pois mesmo os quarentões de hoje exibem algum referencial deteriorado no seu gosto musical.

E aí vemos um quadro insólito, que pude observar quando faço telemarketing: a geração dos 70 anos de hoje se "deixando quieta", mais aprendendo do que ensinando, agora se rendendo aos que são "um pouco" mais jovens, como a geração nascida nos anos 1970. Já ouvi senhora com 70 e tantos anos falando que o filho "manda" na vida dela, sério. E muitos cinquentões agora pagam as contas e decidem pelos pais de 70. Roberto Justus é empresariado por um ex-integrante do Dominó.

O ponto positivo é que hoje a geração nascida nos anos 1950 está começando a entender o mundo em volta. A vida toda foi em busca da prosperidade financeira, e agora é que essa geração está livre para tentar entender o mundo complexo em que vivemos. Se um Eduardo Menga da vida não quer fazer o ENEM, não tem problema: o dia a dia para ele já é um permanente ENEM, dentro do contexto da sua geração que, querendo tentar mudar o mundo em 2016, não só fez errado como deixou-se criar um vírus mortal, pois a Covid-19 foi um subproduto dessa retomada reacionária.

Daí que é mais cômodo e até confortável a geração os 70 anos aprender. Melhor um idoso começar a entender o mundo na velhice do que gastar suas exaustas energias mentais para ensinar o que não sabe. Se a geração nascida nos anos 1950 é "perdida", a oportunidade hoje é dela poder se encontrar, enquanto estiver viva, e talvez olhe para a frente em vez de olhar para trás em busca de um passado do qual viveram sem ter muita consciência e que hoje é uma realidade distante de suas memórias.

(TV Linhaça, em sua atual temporada, não tem edição hoje por falta de tempo para preparar novo vídeo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INFANTILIZAÇÃO E ADULTIZAÇÃO

A sociedade brasileira vive uma situação estranha, sob todos os aspectos. Temos uma elite infantilizada, com pessoas de 18 a 25 anos mostrando um forte semblante infantil, diferente do que eu via há cerca de 45 anos, quando via pessoas de 22 anos que me pareciam “plenamente adultas”. É um cenário em que a infantilizada sociedade woke brasileira, que chega a definir os inócuos e tolos sucessos “Ilariê” e “Xibom Bom Bom” cono canções de protesto e define como “Bob Dylan da Central” o Odair José, na verdade o “Pat Boone dos Jardins”, apostar num idoso doente de 80 anos para conduzir o futuro do Brasil. A denúncia recente do influenciador e humorista Felca sobre a adultização de menores do ídolo do brega-funk Hytalo Santos, que foi preso enquanto planejava fugir do Brasil, é apenas uma pequena parte de um contexto muito complexo de um colapso etário muito grande. Isso inclui até mesmo uma geração de empresários e profissionais liberais que, cerca de duas décadas atrás, viraram os queridões...

LUÍS INÁCIO SUPERSTAR

Não podemos estragar a brincadeira. Imagine, nós, submetidos aos fatos concretos e respirando o ar nem sempre agradável da realidade, termos que desmascarar o mundo de faz-de-conta do lulismo. A burguesia ilustrada fingindo ser pobre e Lula pelego fingindo governar pelos miseráveis. Nas redes sociais, o que vale é a fantasia, o mundo paralelo, o reino encantado do agradável, que ganha status de “verdade” se obtém lacração na Internet e reconhecimento pela mídia patronal. Lula tornou-se o queridinho das esquerdas festivas, atualmente denominadas woke , e de uma burguesia flexível em busca de tudo que lhe pareça “legal”, daí o rótulo “tudo de bom”. Mas o petista é visto com desconfiança pelas classes populares que, descontando os “pobres de novela”, não se sentem beneficiadas por um governo que dá pouco aos pobres, sem tirar muito dos ricos. A aparente “alta popularidade” de Lula só empolga a “boa” sociedade que domina as narrativas nas redes sociais. Lula só garante apoio a quem já está...

BRASIL QUER SER POTÊNCIA COM VIRALATISMO

A "CONQUISTA DO MUNDO" DO BRASIL COMO "POTÊNCIA" É APENAS EXPRESSÃO DE UMA ELITE QUE SE SENTE NO AUGE DO PODER, A BURGUESIA ILUSTRADA. A vitória de uma equipe de ginástica rítmica que se apresentou ao som da tenebrosa canção "Evidências", composição do bolsonarista José Augusto consagrada pela dupla canastrona Chitãozinho & Xororó, mostra o espírito do tempo de um Brasil que, um século depois, vive à sua maneira os "anos loucos" ( roaring twenties ) vividos pelos EUA nos anos 1920. É o contexto em que as redes sociais espalham o rumor de que o Brasil já se tornou "potência mundial" e se "encontra agora entre os países desenvolvidos", sinalizando a suposta decadência do império dos EUA. Essa narrativa, própria de um conto de fadas, já está iludindo muita gente boa e se compara ao mito da "nova classe média" do governo Dilma Rousseff. A histeria coletiva em torno do presidente Lula, que superestima o episódio do ta...

TEM BRASILEIRO INVESTINDO NO MITO MICHAEL JACKSON

Já prevenimos que o cantor Michael Jackson, que teria feito 67 anos ontem, virou um estranho fenômeno "em alta" no Brasil, como se tivesse sido "ressuscitado" em solo brasileiro. Na verdade, o finado ídolo pop virou um hype  tão sem imaginação que a lembrança do astro se dá somente a sucessos requentados, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller". Na verdade, essa reabilitação do Rei do Pop, válida somente em território brasileiro, onde o cantor é supervalorizado ao extremo, a ponto de inventar qualidades puramente fake  - como alegar que ele foi roqueiro, pesquisador cultural, ateu, ativista político etc - , é uma armação bem articulada tramada pela Faria Lima, sempre empenhada em ditar os valores culturais que temos que assimilar. De repente Michael Jackson começou a "aparecer" em tudo, não como um fantasma assombrando os cidadãos, mas como um personagem enfiado tendenciosamente em qualquer contexto, como numa estratégia de...

MICHAEL JACKSON: O “NOVO ÍDOLO” DA FARIA LIMA?

MICHAEL JACKSON EM SUA DERRADEIRA APARIÇÃO, EM 24 DE JUNHO DE 2009. O viralatismo cultural enrustido, aquele que ultrapassa os limites do noticiário político que carateriza o “jornalismo da OTAN” - corrente de compreensão político-cultural, fundamentada num “culturalismo sem cultura”, que contamina as esquerdas médias abduzidas pela mídia patronal - , tem desses milagres.  O que a Faria Lima planeja em seus escritórios em Pinheiros e Itaim Bibi (nada contra esses bairros, eu particularmente gosto deles em si, só não curto as ricas elites da grana farta) acaba, com uma logística publicitária engenhosa, fazendo valer não só nas areias do Recreio dos Bandeirantes, mas também nos redutos descolados de Recife, Fortaleza e até Macapá. Vide, por exemplo, a gíria “balada”, jargão de jovens ricos da Faria Lima para uma rodada de drogas alucinógenas. Pois a “novidade” trazida pelos farialimeiros que moldam o comportamento da sociedade brasileira através da burguesia ilustrada, é a “ressurrei...

MÚSICA BREGA-POPULARESCA É UM PRODUTO, UMA MERA MERCADORIA

PROPAGANDA ENGANOSA - EVENTO NO TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO EXPLORA A FALSA SOFISTICAÇÃO DO CONSTRANGEDOR SUCESSO "EVIDÊNCIAS", COM CHITÃOZINHO & XORORÓ. O Brasil tem o cacoete de gourmetizar modismos e tendências comerciais, como se fossem a oitava maravilha do mundo. Só mesmo em nosso país os produtores e empresários do entretenimento, quando conseguem entender a gramática de um fenômeno pop dos EUA e o reproduzem aqui - como, por exemplo, o Rouge como imitação das Spice Girls e o Maurício Manieri como um arremedo fraco de Rick Astley - , posam de “descobridores da roda”, num narcisismo risível mas preocupantemente arrogante. Daí que há um estigma de que nosso Brasil a música comercial se acha no luxo de se passar por “anti-comercial” usando como desculpa a memória afetiva do público. Mas não vamos nos iludir com essa mentira muito bem construída e muito bem apoiada nas redes sociais. Você ouve, por exemplo, o “pagode romântico”, e acha tudo lindo e amigável. Ouv...

LULA VIROU O CANDIDATO DA ELITE “LEGAL” QUE CONTROLA AS REDES

JOVENS DESPERDIÇANDO SEU DIREITO DE ESCOLHA APOSTANDO NA "DEMOCRACIA DE UM HOMEM SÓ" DE LULA. Um levantamento do Índice Datrix dos Presidenciáveis divulgou dados de agosto último, apontando a liderança do presidente Lula no engajamento das redes sociais. Lula teve um aumento de 55% em relação a julho e ocupa o primeiro lugar, com 24,39 pontos. Já Michelle Bolsonaro, um dos nomes da direita brasileira, cai 53%< estando com 18,80 pontos. Ciro Gomes foi um dos que mais cresceram, indo do sexto para o segundo lugar (verificar os pontos). Lula tornou-se o candidato predileto da “nação Instagram/Tik Tok”. Virou o político preferido da elite “legal” que domina as narrativas nas redes sociais. E isso acontece num contexto bastante complicado em que uma parcela abastada da sociedade aposta em Lula como fiador de um desejo insano de dominar o mundo. Vemos começar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de envolvimento em um plano de golpe junto a outros militares. E te...

A MIRAGEM DO PROTAGONISMO MUNDIAL BRASILEIRO

A BURGUESIA ILUSTRADA BRASILEIRA ACHA QUE JÁ CONQUISTOU O MUNDO. Podem anotar. Isso parece bastante impossível de ocorrer, mas toda a chance do Brasil virar protagonista mundial, e hoje o país tenta essa façanha testando a coadjuvância no antagonismo político a Donald Trump, será uma grande miragem. Sei que muita gente achará este aviso um “terrível absurdo”, me acusando de fazer fake news ou “ter falta de amor a Deus”, mas eu penso nos fatos. Não faço jornalismo Cinderela, não estou aqui para escrever coisas agradáveis. Jornalismo não é a arte de noticiar o desejado, mas o que está acontecendo. O Brasil não tem condições de virar um país desenvolvido. Conforme foi lembrado aqui, o nosso país passou por retrocessos socioculturais extremos durante seis décadas. Não serão os milagres dos investimentos, a prosperidade e a sustentabilidade na Economia que irão trazer uma cultura melhor e, num estalo, fazer nosso país ter padrões mais elevados do que os países escandinavos, por exemplo....

BEATITUDE VERGONHOSA… E ENVERGONHADA

A idolatria aos chamados “médiuns espíritas” - espécie de “sacerdotes” desse Catolicismo medieval redivivo que no Brasil tem o nome de Espiritismo - é um processo muito estranho. Uma beatitude rápida, de uns poucos minutos ou, se depender do caso, apenas um ou dois dias, manifesta nas redes sociais ou pelo impulso a algum evento da mídia empresarial, principalmente Globo e Folha, mas também refletindo em outros veículos amigos como Estadão, SBT, Band e Abril. Parece novela ruim esse culto à personalidade que blinda esses charlatães da fé dita “raciocinada” - uma ideia sem pé nem cabeça que pressupõe que dogmas religiosos teriam sido “avaliados, testados e aprovados” pela Ciência, por mais patéticos e sem lógica que esses dogmas sejam - , tamanho é o nível de fantasias e ilusões que cercam esses farsantes que exploram o sofrimento humano.  Os “médiuns” foram e são mil vezes mais traiçoeiros que os “bispos” neopentecostais, mas são absolvidos porque conseguem enganar todo mundo com u...

SOBRE A POLARIZAÇÃO ENTRE LULISTAS E BOLSONARISTAS

Sobre a polarização, tema a ser relembrado nas manifestações de hoje, Dia da Independência do Brasil, devemos refletir a respeito do lulismo. Os lulistas não admitem a hipótese de que Lula é o responsável pelo bolsonarismo. Em verdade, Lula não é mesmo, pelo menos por parte de seus propósitos, mas a atuação dele no poder, até em função da polarização que ele representa, acaba provocando a reação dos opositores mais radicais. Ou seja, Lula, estando no poder, sem querer acaba estimulando a reação bolsonarista. Lula não é extremista e seu esquerdismo, observando bem, é muito fraco e tão brando que não assusta a Faria Lima e nem representa rupturas com a ordem social vigente há pelo menos 50 anos. Mas, simbolicamente, Lula é um dos extremos na disputa por hegemonia no imaginário coletivo brasileiro, não podendo o presidente combater a polarização apostando num “Brasil de todos”, afinal ele é um dos polos dessa disputa, não uma força a existir fora da polarização. Isso é tão certo que, em t...