A recente foto do presidente Lula imitando os movimentos dos acrobatas que se exibiram num evento em Paris sugere um grande ato falho. Embora Lula tente fazer crer que estaria vigoroso e animado, o ato tem seu significado subliminar associado à decadência.
A foto registrada por um fotógrafo da Associated Press indica uma interpretação nada generosa para quem enxerga a imagem pela primeira vez. Alguns aspectos podem ser imaginados.
Primeiro, Lula parece cair e tentar conter a queda no chão. Segundo, um homem alto parece diante dele, supostamente em posição superior e olhando de lado. Terceiro, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, parece se aproximar do marido, em posição de quem estaria lhe prestando socorro. Quarto, Lula está apenas respirando fundo, mas a expressão facial sugere que o presidente brasileiro parece aflito.
Pode ser uma impressão, mas a foto é daqueles atos falhos que ocorrem para complicar ainda mais a situação do petista, que enfrenta uma queda de popularidade que tende a ser um caminho sem volta. E isso se dá por uma razão muito simples: Lula trocou o trabalho pela festa.
Nos dois primeiros anos do atual mandato, Lula preferiu viajar para o exterior, enfatizando a política externa, numa demonstração muito mal disfarçada de buscar a consagração pessoal. Para compensar a falta de ações urgentes para o país, Lula criou dois artifícios.
Em primeiro lugar, Lula lançou mão do relatorismo, anunciando supostas realizações do governo que já soavam mentirosas pelo caráter fantástico das mesmas. O chamado “Efeito Lula” anunciava hipotéticos “recordes históricos” em todo mês, que de tão fáceis, imediatos e fabulosos não eram difíceis de despertar desconfiança até nos mais otimistas. Tudo era especulativo, mas os relatórios eram defendidos com mãos de ferro pelos lulistas, como se fossem fatos verídicos.
Em segundo lugar, Lula apela para as opiniões, quando se demonstra incapaz de agir. Lula comentou sobre os alimentos caros, os juros altos e a privatização da Petrobras, e ainda disse defender o fim da escala 6x1 do trabalho, mas lavou as mãos entregando o assunto para o debate entre a raposa e a galinha, quer dizer, entre patrões e empregados.
No caso do "Efeito Lula", todavia, o povo da vida real não sentia esses “recordes históricos”. As grandes façanhas de Lula não enchiam as barrigas da população faminta nem preenchiam os armários e geladeiras vazios. Tudo parecia tão fantástico quanto um conto de fadas, mas os lulistas, com agressiva persistência, insistiam na pretensa veracidade dos feitos fabulosos do “Efeito Lula”.
O povo pobre da vida real, que é bem diferente da imagem limpinha e feliz do “pobre de novela”, se sentiu abandonado por Lula. E se sentiu traído, também. Ver Lula viajando demais para o exterior, deixando o país à deriva trouxe a sensação revoltante, entre os pobres, de que Lula não é o companheiro com que a população maos carente pode contar
O Lula de hoje não presta contas, não dá a mínima satisfação, não tem autocrítica nem sequer explica seus aros equivocados. O presidente brasileiro parece agir dominado por seus impulsos e visões pessoais, de tal forma que ele se comporta como aquele motorista que ultrapassa o sinal vermelho indiferente ao aviso luminoso do semáforo.
Isso faz com que Lula receba como troco a indiferença do ptivo pobre e a indignação dos movimentos sociais, como indígenas, camponeses, proletários e servidores e professores da rede pública. Estes também se sentem indiferentes ao apelo de Lula para apoiá-lo e se “informar” sobre as “realizações do governo” que, pelo jeito, a realidade desconhece.
Lula está falhando em vários programas sociais, não está realizando rupturas sequer com a precarização do trabalho, não tem dinheiro para investir em livros didáticos e também só compensa sua queda de popularidade com pequenas gratificações e aberturas de créditos, que somente reduzem os custos, mas ainda cobram um bom dinheiro e muita burocracia.
Com isso, o atual mandato de Lula está vendo a proximidade da “meia-noite” eleitoral, depois do grande “baile de Cinderela funk” de 2023-2024. A “democracia de um homem só” pode se deixar a perder ou, na melhor das hipóteses, se renovar com um placar apertado de votos. E isso se Lula não decidir fraudar as urnas eletrônicas.
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