O PREFEITO DO RIO DE JANEIRO, EDUARDO PAES, E O PRESIDENTE LULA - MARCADOS PELA CONCENTRAÇÃO DO PODER E DECISÕES, MESMO SOB O VERNIZ DA "DEMOCRACIA PLENA".
O texto que se vai ler pode irritar o negacionista factual, que no seu mundinho de palavras prontas e ideias aparentes e traumatizado pela onda conflituosa de fake news que varreu o Brasil, irá pedir para que seus amiguinhos e algumas centenas de seguidores boicotassem esta postagem, por achá-la "mentirosa" ao desafiar as narrativas oficiais que predominam as redes sociais.
Mas esta postagem que mostraremos segue uma análise cautelosa e objetiva, embora provocadora por atribuir o tipo de governo do atual mandato de Lula e, da mesma forma, dos prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Niterói, Rodrigo Neves, como "ditaduras", algo que, à primeira vista, soa "um grande e delirante absurdo".
Mas o termo "ditadura" aqui escapa do aparato de um governo autocrático marcado pelo aparelho militar atuante e coercitivo, pois se tratam de "ditaduras" não-coercitivas, mas marcadas pela decisão e poder monopolizados nas mentes de seus governantes, que geralmente administram à revelia das necessidades reais da população e mais identificados com os interesses das classes dominantes e de demandas meramente imediatistas.
Essas demandas imediatistas incluem geralmente medidas que chamam mais atenção do que medidas que beneficiam as classes populares. Como fazer praças e parques, em vez de dar moradias para favelados ou sem-teto. As mencionadas autoridades são conhecidas por esta postura, na qual o turismo e, no caso de Lula, e a política externa, são mais importantes do que investir em Educação, Saúde, moradia e salários melhores.
Lula e os prefeitos Paes e Neves parecem governar ignorando completamente a população. Não ouvem o povo e apenas supõem, no seu etnocêntrico juízo de valor, o que o povo "quer", hipoteticamente falando. O "povo pobre" é apenas uma ficção nas mentes dessas autoridades, que em certas circunstâncias só recorrem às classes populares de maneira paternalista e paliativa, sem trazer grandes benefícios e indiferentes aos apelos populares, só quando estes se tornam uma pressão difícil de conter.
Lula demonstrou esse perfil na medida em que se julga a "única personificação possível da democracia". É uma "democracia" na qual só um governante decide e no qual o povo, como num parque de diversões, é apenas convidado para festejar, consumir e se divertir, enquanto o governante, em tese, decide sozinho aquilo que, em tese, "o povo quer".
Com um norral (know how) político mais próximo de um Michel Temer, Eduardo Paes segue essa mesma lógica de "gerente de parque de diversões", com um carisma muitíssimo menor do que Lula, mas sempre priorizando uma elite abastada de "bacanas" que é a burguesia ilustrada.
Esse modelo de "ditadura" é considerado indolor, e é marcado pela autocracia. Os governantes, como todo ditador, praticamente decidem por qualquer medida, individualmente, raramente ouvindo os outros e dificilmente recuando de suas decisões, por mais equivocadas que sejam. O caráter "ditador" se dá porque essas autoridades governam com seus umbigos, como se somente esses governantes achassem os únicos detentores de uma visão político-administrativa adequada, perfeita e quase imutável.
A "democracia" defendida por esses políticos apenas traz o aparato de governos supostamente marcados pela tolerância e pela liberdade. Só que essa "liberdade" é meramente recreativa: estímulo ao consumo e ao entretenimento que não diferem muito dos tempos do "milagre brasileiro", a não ser a ausência de repressão física e de censura formal.
Desde que a população se sinta num parque de diversões, a fachada de "democracia" é mantida com o povo se divertindo alegremente e preocupada apenas em comprar e atender a seus prazeres imediatistas e politicamente inofensivos. A "qualidade de vida", portanto, apenas se limita a atendimentos formais como uma normalidade institucional e legal e garantias como saneamento básico, energia elétrica e outras medidas que se tornam obrigatórias para o poder público.
Mesmo quando uma considerável parcela de ações políticas coincida com os interesses populares, elas têm seu caráter autoritário por ser consequência das visões pessoais e das decisões em grande parte arbitrárias e autoritárias e, às vezes, tendenciosas ou oportunistas, de seus governantes.
No entanto, a ação decisiva monopolizada pelas autoridades políticas, indiferentes aos apelos da população mesmo quando, de maneira tendenciosa, lançam canais de "consulta popular" na Internet ou nos formulários a serem enviados para urnas, pode ser definida como um tipo de "ditadura", indolor e aparentemente não-violenta, mas sempre voltada às demandas das classes dominantes e preocupada em transformar o país ou uma cidade em meros paraísos de consumo e entretenimento, pouco importando o verdadeiro desenvolvimento social e a real redução das desigualdades.
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