A BURGUESIA QUE FOI BENEFICIADA PELO "MILAGRE BRASILEIRO" ESTÁ EM GRANDE PARTE APOIANDO, HOJE, O ATUAL MANDATO E A REELEIÇÃO DE LULA.
O que poucos querem admitir é que o presidente Lula mudou para pior. Seu terceiro mandato se foca na política externa e nos discursos pela consagração pessoal do petista, que prefere promover a glorificação de si mesmo do que resolver os problemas do Brasil, só agindo quando pressionado pelas circunstâncias.
A atuação de Lula na COP30 era para ser o auge de sua consagração internacional, mas tornou-se o começo de seu desgaste mais sério. Assim como a arrogância de Lula em dizer que “vai ganhar a eleição de 2026”. Isso não é próprio da conduta de quem quer ser visto como democrata.
Lula se repete em sua propaganda persistente. Tanto que ele se comporta como o cachorro que, querendo fugir da carrocinha, corre atrás do próprio rabo. Ou seja, Lula recorre a táticas que deram errado, já não conseguindo contornar sua crise.
Por sorte as supostas pesquisas de opinião ajudam o petista, criando uma ilusão de uma alta popularidade que não corresponde à realidade. Aqui “embaixo” Lula perdeu popularidade em 2023, quando preferiu a festa do que a reconstrução de verdade. É algo que o “Brasil” do Instagram e do Tik Tok luta com todas as forças para esconder.
A revolta das tribos indígenas durante a COP30 mostra o quanto Lula desprezou as pautas sociais, só recorrendo, depois de pressionado, a criar um fundo de assistência aos povos indígenas. Lula parece um boneco de corda que só age quando é cobrado. Se ninguém cobra, Lula se resume a fazer discursos, assinar documentos e anúncios de medidas e depois festejar ao lado da burguesia “democrática”.
Lula representa a velha ordem brasileira em sua versão pós-1974. Sua base maior de apoio está nas elites que foram beneficiadas pelo “milagre brasileiro”. Pode ser estranho e isso não faz parte da narrativa oficial, mas os fatos demonstram que Lula, hoje, tem mais o apoio da burguesia ilustrada do que das classes populares. Paciência, a verdade não é um patrimônio privativo do presidente Lula.
A burguesia que apoia Lula é a que domina as narrativas das redes sociais. O pensador Vladimir Safatle lembrou bem do poder de nove famílias midiáticas no Brasil e quatro famílias midiáticas das chamadas big techs. Portanto, a visão do lulismo, atualmente, não tem a ver com chão de fábrica nem com áreas indígenas, pequenas propriedades agrícolas e muito menos com calçadas onde vivem os sem-teto e as favelas da vida real onde Thanatos, e não Eros ou Baco, reina com mãos de ferro.
E aí vemos o quanto Lula se desgasta entre aqueles que, em tese, seriam seus maiores apoiadores: os pobres da vida real, os camponeses, os proletários e os nordestinos. Os excluídos não têm paciência de esperarem Lula viajar o tempo inteiro para conquistar o que desejam. Procrastinar só é considerada sabedoria para quem está bem de vida e pode deixar para depois a ajuda ao próximo. Afinal, não é a burguesia ilustrada que passa fome.
Por isso Lula demonstra que seu terceiro mandato é o mais medíocre de todos. Falar não é fazer e opinar não é agir e, por isso, Lula tem que perceber que o universo não gira em torno de sua pessoa. Se ele pensa mais nele do que nos brasileiros, então não está pensando mais nos brasileiros. Caso contrário, teria deixado a política externa para depois e priorizado as pautas sociais internas.
Só mesmo a velha ordem social, que apoiou a ditadura militar mas hoje se repaginou por um “esquerdismo de resultados”, que está feliz com Lula. Para essa classe, tanto faz Lula fazer do seu terceiro mandato um trampolim para o quarto e deixar as pautas mais urgentes para última hora. Bem de vida, essa classe pregere o espetáculo à gestão e, portanto, dorme tranquila diante da “democracia de um homem só” que querem renovar em 2026.
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