A onda de pesquisismo expressa pelo disparo de supostas pesquisas de opinião mostra o quanto é estranha a “democracia de um homem só” de Lula. Desde o começo do terceiro mandato, é feita a mesma ladainha de Lula “ganhar em todos os cenários”, algo que vai contra a verdadeira democracia e, portanto, é difundida com gosto pela mídia patronal.
Tudo soa hipnótico. Sucessivos levantamentos mostram Lula “imbatível”, manipulando as mentes das pessoas que, ao modo do voto de cabresto da República Velha, já possuem um candidato pré-determinado pelo sistema. Ou seja, o direito de escolha foi cancelado, o sistema já escolheu quem o povo deveria votar.
Não é por ser carismático que Lula tem que passar por cima da concorrência eleitoral. Na competição ele é mais um entre outros. Ele na prática acaba não sendo competitivo, porque ele renega a competição logo de cara. Ele já diz que “vai ganhar a eleição” e se sustenta pelo próprio mito, sem oferecer um programa de governo.
Observando bem, com objetividade, o terceiro mandato de Lula foi o governo do improviso, pois não se vou a implantação de um programa de governo, que é bússola obrigatória para todo governante. Lula se limitou a discursar, viajar, opinar e assinar documentos. Mas não se viu um empenho técnico, como deveria ser o de um governante decente e realmente preocupado com o Brasil.
O que se viu foi um governo medíocre, bem mais próximo de um espetáculo midiático do que de uma gestão minimamente séria. Lula soa como um popstar da política, a promover o culto à personalidade e, querendo falar demais, comete gafes vergonhosas. Aquele comentário sobre o “pum na varanda” foi uma verdadeira diarreia das palavras.
Quanto ao monopólio de Lula nas ofertas do campo democrático, isso não é democracia. Afinal, é a imposição prévia de um candidato, o que sabota o jogo democrático de qualquer forma, fosse qual fosse a simbologia de Lula. Isso acaba se tornando uma trapaça e, quando se constata isso, não se está passando pano nas candidaturas de direita, mas lembrando das obrigações democráticas de enfrentar a concorrência, em vez de derrubá-las antes da hora.
A burguesia está fazendo de tudo para reeleger Lula, porque o petista está favorecendo a alta sociedade e a elite do bom atraso. Esqueçam as falsas tretas de Lula com a Faria Lima e o suposto desprezo do presidente com a classe média abastada. São essas classes a maior prioridade atual de Lula e os fatos existem para desafiar estereótipos. Se fosse mesmo o povo pobre a prioridade de Lula, não haveria essa facilidade toda e a própria mídia empresarial já teria escolhido outro candidato como favorito.
Devemos também dar fim à paranoia de achar que tudo que não for Lula é fascismo. Isso é um delírio dos mais doentios. Devemos deixar o pesquisismo de lado, deixarmos de bancar as marionetes dos institutos de pesquisa e votar conforme nossa consciência, saindo da zona de conforto do voto da moda. Caso contrário, seremos meros cabrestos a votar em um pelego.
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