PARA O PROCURADOR OSCAR COSTA FILHO, DEFINIR O ATUAL CENÁRIO POLÍTICO COMO GOLPE É "IMPEDIR OUTRAS NARRATIVAS".
A sociedade conservadora que retomou o poder em 2016 não mostrou até agora uma agenda positiva.
Não mostrou um candidato político consistente e preferiu defender a prisão de Lula do que em desenvolver um candidato que pudesse enfrentar o petista nas urnas.
Os brasileiros conservadores até agora só mostraram pontos negativos e querem que as esquerdas apontem algo positivo nas direitas.
Um exemplo disso é sobre a disciplina "Tópicos Especiais IV - O golpe de 16 e o futuro da Democracia no Brasil", do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará (UFC).
O Ministério Público Federal, na pessoa do procurador Oscar Costa Filho, pediu para que a UFC mudasse o nome da disciplina.
Oscar apresentou alguns argumentos para tentar explicar por que acusou a UFC de, através do título "golpe de 2016", de "impor uma narrativa específica":
"As instituições públicas não podem ser reduzidas a associações, a sindicatos e a entidades político-partidárias".
"A institucionalidade não exclui e, quando você faz uma escolha por uma narrativa específica, você está fazendo também uma exclusão da possibilidade de outras narrativas"
"(...)"esse ato administrativo não tem validade perante o Direito e torna passível ser decretada sua nulidade perante o Poder Judiciário".
Isso significa que, no raciocínio de Oscar Costa Filho, "não houve golpe político" e o país continua respirando a "normalidade democrática".
Mas Oscar não explicou realmente o que queria e o que ele poderia sugerir como denominação do curso.
Ele também não explicou por que o Brasil "não está vivendo" um golpe político.
Aliás, a parte do Brasil que tirou Dilma Rousseff do poder e prendeu Lula não conseguiu sequer dizer o que veio e o que realmente quer na vida.
Qual o político que eles gostariam realmente de ver governando o país?
Quais as mudanças sociais que podem ser debatidas em sala de aula, já que elas bem ou mal conseguem chegar às telas da "imparcial" Rede Globo?
Que medidas econômicas devem ser feitas para realmente melhorar os salários dos trabalhadores?
É fácil tirar Dilma do poder, prender Lula e desfazer o patrimônio brasileiro.
Mas devemos nos lembrar que os salários exorbitantes não vêm de políticos, mas de empresários que lucram menos com produtividade e mais com especulação, os chamados "rentistas".
Ou então o mercado financeiro, o próprio Poder Judiciário - como no caso dos salários e encargos dos juízes da Operação Lava Jato - , e muitas celebridades ultrabadaladas.
As elites não podem acumular fortunas sem limites. E não podem arrumar desculpas para esse acúmulo, como a tão surrada "meritocracia".
É constrangedor que patrões não meçam escrúpulos para reduzir salários e encargos dos trabalhadores.
Afinal, o desemprego faz aumentar o número de assaltos e o que o patronato deixa de gastar pela mão-de-obra acaba gastando mais com segurança.
O policiamento municipal também é oneroso, e eu mesmo fui, com meu pai, para uma reunião de moradores para discutir segurança em Niterói.
O chefe de polícia que estava lá disse que não há muito policial na cidade e há um esforço de priorizar espaços onde a insegurança é maior.
Não há viatura policial nem guardas para todo mundo.
Da mesma forma, segurança particular e aparelhagem de segurança custam caro e nem sempre são eficazes.
E isso mostra o quanto a sociedade conservadora, de centro-direita, está perdida.
É fácil para ela desejar a prisão de Lula, por exemplo.
Tida como "esclarecida", ela não mostra sua opção para a Presidência da República.
E comete a estupidez de defender a horrenda reforma trabalhista porque os patrões querem pagar menos salários e encargos.
Mas, para se proteger dos assaltos, acabam gastando muito mais do que o que temiam gastar com mão-de-obra.
Se os patrões mantivessem salários justos, encargos trabalhistas e contratassem mais trabalhadores em vez de demitirem, uma significativa parte dos assaltos teria sido evitada.
O que é pagar R$ 3.750 no mínimo, somando a isso outros encargos ou ajudas de custos, diante do custo de se investir em segurança para se prevenir contra assaltos?
As elites precisam saber o que querem e o que realmente desejam para o Brasil, se é que elas realmente se acham com a razão.
Falta a essa sociedade que "reconquistou o país" em 2016 os ideais, os argumentos e a prudência para sustentarem seus propósitos.
Mas, pelo menos, se elas querem tanto se achar certas, que apresentem argumentos um pouco mais convincentes. Se acham que ainda vivemos numa democracia, mostrem-nos provas a respeito.
A sociedade conservadora que retomou o poder em 2016 não mostrou até agora uma agenda positiva.
Não mostrou um candidato político consistente e preferiu defender a prisão de Lula do que em desenvolver um candidato que pudesse enfrentar o petista nas urnas.
Os brasileiros conservadores até agora só mostraram pontos negativos e querem que as esquerdas apontem algo positivo nas direitas.
Um exemplo disso é sobre a disciplina "Tópicos Especiais IV - O golpe de 16 e o futuro da Democracia no Brasil", do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará (UFC).
O Ministério Público Federal, na pessoa do procurador Oscar Costa Filho, pediu para que a UFC mudasse o nome da disciplina.
Oscar apresentou alguns argumentos para tentar explicar por que acusou a UFC de, através do título "golpe de 2016", de "impor uma narrativa específica":
"As instituições públicas não podem ser reduzidas a associações, a sindicatos e a entidades político-partidárias".
"A institucionalidade não exclui e, quando você faz uma escolha por uma narrativa específica, você está fazendo também uma exclusão da possibilidade de outras narrativas"
"(...)"esse ato administrativo não tem validade perante o Direito e torna passível ser decretada sua nulidade perante o Poder Judiciário".
Isso significa que, no raciocínio de Oscar Costa Filho, "não houve golpe político" e o país continua respirando a "normalidade democrática".
Mas Oscar não explicou realmente o que queria e o que ele poderia sugerir como denominação do curso.
Ele também não explicou por que o Brasil "não está vivendo" um golpe político.
Aliás, a parte do Brasil que tirou Dilma Rousseff do poder e prendeu Lula não conseguiu sequer dizer o que veio e o que realmente quer na vida.
Qual o político que eles gostariam realmente de ver governando o país?
Quais as mudanças sociais que podem ser debatidas em sala de aula, já que elas bem ou mal conseguem chegar às telas da "imparcial" Rede Globo?
Que medidas econômicas devem ser feitas para realmente melhorar os salários dos trabalhadores?
É fácil tirar Dilma do poder, prender Lula e desfazer o patrimônio brasileiro.
Mas devemos nos lembrar que os salários exorbitantes não vêm de políticos, mas de empresários que lucram menos com produtividade e mais com especulação, os chamados "rentistas".
Ou então o mercado financeiro, o próprio Poder Judiciário - como no caso dos salários e encargos dos juízes da Operação Lava Jato - , e muitas celebridades ultrabadaladas.
As elites não podem acumular fortunas sem limites. E não podem arrumar desculpas para esse acúmulo, como a tão surrada "meritocracia".
É constrangedor que patrões não meçam escrúpulos para reduzir salários e encargos dos trabalhadores.
Afinal, o desemprego faz aumentar o número de assaltos e o que o patronato deixa de gastar pela mão-de-obra acaba gastando mais com segurança.
O policiamento municipal também é oneroso, e eu mesmo fui, com meu pai, para uma reunião de moradores para discutir segurança em Niterói.
O chefe de polícia que estava lá disse que não há muito policial na cidade e há um esforço de priorizar espaços onde a insegurança é maior.
Não há viatura policial nem guardas para todo mundo.
Da mesma forma, segurança particular e aparelhagem de segurança custam caro e nem sempre são eficazes.
E isso mostra o quanto a sociedade conservadora, de centro-direita, está perdida.
É fácil para ela desejar a prisão de Lula, por exemplo.
Tida como "esclarecida", ela não mostra sua opção para a Presidência da República.
E comete a estupidez de defender a horrenda reforma trabalhista porque os patrões querem pagar menos salários e encargos.
Mas, para se proteger dos assaltos, acabam gastando muito mais do que o que temiam gastar com mão-de-obra.
Se os patrões mantivessem salários justos, encargos trabalhistas e contratassem mais trabalhadores em vez de demitirem, uma significativa parte dos assaltos teria sido evitada.
O que é pagar R$ 3.750 no mínimo, somando a isso outros encargos ou ajudas de custos, diante do custo de se investir em segurança para se prevenir contra assaltos?
As elites precisam saber o que querem e o que realmente desejam para o Brasil, se é que elas realmente se acham com a razão.
Falta a essa sociedade que "reconquistou o país" em 2016 os ideais, os argumentos e a prudência para sustentarem seus propósitos.
Mas, pelo menos, se elas querem tanto se achar certas, que apresentem argumentos um pouco mais convincentes. Se acham que ainda vivemos numa democracia, mostrem-nos provas a respeito.
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