Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo resolveu fazer um protesto inusitado contra a prisão do ex-presidente Lula.
Eles invadiram o triplex do Guarujá, posto a leilão pelo juiz Sérgio Moro e atribuído, oficialmente mas de maneira discutível, ao ex-presidente Lula.
A invasão ocorreu nove dias após a prisão, que reafirmou o golpe político iniciado há dois anos.
O líder do MTST e potencial presidenciável pelo PSOL, Guilherme Boulos, afirmou sobre a ação:
- É uma denúncia da farsa judicial que levou Lula à prisão. Se o triplex é dele, então o povo está autorizado a ficar lá. Se não é, precisam explicar por que ele está preso.
A ação é apoiada pelos movimentos de esquerda que ensaiaram resistência ao lado de Lula em São Bernardo do Campo, atrasando o cumprimento do mandado de prisão em um dia.
A ocupação dos movimentos sociais é, portanto, um aviso à Justiça, para que fossem esclarecidos os critérios de propriedade do imóvel e da condenação a Lula.
A princípio, o juiz Sérgio Moro e outros envolvidos na Operação Lava Jato não reagiram à ocupação.
Os critérios usados para atribuir a propriedade a Lula são duvidosos. Não há uma escritura autêntica que comprovasse essa propriedade.
A falecida ex-primeira-dama, Marisa Letícia Lula da Silva, havia recusado a adquirir o imóvel, depois de algumas visitas.
Por outro lado, constatou-se que a propriedade do imóvel continuava sendo da empreiteira OAS.
Moro, sabendo disso, decidiu, como manobra, leiloar o imóvel, enquanto preparava a decisão de mandar prender Lula.
A ocupação começou às oito e meia da manhã. Faixas de solidariedade à Lula e contra sua prisão foram colocadas no alto do edifício.
Os manifestantes entoaram refrões como: "O Povo sem Medo chegou", "Pisa ligeiro, pisa ligeiro, se não pode com a formiga, não pisa no formigueiro" e "Aha-uhu, o que é de Lula, é nosso!".
A ocupação também ganhou destaque nas mídias sociais, com palavras-chave como "Guarujá" entre os trend topics do Twitter.
A ação durou duas horas e quinze minutos. O apartamento 164, atribuído a Lula, havia sido trancado por um pedaço de madeira.
Um representante do condomínio veio ao local e, mais tarde, uma equipe da Polícia Militar chegou para desfazer o protesto.
Com a negociação entre advogados e a PM, os manifestantes deixaram o local descendo a escadaria do edifício. A polícia abriu inquérito para apurar a manifestação.
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