O que anda a Educação hoje em dia, com a tirania de grupos de jovens fascistas ameaçando professores.
Um fato ocorreu na Escola Estadual de Ensino Médio Otávio Terceiro de Farias durante aula de História, Filosofia e Sociologia na última terça-feira (10), ministrada por Euclides de Agrela, na cidade de Fortaleza, no Ceará.
Foi uma discussão entre o professor Euclides e um aluno que estava sentado no fundo da sala.
O professor estava descrevendo fatos históricos referentes à restrição das liberdades democráticas.
Citando os exemplos fascistas de Adolf Hitler e Benito Mussolini, o professor os comparou ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
O aluno, então, resolveu, com muita arrogância, chamar o professor de burro e dizer que o docente estava "mentindo" e "enganando a sala de aula".
O aluno então disse que Hitler e Mussolini eram "comunistas" e declarou ser apoiador de Bolsonaro. O aluno, segundo outros professores entrevistados pela reportagem do UOL, era discreto e não costumava participar de debates em aula.
O professor Euclides logo questionou, perguntando ao aluno: "De que livro você tirou isso?"
"Não importa", disse o aluno, irritado, iniciando a discussão.
O professor reagiu: "Importa. Eu estou falando a verdade. Quem está mentindo para você é o policial imbecil ou o pastorzinho vagabundo de sua igreja".
Houve muito barulho dos demais alunos, que pareciam se divertir com o incidente, e o aluno fascista se levantou e encarou com ar ameaçador ao professor, fingindo que iria agredi-lo.
O professor também não agrediu, mas insistiu para que o aluno saísse da sala de aula. Depois o jovem foi encaminhado para a diretoria.
O vídeo foi editado pelos perfis de apoio a Bolsonaro, de forma que o professor aparecesse como vilão da situação.
""Os vídeos foram editados e publicados cortados, sem o real contexto da discussão. Eu não o retirei da sala porque ele apoiava o deputado, mas porque ele me ofendeu e me agrediu verbalmente", explicou Euclides.
A página pessoal dele e a da escola foram colocadas fora do ar no Facebook, devido a ameaças diversas, inclusive de morte, contra o professor e a família dele.
Para piorar, a reportagem do UOL, reproduzida no BOL, contou com comentários de outros bolsonaristas.
Eles superestimaram o fato do professor ser filiado ao PSOL e escreveram comentários agressivos a ele.
Um deles chega a defender a infeliz proposta da Escola Sem Partido, a "pedagogia da mordaça" que rebaixa o ensino aos padrões hierárquicos anteriores a 1950, mas com qualidade pedagógica ainda pior.
É extremamente triste ver pessoas com esses pontos de vista autoritários. Os bolsonaristas se acham os donos da verdade, veem o mundo conforme seus umbigos e seus neurônios, o outro nada importa.
Para eles, a realidade pouco importa. O que vale é só o que eles pensam, a "democracia" que vale é só a deles, nunca a do povo brasileiro.
É triste haver pessoas assim, que agem com tanta arrogância.
É preocupante ver jovens, de faixas etárias tidas como "modernas", identificados com ideias tão retrógradas.
O fato da discussão em sala de aula, acima descrito, é muito triste, o que mostra o quanto é perigoso ser professor, diante da prepotência e da agressividade de muitos alunos.
Mas o mais triste ainda é que ideias autoritárias andam conquistando mais apoio, por representarem ignição para a catarse de muitos intolerantes sociais. Triste ver um Brasil assim.
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