O homem adulto dá bronca no seu filho, briga com ele com muita irritação e critica energicamente seus erros? Se isso ocorre, o homem adulto tem que se apressar para pedir desculpas ao filho, se o homem adulto quiser evitar alguma encrenca no seu caminho.
Adultos repreendem seus filhos com a convicção que o medievalismo religioso se refere a "atirar a primeira pedra" (o conto da adúltera teria sido uma invenção do século XIV inserida na Bíblia, pois inexistem vestígios históricos da obra ser anterior a essa época). No entanto, os adultos, principalmente masculinos, deveriam ter muita cautela quando repreendem os filhos nos seus erros.
Em primeiro lugar, isso pode afetar as relações entre um pai e um filho. Broncas, agressões, surras, proibições severas podem fazer com que o filho tenha uma péssima impressão do pai e isso pode influir, no futuro, numa relação conturbada ou no desprezo que o filho terá com o pai.
Embora eu nunca tenha me casado e nem tenho filhos, apesar dos meus 52 anos de idade, posso ter segurança nessas observações, pois de certo modo eu tive oportunidade de observar mais a vida e observar mais eu mesmo, sem a competição inconsciente de um menino que ameaça ser melhor do que um adulto.
E tenho muita pena daqueles adultos, que ainda se comportam como crianças birrentas nos "tribunais de Internet", que ficam zoando de pessoas solteiras. Coitados, porque atitudes assim irritam as esposas dos valentões e a chance destes experimentarem o "encalhe" de que zombam de outros homens é praticamente total. O cara zoa do solteiro num dia e, em outro, recebe a fama de idiota que sua mulher transmite para as amigas. Mas isso é outro assunto.
No caso do pai dando bronca no filho, há também um segundo aspecto. Não há um erro que a criança cometa que um adulto não tem sério risco de cometer. Em muitos casos, as crianças e, em boa parte, os adolescentes, são muito mais ingênuos nos seus erros, cometidos muitas vezes por inexperiência. Os mesmos erros são em grande parte cometidos por adultos com muito mais consciência do risco que cometem. Em outras palavras, os filhos erram sem saber, os pais erram sabendo.
Além disso, é muito cômodo e confortável um pai, entre os 22 e os 60 anos de idade, gritar irritado com seus filhos quando estes cometem erros. Mas o tempo passa e os próprios pais, quando já estão mais idosos, entre os 70 e 80 anos, podem cometer erros que façam com que outros homens, com menos idade, reajam com broncas ainda mais agressivas.
Imagine um senhor de 80 anos cometendo uma burrada. Ele dirige seu carro e, de repente, para ganhar tempo nas ruas dá uma fechada e bate no carro de um outro homem, este de 35 anos, digamos. O homem de 35 anos reage gritando com o idoso, com uma fúria que o impulso não consegue evitar. Aí o idoso vai se lembrar das broncas que no passado deu no seu filho, e é muito doloroso levar broncas na terceira idade.
Portanto, seria melhor que os adultos tomassem muito cuidado. Tratar os filhos com delicadeza e cautela é fundamental, pois os filhos são pessoas que começam a conhecer o mundo. Os filhos serão o futuro e uma boa educação familiar se baseia no equilíbrio e no respeito. É respeitando os mais jovens que os adultos ensinarão o respeito aos mais velhos. É uma relação de troca.
Comentários
Postar um comentário