Há muito chamamos a atenção para a performance decepcionante de Lula no seu atual mandato. Muita gente não quer saber, boicota textos críticos aqui e ali, achando que Jornalismo só serve para contar estória da Cinderela e da Branca de Neve. Acham que Lula não só é uma ideia, como é um fetiche, e imaginam que ele é um mago que, cometendo erros, os transforma em acertos só porque tais ações partem dele.
Não. Lula não é tão sagrado que possa sair incólume de erros e, neste governo em que ele prometeu nunca errar, ele sempre está errando, a ponto de começarmos a sentir o cheiro de corrupção na sua política, justamente num momento em que tornou-se tabu juntar as palavras "Lula" e "corrupto".
Matérias do portal UOL chamam a atenção para o envio de recursos, num total de R$ 1,4 bilhão e investidos desde que o atual presidente brasileiro tomou posse, que teriam sido destinados a prefeituras e governos estaduais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, comandadas por petistas ou aliados de Lula.
As cidades beneficiadas receberam recursos sem o aval da área técnica. Foram elas: Mauá, Araraquara, Diadema e Hortolândia, no Estado de São Paulo, e Cabo Frio e Belford Roxo, no Estado do Rio de Janeiro. Seis cidades tiveram mais recursos do que outras com maior Índice de Desenvolvimento Humano e as cidades de Araraquara e Diadema foram mais favorecidas do que capitais do porte de Belo Horizonte e Porto Alegre.
Os recursos aplicados foram provenientes de verbas próprias dos orçamentos dos ministérios da Saúde, da Educação, Cidades, Trabalho e Assistência Social e a decisão de tal aplicação teria vindo, segundo a matéria, do gabinete do próprio Lula.
Especialistas em Direito Administrativo entrevistados pelo UOL avaliaram essa prática como suspeita, apontando indícios de improbidade administrativa e tráfico de influência. Embora o governo Lula negasse tais acusações, o presidente brasileiro deixa claro que quer fortalecer alianças políticas nas eleições para prefeitos para pavimentar o caminho da sua reeleição em 2026.
Enquanto Lula favorece aliados políticos ou realiza a compra de votos do Centrão - prática que foi suspensa recentemente e que é conhecida pelo eufemismo "técnico" de "verbas para emendas parlamentares" - , ele precariza salários e restringe os benefícios das classes trabalhadoras, como pelego que é o atual presidente da República.
Lula lança mão de mais um dos relatórios sobre "mais uma queda histórica de desemprego" - nota-se que tudo o que Lula faz é "histórico" para a bolha lulista - , inventa que houve "valorização dos salários", em ambos os casos mascarando a situação do trabalho precário e dos critérios discriminatórios e injustos de contratação de mão-de-obra.
Mas desta vez Lula veio com a proposta de obrigar os servidores a trabalhar mais para ter melhores salários, sinalizando a redução de vencimentos do serviço público. O servidor, segundo a reforma administrativa proposta pelo Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, terá que trabalhar 20 anos para alcançar o topo dos vencimentos para seu cargo. Hoje são necessários 13 anos.
Embora critérios em princípio corretos como a avaliação do desempenho individual e coletivo, o perfil, a qualificação e o comprometimento profissionais sejam considerados pela reforma administrativa, que os adotou como critérios junto ao já existente tempo de serviço para obtenção da progressão do trabalho, nota-se que as mudanças são heranças dos critérios tecnocráticos e meritocráticos do governo Michel Temer, governante que Lula não sinalizou um rompimento de verdade.
Com estes dois fatos, Lula sinaliza que segue práticas clientelistas típicas da República Velha e que herdou muitos aspectos do governo Michel Temer, apenas enfeitando a "ponte para o futuro" com algumas pinceladas de Assistencialismo e festividade identitária. Se os dois mandatos anteriores de Lula não sinalizaram o tão sonhado "governo da mudança" (no sentido de mudança para melhor), não será o atual que passaria a representá-lo, não é mesmo?
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