HENRIQUE VIII ASSUMIU A RUPTURA RELIGIOSA COM O CATOLICISMO, QUANDO FOI PROIBIDO PELO VATICANO DE ANULAR SEU PRIMEIRO CASAMENTO.
A burrice brasileira tem como demonstração a hipocrisia e a licenciosidade de distorcer conceitos e fingir que eles mantém sua essência. Vide o atual cenário político, marcado por um esquerdismo tão pasteurizado que ele mais parece um liberalismo com algumas pinceladas de assistencialismo populista e um forte cheiro de identitarismo festivo.
Essa burrice, que se manifesta pela preocupante fobia ao senso crítico - infelizmente tratado, no Brasil, como se fosse uma "frescura de existencialistas e distópicos europeus" - , pode ser avaliada se compararmos o chamado Espiritismo brasileiro com o que ocorreu com as religiões protestantes europeias, que assumiram suas dissidências e rupturas.
Antes de irmos adiante na nossa análise, vamos mencionar a lista das religiões protestantes, com base em matéria da revista Mundo Estranho, edição especial da Superinteressante - que passou pano no "médium da peruca" dedicando uma edição toda para ele, cujas energias vindas de seus pés glaciais quase derrubaram a Editora Abril, que teve que demitir milhares de pessoas e extinguir muitas franquias - , sobre as religiões protestantes. Vamos a ela:
LUTERANISMO - Fundada em 1517 por Martinho Lutero (por incrível que pareça, se chamava Martin Luther no original alemão), a religião condenava o comportamento moral dos padres católicos, considerado falho, e atribuía a salvação espiritual através da obediência direta às escrituras sagradas.
PREBISTERIANISMO - Com base nas ideias do teólogo francês João Calvino (no original, Jean Calvin - lê-se "jean calvã"), se baseava na ideia dos "predestinados", ou seja, somente os "eleitos de Deus" estariam destinados à salvação.
ANGLICANISMO - Quando o rei Henrique VIII (no original, Henri VIII), pediu para a Igreja Católica anular seu primeiro casamento para se unir a uma outra mulher, o papa Clemente VII recusou o pedido e, por isso, o monarca britânico decidiu romper com a religião e fundar a religião do Anglicanismo, principal corrente protestante do Reino Unido.
BATISTA - Religião fundamentada na prática do batismo feito apenas para os chamados crentes cristãos professos. Tem origem no movimento anabatista do século XVI.
METODISTA - Dissidência do Anglicanismo, se fundamenta na salvação humana através da fé em Jesus Cristo. Surgiu de uma tentativa de reformar a Igreja Anglicana, em vão.
PENTECOSTAIS - Baseada na cura pela fé, as religiões pentecostais representaram o protestantismo contemporâneo. Tendo marcado o século 20, essa tendência envolve movimentos como a Congregação Cristã do Brasil, a Assembleia de Deus, a Igreja Nova Vida e a Igreja Deus é Amor.
NEOPENTECOSTAIS - Resposta pós-moderna às religiões neopentecostais, as seitas dessa tendência têm na mídia o seu meio de difusão, e seus cultos são marcados por ritos espetaculosos e pela realização dos exorcismos.
Dito isso, a gente vê o quanto o Espiritismo brasileiro é marcado pela hipocrisia e pela falsidade. Eu segui essa religião durante 28 anos e vi o quanto essa crença destoa aberrantemente dos ensinamentos originais de Allan Kardec, de tal maneira que a obra O Livro dos Médiuns mostra condutas negativas que, todavia, marcam os chamados "médiuns brasileiros". E olha que Kardec não necessariamente desejava que sua Codificação fosse considerada uma religião.
Entre essas condutas reprovadas, o livro do professor francês apontava o uso de nomes ilustres para promover mistificação religiosa e o fato de um suposto médium ser orientado por espírito autoritário, definido como "de baixo nível moral".
O "médium da peruca" lançou seu primeiro livro - que sofreu estranhas modificações editoriais, derrubando a tese de que seria uma "obra acabada de espíritos superiores" - em 1932, que levava o nome de "Parnaso" no título, quando o Parnasianismo era um movimento literário considerado obsoleto. Pioneiro na literatura fake, o livro usava créditos de nomes de diversos poetas e escritores, mas com um estilo distante dos respectivos estilos originais dos nomes creditados.
O "médium" já fez usurpações semelhantes a outros nomes, de Du Bocage a Cornélio Pires, incluindo o caso deplorável e vergonhoso de Humberto de Campos, cujo processo judicial em 1944 terminou em impunidade, abrindo perigoso precedente para a usurpação de nomes mortos, em falsas mensagens espirituais, produzidas até hoje de maneira criminosa, produzindo sensacionalismo e explorando as fragilidades emocionais das pessoas.
O mesmo "médium" se considerava orientado pela figura conhecida pela História do Brasil como o antigo padre jesuíta Manuel da Nóbrega, figura que foi tirânica no seu tempo e que era marcado pelo seu perfil autoritário, escravocrata, intolerante a outras crenças religiosas e de mentalidade profundamente medieval. Claro exemplo de "espírito autoritário de baixa categoria moral".
Apesar dessas e de uma infinidade de aberrações, o Espiritismo brasileiro, que recebe generosas passagens de pano da opinião pública e que tem na Folha de São Paulo o seu mais recente reduto midiático, é considerado pelos seus participantes e seguidores uma religião "de acordo com os ensinamentos kardecianos", tanto que, de maneira hipócrita e tendenciosa, se define pelo nome de "kardecismo", nome já desgastado por associações tão levianas.
E eu já vi tantos desses "espíritas" brasileiros falando mal da hipocrisia dos outros, criticando os argueiros dos olhos dos neopentecostais em vez de verificar as traves dos olhos dos "espíritas", quando o Espiritismo brasileiro, no conjunto da obra, trai tanto o legado de Allan Kardec que faz a traição de Judas Iscariotes contra Jesus Cristo parecer a mais perfeita prova de fidelidade canina.
Mas como o Espiritismo brasileiro é a religião da elite do bom atraso, que se encanta com o sabor de mel das pregações desse obscurantismo religioso, que é o Catolicismo medieval de botox, ninguém desconfia e todos vão dormir tranquilos diante dos abusos dessa religião hipócrita, para no dia seguinte botar frases do "médium da peruca" para "alegrar o dia" e sofrer algum azar em sua vida cotidiana.
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