A "provocativa" intelectualidade brasileira, que se acha detentora da última definição em etnografia pós-moderna e ativismo progressista, quer a bregalização do país e, por isso mesmo, anda muito, muito atrasada.
O Brasil vive um surto de provincianismo doentio, num eterno complexo de vira-lata em que a emancipação das classes populares se dá através de subúrbios emporcalhados, gente no subemprego, no alcoolismo e na prostituição, algo considerado "legal" pelos "bacaníssimos" intelectuais e famosos que acreditam que o Brasil crescerá através do retrocesso cultural.
O que vemos nesses "bacanas" é algo gritante e que destoa muito dos intelectuais sérios que expressam seu ceticismo no Primeiro Mundo. Aqui o que impera é a farra, a porralouquice, tudo sob a desculpa de que "devemos perder os preconceitos" e aceitar o lixo como está, apenas tapeando as coisas com algumas garantias legais, Bolsa Família e Lei Rouanet.
Será que basta chover dinheiro e não reprimir os pobres que haverá qualidade de vida? Isso é só uma etapa do processo e vemos o quanto nossa intelectualidade tão festejada e badalada não está aí com o progresso do país, só sendo "progressistas" porque escreveram textos bonitinhos contra o direitista de plantão que agradou a blogosfera de esquerda.
Mas vemos o quanto essa intelectualidade nem está aí com a pátria. O que eles querem é promiscuidade sexual, drogas, afastamento da polícia nas favelas, tudo para eles curtirem a bebedeira, a cheiradeira, enquanto passam a falsa imagem de consciência social com seus documentários, artigos e monografias com sua "etnografia de resultados".
Eles estão muito, muito atrasados. E querem que a cultura brasileira seja substituída pela "cultura transbrasileira" - termo que, apesar de difundido pelas esquerdas, segue rigorosamente a mesma lógica "transnacional" do PSDB - , em que "artistas" macaqueiam o que há de mais tosco vindo dos EUA e botam na conta do Oswald de Andrade.
Sim, Oswald de Andrade, a exemplo de Gregório de Matos, Vinícius de Moraes, Mário de Andrade e tantos outros são levianamente jogados pela intelectualidade "bacaninha" para justificar todas as baixarias, barbarismos e mediocridades que se despejam nas TVs, rádios, revistas e Internet a título de "cultura popular" hoje em dia.
Tudo isso financiado por empresários "pobrezinhos", equiparados a engraxates de rua apesar da grande fortuna, que os faz serem, com gosto, aliados de oligarquias políticas, latifundiários e barões da grande mídia. "Ih, que discurso chato, falar em barões da mídia...", diz o intelectual "bacana", desmascarando seu falso esquerdismo.
Agora eles "não são de esquerda nem de direita" não por causa de um equilíbrio ideológico, mas devido ao seu caráter dúbio de um dia entrarem no Centro Barão de Itararé e, no outro estarem abraçados a Otávio Frias Filho e Luciano Huck. Daí o silêncio deles quanto ao tema da regulação da mídia.
Lá fora, intelectuais desafiam o "estabelecido" e contestam a indústria cultural sem medo, mesmo quando isso poderia, em tese, comprometer as verbas estatais ou a tranquila visibilidade. Isso porque lá não há essa submissão que se vê no Brasil, com pessoas aceitando tudo sob a desculpa de se contentarem com o básico, que de tão básico passa a ser bem abaixo do básico dos basicos.
O Brasil regride e ainda tem certos movimentos religiosos "arrojados" dizendo que o país será o "coração do mundo" e a vanguarda da espiritualidade planetária. Isso com toda essa visão conformista diante de tantos retrocessos, que permite, por outro lado, o fascismo ciber-infantil dos troleiros e o golpismo dos "coxinhas".
E o feminismo? Aqui ele ainda se manifesta sob moldes machistas, as mulheres agem contra sua própria sensibilidade, rejeitam homens que são solidários a elas, exaltam machistas violentos e compadecem com a imagem de mulheres-objetos de musas vulgares. Nada a ver com o feminismo sensato que a recém-solteira Emma Watson expressou brilhantemente em discurso na ONU.
Sem saber os limites da liberdade que deslumbra uns e constrange outros, e da autoridade que representa abusos e arbitrariedades nocivas, mas feitas "em benefício do povo", o Brasil vive um contexto confuso que o impede de se tornar potência, e isso piora quando nossos intelectuais são os primeiros a aceitar tudo isso.
Depois eles vão falar mal de direitistas midiáticos, como se isso lhes trouxesse alta reputação. Mas depois caem na farra, na bebedeira, na defesa da degradação cultural com as desculpas conhecidas: "é o que o povo quer, o povo gosta e o povo sabe". Sem saber, esses intelectuais demonstram total servilismo ao poder midiático e mercadológico.
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