O COLDPLAY MOSTRA O MÁXIMO QUE O ROCK ATINGIU AS RÁDIOS BRASILEIRAS...UMA AMARGA 53a. COLOCAÇÃO!!
Nunca o segmento rock esteve tão em baixa e nunca as chamadas "rádios rock" tiveram tanto fracasso. Uma pesquisa divulgada no portal G1, na semana passada, mostra que o rock, seja brasileiro ou estrangeiro, teve o pior desempenho nas rádios brasileiras desde 2000, segundo registra a Crowley, instituto que pesquisa os sucessos radiofônicos de cada época.
O rock brasileiro, sem uma banda nova representativa - apesar das "ambiciosas" rádios 89 FM, de São Paulo, e Cidade FM, do Rio de Janeiro, estarem há um bom tempo no ar, o suficiente para impulsionarem uma nova cena roqueira no país - , amarga as piores condições, não chegando sequer ao 80o. lugar das músicas mais tocadas nas rádios brasileiras.
Para piorar, nas cem mais tocadas, as bandas consideradas de Rock Brasil que aparecem nas rádios seguem um som mais ameno, mais pop, como Skank e Jota Quest (cujo rótulo roqueiro é ainda mais discutível e o grupo parece querer voltar ao funk autêntico), menos significativos para o rock do que a geração de Barão Vermelho, Legião Urbana, Ira! e Titãs.
Mas mesmo outro nome dos anos 80, Capital Inicial - o mais próximo que as rádios têm em mãos como "atitude rock'n'roll" - , nem aparece nas 100 mais, predominadas pelo chamado "sertanejo universitário" (que não é sertanejo e muito menos universitário), espécie de country emo que domina o mercado com suas duplas totalmente iguaizinhas.
O máximo que se consegue de rock nas mais tocadas é Coldplay, em 53a. colocação, e Imagine Dragons, na 71a. colocação. Mas são grupos com trânsito relativamente fácil em rádios não-roqueiras, podendo aparecer até em rádios de pop dançante a título de ocuparem suas cotas de pop ecletico na programação dessas rádios.
Um dos motivos para o rock estar em baixa no mercado é o fato das rádios 89 e Cidade serem incompetentes e sem credibilidade. A 89 FM é "mais histórica", porém uma observação atenciosa mostra que a "histórica rádio rock" tem DNA malufista, seu dono apoiou a ditadura militar e o mais revolucionário que a rádio paulista fez foi ser uma clone morna da Fluminense FM, entre 1985 e 1987.
Quando retomaram o rótulo roqueiro abandonado em 2006, a 89 e a Cidade retomaram todas as caraterísticas negativas que derrubaram as duas rádios. O preço que elas têm é que elas encontram problemas de retorno quando tentam tocar bandas substanciais como AC/DC e Ramones, ou mesmo Clash e Smiths, porque seus fãs não confiam de forma alguma nas duas rádios.
Por outro lado, as duas emissoras empregam os chamados locutores "engraçadinhos", na verdade "sobras" de um excesso de contingente voltado para rádios de dance music e brega-popularesco. Isso derruba as "rádios rock" e não adianta seus produtores dessas rádios reagirem irritados xingando as mães dos internautas nas mídias sociais.
Afinal, mesmo que toque um módulo caprichado com Mutantes, Doors e Bauhaus, ou Frank Zappa e Violeta de Outono, ninguém vai querer ouvir essas músicas para no fim suportar um locutor bobalhão com a voz de animador de gincana infantil dizendo coisas idiotas como "Demais, galera!". Isso é horrível.
Mais horrível ainda é que as duas rádios enfatizam ainda mais nas piadas. Tem locutor "engraçadinho" até coordenando rádio (o "dinossauro" do emo, Tatola, apresentador do Temos Vagas) e fazendo programa de madrugada.
As duas rádios não lançaram até agora um novo movimento de rock, mas resgataram todos os programas de besteirol, chamando até o Zé Luiz (um sub-Luciano Huck que fez comerciais para as Casas Bahia).
Resultado. Com "novas bandas", tipo Malta e Aliados, apenas repetindo fórmulas dos anos 90 e do começo da década seguinte, e uma ênfase maior nas piadas e nos locutores abobalhados que tratam o jovem roqueiro como um débil-mental, a 89 e a Cidade fracassam na sua tarefa e o máximo que elas conseguem fazer é alimentar sua audiência com ouvintes tirados de outras rádios, como Nativa FM (RJ e SP), Metropolitana (SP), a extinta Beat 98 (RJ) e Band FM (SP).
MPB NEM APARECE NAS 100 MAIS
Já a MPB autêntica, a música brasileira de qualidade, está em situação ainda mais catastrófica. A MPB que empolgava os jovens nos anos 60 nem dá um rastro, e não adianta os intelectuais "bacaninhas" inventarem que os sucessos de "pagode", "sertanejo", axé e "funk" que rolam nas rádios são "tudo o que deve ser a MPB" hoje em dia.
O máximo que se tem próximo da MPB é o Skank, grupo de Rock Brasil que se torna MPB por adoção, conforme os critérios das rádios especializadas em MPB. Mas, fora isso, não há um sinal de vida emepebista nas 100 mais tocadas da relação da Crowley.
Não adianta relativizar. A Ivete Sangalo, erroneamente tida como "Rainha da MPB", faz um esquizofrênico pop comercial brasileiro, um brega-popularesco mais pretensioso. Emicida (que aparece num dueto com o funqueiro MC Guimê) faz a linha "Tropicalismo da linha George Soros". Breganejos, João Bosco & Vinícius parodiam nomes da MPB por pura "sacanagem" mesmo.
Com esse quadro radiofônico, influenciado pela indústria do jabaculê, mostra-se o quadro da incompetência de nossas FMs e seus proprietários que não sabem a diferença entre antena parabólica e telhado de galinheiro, que faz com que a audiência das rádios caísse vertiginosamente nos últimos anos.
Por outro lado, se observarmos o que aparece no ranquim do MP3, a situação poderá ser levemente outra, havendo um pouco mais de música de qualidade nas cem mais tocadas. Pode não ser um quadro revolucionário, mas mostra que as rádios já começam a perder sua supremacia no gosto popular das pessoas. É só um começo, mas que irá avançar dentro dos próximos anos.
Nunca o segmento rock esteve tão em baixa e nunca as chamadas "rádios rock" tiveram tanto fracasso. Uma pesquisa divulgada no portal G1, na semana passada, mostra que o rock, seja brasileiro ou estrangeiro, teve o pior desempenho nas rádios brasileiras desde 2000, segundo registra a Crowley, instituto que pesquisa os sucessos radiofônicos de cada época.
O rock brasileiro, sem uma banda nova representativa - apesar das "ambiciosas" rádios 89 FM, de São Paulo, e Cidade FM, do Rio de Janeiro, estarem há um bom tempo no ar, o suficiente para impulsionarem uma nova cena roqueira no país - , amarga as piores condições, não chegando sequer ao 80o. lugar das músicas mais tocadas nas rádios brasileiras.
Para piorar, nas cem mais tocadas, as bandas consideradas de Rock Brasil que aparecem nas rádios seguem um som mais ameno, mais pop, como Skank e Jota Quest (cujo rótulo roqueiro é ainda mais discutível e o grupo parece querer voltar ao funk autêntico), menos significativos para o rock do que a geração de Barão Vermelho, Legião Urbana, Ira! e Titãs.
Mas mesmo outro nome dos anos 80, Capital Inicial - o mais próximo que as rádios têm em mãos como "atitude rock'n'roll" - , nem aparece nas 100 mais, predominadas pelo chamado "sertanejo universitário" (que não é sertanejo e muito menos universitário), espécie de country emo que domina o mercado com suas duplas totalmente iguaizinhas.
O máximo que se consegue de rock nas mais tocadas é Coldplay, em 53a. colocação, e Imagine Dragons, na 71a. colocação. Mas são grupos com trânsito relativamente fácil em rádios não-roqueiras, podendo aparecer até em rádios de pop dançante a título de ocuparem suas cotas de pop ecletico na programação dessas rádios.
Um dos motivos para o rock estar em baixa no mercado é o fato das rádios 89 e Cidade serem incompetentes e sem credibilidade. A 89 FM é "mais histórica", porém uma observação atenciosa mostra que a "histórica rádio rock" tem DNA malufista, seu dono apoiou a ditadura militar e o mais revolucionário que a rádio paulista fez foi ser uma clone morna da Fluminense FM, entre 1985 e 1987.
Quando retomaram o rótulo roqueiro abandonado em 2006, a 89 e a Cidade retomaram todas as caraterísticas negativas que derrubaram as duas rádios. O preço que elas têm é que elas encontram problemas de retorno quando tentam tocar bandas substanciais como AC/DC e Ramones, ou mesmo Clash e Smiths, porque seus fãs não confiam de forma alguma nas duas rádios.
Por outro lado, as duas emissoras empregam os chamados locutores "engraçadinhos", na verdade "sobras" de um excesso de contingente voltado para rádios de dance music e brega-popularesco. Isso derruba as "rádios rock" e não adianta seus produtores dessas rádios reagirem irritados xingando as mães dos internautas nas mídias sociais.
Afinal, mesmo que toque um módulo caprichado com Mutantes, Doors e Bauhaus, ou Frank Zappa e Violeta de Outono, ninguém vai querer ouvir essas músicas para no fim suportar um locutor bobalhão com a voz de animador de gincana infantil dizendo coisas idiotas como "Demais, galera!". Isso é horrível.
Mais horrível ainda é que as duas rádios enfatizam ainda mais nas piadas. Tem locutor "engraçadinho" até coordenando rádio (o "dinossauro" do emo, Tatola, apresentador do Temos Vagas) e fazendo programa de madrugada.
As duas rádios não lançaram até agora um novo movimento de rock, mas resgataram todos os programas de besteirol, chamando até o Zé Luiz (um sub-Luciano Huck que fez comerciais para as Casas Bahia).
Resultado. Com "novas bandas", tipo Malta e Aliados, apenas repetindo fórmulas dos anos 90 e do começo da década seguinte, e uma ênfase maior nas piadas e nos locutores abobalhados que tratam o jovem roqueiro como um débil-mental, a 89 e a Cidade fracassam na sua tarefa e o máximo que elas conseguem fazer é alimentar sua audiência com ouvintes tirados de outras rádios, como Nativa FM (RJ e SP), Metropolitana (SP), a extinta Beat 98 (RJ) e Band FM (SP).
MPB NEM APARECE NAS 100 MAIS
Já a MPB autêntica, a música brasileira de qualidade, está em situação ainda mais catastrófica. A MPB que empolgava os jovens nos anos 60 nem dá um rastro, e não adianta os intelectuais "bacaninhas" inventarem que os sucessos de "pagode", "sertanejo", axé e "funk" que rolam nas rádios são "tudo o que deve ser a MPB" hoje em dia.
O máximo que se tem próximo da MPB é o Skank, grupo de Rock Brasil que se torna MPB por adoção, conforme os critérios das rádios especializadas em MPB. Mas, fora isso, não há um sinal de vida emepebista nas 100 mais tocadas da relação da Crowley.
Não adianta relativizar. A Ivete Sangalo, erroneamente tida como "Rainha da MPB", faz um esquizofrênico pop comercial brasileiro, um brega-popularesco mais pretensioso. Emicida (que aparece num dueto com o funqueiro MC Guimê) faz a linha "Tropicalismo da linha George Soros". Breganejos, João Bosco & Vinícius parodiam nomes da MPB por pura "sacanagem" mesmo.
Com esse quadro radiofônico, influenciado pela indústria do jabaculê, mostra-se o quadro da incompetência de nossas FMs e seus proprietários que não sabem a diferença entre antena parabólica e telhado de galinheiro, que faz com que a audiência das rádios caísse vertiginosamente nos últimos anos.
Por outro lado, se observarmos o que aparece no ranquim do MP3, a situação poderá ser levemente outra, havendo um pouco mais de música de qualidade nas cem mais tocadas. Pode não ser um quadro revolucionário, mas mostra que as rádios já começam a perder sua supremacia no gosto popular das pessoas. É só um começo, mas que irá avançar dentro dos próximos anos.
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