Dias movimentados, ainda que confusos.
Eduardo Cunha condenado a 15 anos de prisão e ameaçando denunciar seus desafetos.
Ameaçando, diga-se de passagem.
Pois chegou a ser lançado um livro usando o "pseudônimo" Eduardo Cunha, pela editora Record, mas o próprio ex-deputado processou a editora e impediu a permanência da obra, Diário da Cadeia, nas livrarias.
Michel Temer torcendo para, ainda que fosse cassado, continuar elegível, para assim ser eleito numa votação indireta por um Congresso Nacional que parece ter esquecido que o povo brasileiro existe.
E isso com o aval de Elio Gaspari, que disse que o temeroso presidente é a pessoa ideal para fazer o Brasil "sair da crise" até 2018.
Judiciário, Legislativo e Executivo trocando acusações, rumores de investigações aqui e ali, promessas de que os tucanos serão também enquadrados na Operação Lava Jato etc.
Tudo isso ocorria numa normal anormalidade, até que mais uma anormalidade deixou a situação ainda mais anormal do que anormal já estava.
Luciano Huck, o pai da gíria "balada" - popularizada pelo consórcio giriátrico Rede Globo / Jovem Pan - , veio com mais uma pérola.
Embora não abrisse o jogo quanto ao seu desejo de concorrer ao Palácio do Planalto, Huck não descartou uma chance.
"Não dá para responder (sobre ser presidenciável) na atual conjuntura. Falando seriamente, nossa geração chegou a um momento em que tem capacidade, saúde, força de trabalho, relevância, influência. Quem entrou na faculdade em 1990 está chegando agora aos espaços de poder. Faço parte desta geração", afirmou Huck.
Certo, certo. É minha geração também. Mas corro fora do perímetro dessa moçada. Navego em outro barco, mais modesto e diferente do "cruzeiro marítimo" de Huck e companhia.
Huck, que citou o ministro do STF Alexandre de Moraes como exemplo para sua geração, se diz "apartidário".
Independente dele admitir ou não ser candidato à Presidência da República, ele diz que o futuro titular do cargo deverá ser uma pessoa dotada de "transparência e ética", independente de partido político.
O marido de Angélica desmente que participou da campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff, apesar dos vestígios neste sentido nas mídias sociais.
O apresentador também se diz "apartidário", mas fontes seguras indicam que ele é filiado ao PSDB.
Huck demonstrou várias vezes ser amigo de Aécio Neves, colega de farra (ou, dizendo no seu dialeto, "balada") do paulista, numa clara relação de cumplicidade.
A cumplicidade é tanta que Aécio Neves adotou a mesma dicção de Luciano Huck e este adotou a compreensão política do outro.
Mas como Aécio anda desgastado pela Internet, ninguém quer mais defender abertamente o mineiro.
Desta forma, se Aécio quer ser presidente, terá que se contentar com o atual cargo, presidente nacional do PSDB.
O mainstream da política anda desgastado, sendo as esquerdas por força da mídia venal e as direitas, por força da Internet.
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