No último Carnaval, a Rede Globo e a Globo News, em seus noticiários, admitiu que o Brasil protesta contra o presidente Michel Temer.
É uma situação um tanto insólita, se vista de maneira simplória, pois a Globo é beneficiária das generosas verbas públicas que Michel Temer banca como "mesada".
Além disso, uma reportagem do blogue Tabapuã Papers mostra toda uma rede de relações entre Michel Temer, um filho do seu assessor José Yunes, Marcos Yunes, e os donos da Globo, principalmente José Roberto Marinho.
Reportagem de O Cafezinho traz detalhes sobre o assunto.
Há muito a plutocracia do PMDB/PSDB tem associações com os barões da mídia.
No caso do Banestado, nos anos 1990 e investigado em 2003 pelo mesmo tendencioso juiz Sérgio Moro, essa associação envolvia negócios de arrepiar.
No Google há muitas referências sobre esse episódio que terminou em "pizza", com tucanos pouco expressivos sendo condenados e todos os "peixes grandes" inocentados.
A "adesão" da Globo ao "Fora, Temer" é apenas uma manobra como a de admitir a vitória de Leonel Brizola para o Governo do Rio de Janeiro, em 1982, e os movimentos Diretas Já, em 1984.
A Globo tenta fazer isso para dar uma falsa impressão de ser imparcial para a posteridade.
É só para dizer que "cobriu" fatos que lhes escapam dos seus interesses e opiniões dominantes.
Teve também a "autocrítica" em relação à defesa da ditadura militar, num editorial de O Globo em 2014.
Parecia até ter aprendido, mas depois se viu a Globo atuando em outro golpe, contra Dilma Rousseff.
E agora? O que acontece com a Globo?
É mais ou menos uma tendência como a do tucano Aécio Neves, que processou a chapa Dilma-Temer por irregularidades de campanha e depois foi se aliar com o vice para depor a titular.
E, recentemente, Aécio admitiu que o projeto político de Temer era o que o mineiro propunha em sua campanha presidencial de 2014.
Aí a Globo, que recebe mesadas do governo Temer, faz cobertura de protestos contra o temeroso presidente, que a corporação midiática fingiu ignorar.
Talvez isso seja porque Temer, impopular desde o começo, foi apenas um "funcionário de plantão" para um projeto plutocrático.
A Operação Lava Jato admite agora chegar aos políticos do PMDB, afinal tem que parecer "séria" e "imparcial".
O PSDB até entra em momentos de suspense, como Aécio Neves sendo convocado, com muitíssimo atraso, pelo procurador Rodrigo Janot para depor sobre possível esquema de corrupção da Furnas Centrais Elétricas.
Aécio já era citado desde os primórdios da Lava Jato.
O doleiro Alberto Yousseff, o colaborador deste, Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, o lobista Fernando Moura e o ex-senador Delcídio do Amaral já citaram Aécio Neves no esquema do "petrolão".
Uma conversa entre Romero Jucá e o ex-senador e ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, falaram que o Aécio era o mais encrencado no esquema de corrupção.
"Quem não conhece o esquema de Aécio?", perguntou Machado, dizendo que era do PSDB. "Não sobra um" "O Aécio é o primeiro a ser comido", foram os comentários da conversa gravada e revelada.
A "queda" de Jucá, então ministro do Planejamento de Temer, este ainda interino, foi o legado do "gostoso bate-papo" por telefone.
É provável que, apesar de tudo isso, o PSDB dê a volta por cima, já que armou todo o esquema no Judiciário.
Carmen Lúcia, Gilmar Mendes e, agora, Alexandre de Moraes, entre outros, colaboram com os tucanos.
E tem o juiz da "República de Curitiba", Sérgio Moro, que apareceu em conversa animada com o mineiro presidente do PSDB, durante o evento de premiação da revista Isto É.
Mas o papo de Aécio com Moro não vem ao caso.
As elites querem o PSDB de volta ao Planalto.
Para que o Brasil volte a ser o pátio de Tio Sam.
Comentários
Postar um comentário