LUIZ EDSON FACHIN, COMO PROFESSOR DA UFPR.
A memória curta esconde certos posicionamentos de várias pessoas.
No caso de Luiz Edson Fachin, que cancelou o julgamento que ocorreria amanhã a respeito do pedido de liberdade do ex-presidente Lula, a lembrança é chocante.
Como professor da Universidade Federal do Paraná, Fachin discursava em evento apoiando a candidatura de Dilma Rousseff para a Presidência da República.
Ele hoje é ministro do Supremo Tribunal Federal por nomeação feita pela presidenta que ele apoiou, baseada em critérios técnicos da lista tríplice, conforme define a lei.
No discurso, em vídeo publicado no Diário do Centro do Mundo, o jurista demonstrou seu apoio a Dilma Rousseff e ao governo que nunca atentou contra os princípios democráticos e a Constituição.
Sim. Isso mesmo. Fachin fala do governo do ex-presidente Lula, para o qual dirigiu grandes elogios.
Fachin também repetiu a dose em 2014, apoiando Dilma Rousseff.
Há rumores de que esse discurso é hipócrita, feito da boca para fora, e faz um alerta do quanto há de falsos apoios nas forças progressistas.
Isso é bastante claro no âmbito político-institucional, no meio jurídico e no círculo empresarial, mas também há no âmbito cultural e midiático.
Quantos "desembarques" se observou em 2016, às vésperas da queda de Dilma Rousseff. Alguns ex-ministros de Lula e Dilma passaram a fazer oposição a eles, como Marta Suplicy e Marina Silva.
Fachin, que no mesmo dia que cancelou o julgamento que iria avaliar a validade, arquivou um inquérito sobre possível esquema de propina envolvendo o presidente Michel Temer, representa essa tendência.
Pouco antes de Fachin cancelar o julgamento da prisão de Lula e do pedido de liberdade a ele, outro ministro do STF, Marco Aurélio Mello, admitiu em entrevista a televisão portuguesa que a prisão de Lula é ilegal e fere a Constituição.
Isso é óbvio, afinal sendo uma prisão política, feita sem provas e precipitada na segunda instância, ela foi motivada pela aventura jurídica ao arrepio da lei.
E Fachin preferiu surfar nessa aventura jurídica, desmascarando o antigo jurista e acadêmico que antes parecia apoiar Lula e Dilma.
O âmbito cultural é ainda muito difícil de identificar. As esquerdas ainda vivem presas numa abordagem economicista e político-institucional.
Os esquerdistas não veem problema diante de "aventureiros" da causa cultural que, respaldados (de forma nunca assumida) pelo baronato midiático, se passam por "amigos da causa progressista" espalhando na mídia esquerdista visões elitistas sobre cultura popular.
O culturalismo é muito grande e ainda se vive naquela situação de ovelhas recorrendo às raposas achando que elas irão combater os lobos.
E isso num contexto em que, diferente de 55 anos atrás, não há um único Cabo Anselmo para seduzir e ludibriar as forças progressistas, mas vários e vários deles.
Falsos consoladores que vendem sua visibilidade para a falsa solidariedade às esquerdas, em troca de uma vantagem pessoal futura.
O "filhote da ditadura" baiano Mário Kertèsz, que havia sido um político lançado pela ARENA e, nos anos 1980, integrava a "banda podre" do PMDB (assim como o então estreante Michel Temer), andou posando de "amigo das esquerdas".
Com sua Rádio Metrópole FM, a rádio mais tendenciosa de Salvador, Mário buscou projeção nacional quando entrevistou, mais de uma vez, o ex-presidente Lula.
Quem não conhecesse a figura do "astro-rei" da Metrópole, acharia que ele era um equivalente baiano do Mino Carta, com trabalho de radialista.
Nada disso. Kertèsz é uma figura bastante conservadora, um machista e reacionário, que se ascendeu como barão da mídia desviando, na condição de prefeito de Salvador, uma grande porção de verbas públicas para obras urbanas de grande envergadura, que ficaram paralisadas.
Ele montou seu pequeno império midiático, mas teve que desfazer de parte de seu patrimônio depois que sofreu várias denúncias.
Há 20 anos, transformou a Rádio Cidade FM num arremedo de rádio AM, concebendo o projeto que, dois anos depois, mudou seu nome de Metrópole FM.
A Metrópole FM havia sido uma "CBN de porre", mas hoje está mais para "Band News de porre", atuando como uma emissora AM de terceira categoria.
Logotipo festivo, com dois círculos, um com o nome, outro com a frequência 101.3, e uma irritante vinheta com o efeito sonoro de "pim-pim-pim, pim-pim-pim, pim-pim-pim".
No marketing, a Rádio Metrópole, ao gerar a revista, depois jornal, com o mesmo nome, copiava apelos publicitários da mídia venal paulista.
Da CBN, plagiou um anúncio com um cachorro segurando um jornal.
Era o trocadilho com o que o jornalista estadunidense Charles Anderson Dana (1819-1897) havia dito e que virou frase famosa nos meios jornalísticos: "O cachorro morder um homem não é notícia, notícia é um homem ter mordido um cachorro".
Da Folha de São Paulo, a revista Metrópole imitava o leiaute que o periódico paulista usou no final dos anos 1990.
A Metrópole se promove como contraponto à Rede Bahia dos herdeiros de Antônio Carlos Magalhães.
Mas Isto É e Folha de São Paulo também se promoveram como "contrapontos", respectivamente da Veja e do Estadão. E deu no que deu.
Por enquanto, porém, as esquerdas, desesperadas em recuperar o protagonismo político-institucional, se deixam levar pela visibilidade de oportunistas "solidários".
Vai Mário Kertèsz entrevistar Lula. Viraliza na mídia de esquerda. Vai Pedro Alexandre Sanches, o aluno-modelo de Otávio Frias Filho, falar mal da Globo, de Sérgio Moro, de Temer e de outro reaça da moda. Também viraliza na mídia de esquerda.
Só que eles são "alienígenas". Algo que se desconfia de que Luiz Edson Fachin tenha sido. Ou que se suspeita, mediante fortes indícios, de que Ciro Gomes esteja sendo.
Ou, para um observador mais aguçado, em relação a Bruno Ramos, da Liga do Funk, que primeiro participa de um protesto contra a Rede Globo e depois vai gravar para o Fantástico.
As esquerdas se iludem, muitas vezes, quando gente cai de pára-quedas e finge solidariedade a quem entra em contato.
Há muitos interesses em jogo. O "funk", patrocinado pela Rede Globo, durante anos posou de "amigo das esquerdas" visando obter verbas estatais garantidas pela Lei Rouanet.
Isso sem falar que o "funk", também financiado (indiretamente, através de ONGs brasileiras) por George Soros, foi um plano estratégico da CIA para domesticar as classes populares e enfraquecer o esquerdismo na sua base de sustentação popular.
Durante as crises do governo Temer, os usurpadores das forças progressistas também adiavam, por tempo indeterminado, o "desembarque", mesmo com Temer há dois anos no poder.
Ainda contam com a esperança de que um dia irão libertar Lula para ele lhes oferecer as recompensas necessárias.
São muitos mercenários que surfam na causa esquerdista em troca de alguns trocados.
E procuram caprichar no teatro progressista a ponto de seus textos e vídeos serem reproduzidos pela mídia esquerdista, como se esses mercenários fossem "do meio".
Pior é que, entre eles, estão filhotes da ditadura que bancam dublês de radiojornalistas, ou jornalistas culturais que se empenham pela bregalização da cultura popular (enfraquecendo o povo pobre ao reduzi-lo à sua própria caricatura), que embarcam na causa esquerdista.
Mas eles não são diferentes de juristas conservadores que bancam "progressistas" conforme as conveniências do momento, em troca de grandes cargos do Judiciário.
É este o provável problema de Luiz Edson Fachin.
Ele até pode ser um traidor, menos por inspirar confiabilidade nas forças progressistas de outrora, mais por ter traído o papel de juiz nomeado, por critérios técnicos, pelo governo Dilma.
Afinal, Fachin é um dos mais empenhados colaboradores do "padrão jurídico" trazido pela Operação Lava Jato, que dispensa comentários.
Mas ele pode ter sido também um oportunista, tendo sido sempre conservador, mas se passando por progressista quando a conveniência permitia.
São "aliados" assim que costumam botar as causas progressistas a perder. Assim como outros "amigos" que usam sua visibilidade como isca para esquerdistas carentes de projeção por conta própria.
A memória curta esconde certos posicionamentos de várias pessoas.
No caso de Luiz Edson Fachin, que cancelou o julgamento que ocorreria amanhã a respeito do pedido de liberdade do ex-presidente Lula, a lembrança é chocante.
Como professor da Universidade Federal do Paraná, Fachin discursava em evento apoiando a candidatura de Dilma Rousseff para a Presidência da República.
Ele hoje é ministro do Supremo Tribunal Federal por nomeação feita pela presidenta que ele apoiou, baseada em critérios técnicos da lista tríplice, conforme define a lei.
No discurso, em vídeo publicado no Diário do Centro do Mundo, o jurista demonstrou seu apoio a Dilma Rousseff e ao governo que nunca atentou contra os princípios democráticos e a Constituição.
Sim. Isso mesmo. Fachin fala do governo do ex-presidente Lula, para o qual dirigiu grandes elogios.
Fachin também repetiu a dose em 2014, apoiando Dilma Rousseff.
Há rumores de que esse discurso é hipócrita, feito da boca para fora, e faz um alerta do quanto há de falsos apoios nas forças progressistas.
Isso é bastante claro no âmbito político-institucional, no meio jurídico e no círculo empresarial, mas também há no âmbito cultural e midiático.
Quantos "desembarques" se observou em 2016, às vésperas da queda de Dilma Rousseff. Alguns ex-ministros de Lula e Dilma passaram a fazer oposição a eles, como Marta Suplicy e Marina Silva.
Fachin, que no mesmo dia que cancelou o julgamento que iria avaliar a validade, arquivou um inquérito sobre possível esquema de propina envolvendo o presidente Michel Temer, representa essa tendência.
Pouco antes de Fachin cancelar o julgamento da prisão de Lula e do pedido de liberdade a ele, outro ministro do STF, Marco Aurélio Mello, admitiu em entrevista a televisão portuguesa que a prisão de Lula é ilegal e fere a Constituição.
Isso é óbvio, afinal sendo uma prisão política, feita sem provas e precipitada na segunda instância, ela foi motivada pela aventura jurídica ao arrepio da lei.
E Fachin preferiu surfar nessa aventura jurídica, desmascarando o antigo jurista e acadêmico que antes parecia apoiar Lula e Dilma.
O âmbito cultural é ainda muito difícil de identificar. As esquerdas ainda vivem presas numa abordagem economicista e político-institucional.
Os esquerdistas não veem problema diante de "aventureiros" da causa cultural que, respaldados (de forma nunca assumida) pelo baronato midiático, se passam por "amigos da causa progressista" espalhando na mídia esquerdista visões elitistas sobre cultura popular.
O culturalismo é muito grande e ainda se vive naquela situação de ovelhas recorrendo às raposas achando que elas irão combater os lobos.
E isso num contexto em que, diferente de 55 anos atrás, não há um único Cabo Anselmo para seduzir e ludibriar as forças progressistas, mas vários e vários deles.
Falsos consoladores que vendem sua visibilidade para a falsa solidariedade às esquerdas, em troca de uma vantagem pessoal futura.
O "filhote da ditadura" baiano Mário Kertèsz, que havia sido um político lançado pela ARENA e, nos anos 1980, integrava a "banda podre" do PMDB (assim como o então estreante Michel Temer), andou posando de "amigo das esquerdas".
Com sua Rádio Metrópole FM, a rádio mais tendenciosa de Salvador, Mário buscou projeção nacional quando entrevistou, mais de uma vez, o ex-presidente Lula.
Quem não conhecesse a figura do "astro-rei" da Metrópole, acharia que ele era um equivalente baiano do Mino Carta, com trabalho de radialista.
Nada disso. Kertèsz é uma figura bastante conservadora, um machista e reacionário, que se ascendeu como barão da mídia desviando, na condição de prefeito de Salvador, uma grande porção de verbas públicas para obras urbanas de grande envergadura, que ficaram paralisadas.
Ele montou seu pequeno império midiático, mas teve que desfazer de parte de seu patrimônio depois que sofreu várias denúncias.
Há 20 anos, transformou a Rádio Cidade FM num arremedo de rádio AM, concebendo o projeto que, dois anos depois, mudou seu nome de Metrópole FM.
A Metrópole FM havia sido uma "CBN de porre", mas hoje está mais para "Band News de porre", atuando como uma emissora AM de terceira categoria.
Logotipo festivo, com dois círculos, um com o nome, outro com a frequência 101.3, e uma irritante vinheta com o efeito sonoro de "pim-pim-pim, pim-pim-pim, pim-pim-pim".
No marketing, a Rádio Metrópole, ao gerar a revista, depois jornal, com o mesmo nome, copiava apelos publicitários da mídia venal paulista.
Da CBN, plagiou um anúncio com um cachorro segurando um jornal.
Era o trocadilho com o que o jornalista estadunidense Charles Anderson Dana (1819-1897) havia dito e que virou frase famosa nos meios jornalísticos: "O cachorro morder um homem não é notícia, notícia é um homem ter mordido um cachorro".
Da Folha de São Paulo, a revista Metrópole imitava o leiaute que o periódico paulista usou no final dos anos 1990.
A Metrópole se promove como contraponto à Rede Bahia dos herdeiros de Antônio Carlos Magalhães.
Mas Isto É e Folha de São Paulo também se promoveram como "contrapontos", respectivamente da Veja e do Estadão. E deu no que deu.
Por enquanto, porém, as esquerdas, desesperadas em recuperar o protagonismo político-institucional, se deixam levar pela visibilidade de oportunistas "solidários".
Vai Mário Kertèsz entrevistar Lula. Viraliza na mídia de esquerda. Vai Pedro Alexandre Sanches, o aluno-modelo de Otávio Frias Filho, falar mal da Globo, de Sérgio Moro, de Temer e de outro reaça da moda. Também viraliza na mídia de esquerda.
Só que eles são "alienígenas". Algo que se desconfia de que Luiz Edson Fachin tenha sido. Ou que se suspeita, mediante fortes indícios, de que Ciro Gomes esteja sendo.
Ou, para um observador mais aguçado, em relação a Bruno Ramos, da Liga do Funk, que primeiro participa de um protesto contra a Rede Globo e depois vai gravar para o Fantástico.
As esquerdas se iludem, muitas vezes, quando gente cai de pára-quedas e finge solidariedade a quem entra em contato.
Há muitos interesses em jogo. O "funk", patrocinado pela Rede Globo, durante anos posou de "amigo das esquerdas" visando obter verbas estatais garantidas pela Lei Rouanet.
Isso sem falar que o "funk", também financiado (indiretamente, através de ONGs brasileiras) por George Soros, foi um plano estratégico da CIA para domesticar as classes populares e enfraquecer o esquerdismo na sua base de sustentação popular.
Durante as crises do governo Temer, os usurpadores das forças progressistas também adiavam, por tempo indeterminado, o "desembarque", mesmo com Temer há dois anos no poder.
Ainda contam com a esperança de que um dia irão libertar Lula para ele lhes oferecer as recompensas necessárias.
São muitos mercenários que surfam na causa esquerdista em troca de alguns trocados.
E procuram caprichar no teatro progressista a ponto de seus textos e vídeos serem reproduzidos pela mídia esquerdista, como se esses mercenários fossem "do meio".
Pior é que, entre eles, estão filhotes da ditadura que bancam dublês de radiojornalistas, ou jornalistas culturais que se empenham pela bregalização da cultura popular (enfraquecendo o povo pobre ao reduzi-lo à sua própria caricatura), que embarcam na causa esquerdista.
Mas eles não são diferentes de juristas conservadores que bancam "progressistas" conforme as conveniências do momento, em troca de grandes cargos do Judiciário.
É este o provável problema de Luiz Edson Fachin.
Ele até pode ser um traidor, menos por inspirar confiabilidade nas forças progressistas de outrora, mais por ter traído o papel de juiz nomeado, por critérios técnicos, pelo governo Dilma.
Afinal, Fachin é um dos mais empenhados colaboradores do "padrão jurídico" trazido pela Operação Lava Jato, que dispensa comentários.
Mas ele pode ter sido também um oportunista, tendo sido sempre conservador, mas se passando por progressista quando a conveniência permitia.
São "aliados" assim que costumam botar as causas progressistas a perder. Assim como outros "amigos" que usam sua visibilidade como isca para esquerdistas carentes de projeção por conta própria.
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