É certo que o grupo político de Fernando Henrique Cardoso, que havia lançado um novo jurídico para a Petrobras para prepará-la para a privatização - o risível Petrobrax - , anda se desgastando.
Fernando Henrique Cardoso, segundo revelações do Diário do Centro do Mundo, também estaria envolvido em possível esquema de propinas com a empreiteira Odebrecht.
FHC também é conhecido por ter apartamentos mais imponentes do que o "triplex do Guarujá", um deles dado de presente à amante Miriam Dutra, ex-jornalista da Globo.
No entanto, FHC, também famoso pela farra da privataria e pela compra de votos para ser candidato à reeleição, continua impune e, sem ter o que dizer, banca o dublê de oráculo para o cenário político e econômico nacional.
O consolo é que FHC é o "timoneiro" de um Titanic que afunda, o PSDB. O Tucanic.
Com José Serra e Aécio Neves num "ostracismo" estratégico, devido a denúncias de corrupção, Geraldo Alckmin foi o nome que recentemente pôs o partido a perder.
Cobrado pelos colegas do PSDB sobre a falta de coordenação e de estratégia de campanha, numa reunião de lideranças do partido, Alckmin se irritou e deixou a máscara de "santo" cair.
A reunião foi num jantar. Alckmin, indignado, perguntou se os demais líderes queriam outro candidato à Presidência da República. Alckmin reafirmou sua intenção de disputar o cargo e disse que os líderes deveriam escolhê-lo para a tarefa.
Mas a crise do PSDB não é coisa para comemorar. Até porque o PSDB parece um partido de bad boys, uma gangue de valentões políticos que aceita ser odiada, desde que seus privilégios sejam garantidos.
A coisa está muito séria. Diante dessa crise política e após o fim da greve dos caminhoneiros, quatro fatias das nossas reservas de pré-sal foram vendidas a empresas estrangeiras.
São quatro reservas envolvidas no leilão de ontem, o quinto a vender, para empresas estrangeiras, as reservas de pré-sal, aos poucos, a grupos estrangeiros.
As reservas são: Três Marias e Uirapuru, na bacia de Santos, no litoral paulista, Dois Irmãos e Itaimbezinho, na bacia de Campos, no litoral fluminense. Só esta última não teve oferta na licitação.
As demais, porém, receberam propostas e o leilão fechou no valor de R$ 3,15 bilhões.
O valor parece muito, aos olhos de quem fica vendo a mídia venal, mas é uma micharia, ainda mais porque é 50 milhões abaixo do valor mínimo estimado pelo governo, R$ 3,2 bilhões.
E, mesmo assim, para um setor como o petróleo, mesmo R$ 3,2 bilhões é pouco.
As áreas do pré-sal estão sendo vendidas para grupos estrangeiros. A Petrobras, nos seus 65 anos de existência, está perdendo o seu patrimônio, acabando com as conquistas dos brasileiros.
A Petrobras perdeu a disputa no leilão, mas devido à pressão da Federação Única de Petroleiros (FUP), conseguiu o chamado "direito de preferência", e terá participação nos consórcios vencedores.
A reserva de Uirapuru (Santos), ficou com o consórcio vencedor ExxonMobil, Petrogal, Statoil-Equinor (estatal norueguesa).
A de Três Marias (Santos), ficou com o consórcio vencedor Chevron e Shell.
E a de Dois Irmãos (Campos), com o consórcio vencedor Statoil-Equinor e BP Energy.
Juntas, as três reservas produzem uma quantidade equivalente a 12,132 bilhões de barris de petróleo. é muita coisa.
A Petrobras ficou apenas com os 30% do direito de exploração. Mas vai atuar, praticamente, como coadjuvante menor, quase como figurante.
As empresas estrangeiras vêm com poder de decisão e ficarão com o lucro, levando o dinheiro para o exterior.
Com o monopólio da Petrobras, o lucro era reservado para a Educação e Saúde públicas. 75% dos royalties e 50% do chamado Fundo Social do Pré-Sal seriam destinados para esse fim.
O controle das empresas estrangeiras dificultará o repasse de verbas para a educação.
Quando muito, só serão feitas as ações filantrópicas que rendem mais adoração pública do que melhorias sociais.
E os investimentos serão bem menores, servindo mais como um controle social pela instituição do que como um projeto para realmente ajudar o próximo, propósito que até existe, mas é minimizado dentro que permitem as classes dominantes.
Com isso, o Brasil perdeu com a venda do pré-sal e a Petrobras caminha para os 65 anos cada vez mais enfraquecida.
Infelizmente, o refrão "O Petróleo é Nosso" periga se transformar apenas numa saudosa lembrança histórica.
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