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FACHIN E A PLUTOCRACIA ENTENDERAM A ESPERANÇA QUE SERIA JULGAMENTO DE PRISÃO DE LULA


As elites entenderam a senha da reação das esquerdas ao julgamento de Gleisi Hoffmann.

A absolvição dela da acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro parecia trazer as esperanças de que Lula seria solto com o julgamento do dia 26.

Embora houvesse hipóteses de que o julgamento poderia rejeitar o pedido de liberdade do ex-presidente Lula ou apelar para a prisão domiciliar, ou mesmo libertá-lo, mas com o TSE depois banindo a candidatura pela Lei da Ficha Limpa, o evento foi cancelado.

O TRF-4 não admitiu o recurso contrário à prisão de Lula e, portanto, também não enviou o recurso ao Supremo Tribunal Federal.

O ministro Luiz Edson Fachin, integrante da segunda turma que iria julgar o pedido de liberdade, cancelou a tarefa.

Os envolvidos no processo jurídico entenderam que havia um risco de Lula ser libertado e poder se candidatar a um novo mandato presidencial.

Preferiram evitar o caminho do que colocar obstáculos em seu percurso.

Por outro lado, o mesmo TRF-4 homologou a delação premiada de Antônio Palocci, ex-ministro de Lula e Dilma Rousseff convertido agora em opositor dos antigos parceiros.

Palocci virou um "herói" dos reaças de plantão, depois que narrou ao gosto da Operação Lava Jato supostas acusações contra Lula e demais petistas.

O ex-ministro prepara sua delação quando a sociedade começa a se preocupar com a "indústria das delações", denunciada pelo advogado Rodrigo Tacla Duran.

Ainda há o caso do sítio de Atibaia, do suposto imóvel do Instituto Lula etc.

A pressão da plutocracia teve que dar essa ducha de água fria nas forças progressistas e garantir o golpe político em andamento nos últimos dois anos.

Diante desse cerco fechado e da ameaça fascista de Bolsonaro, o Brasil entrou num grande dilema.

Precisa optar, pelo menos, por um candidato neoliberal que só devolverá os direitos trabalhistas se houver muita e muita manifestação popular.

Inclusive quanto à prática equivalente ao estelionato que são as multas processuais aos trabalhadores que perderem processos trabalhistas contra os patrões.

Sob a desculpa de "arcar com os honorários dos advogados", legaliza-se o estelionato, cobrando um valor que o trabalhador não tem condição de pagar.

Como havia escrito, a plutocracia não quer dar protagonismo político-institucional às esquerdas, e elas terão que reagir voltando ao campo da oposição.

Tristes tempos. Tempos sombrios.

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