NEYMAR APOIANDO AÉCIO NEVES, MANIFESTOCHES APOIANDO O IMPEACHMENT SOB O COMANDO DE EDUARDO CUNHA, E FASCISTAS USANDO CAMISETAS DA CBF.
Nada como um dia atrás do outro.
Diz o ditado popular: "um dia é da caça, outro do caçador". Mas, no contexto em que vivemos, a ordem deve ser invertida.
Desde que os valentões da Internet fizeram patrulha pelo "estabelecido", puxando para si o "efeito manada" dos chamados "inocentes úteis" (que pegavam carona no suposto carisma do agressor e faziam coro em atos de valentonismo), muita coisa ocorreu no Brasil.
Da simples defesa de gírias próprias da mídia venal (como "balada", patenteada pelo consórcio Rede Globo / Jovem Pan) ao recente clamor da intervenção militar, os valentões das redes sociais vivem acumulando "vitórias de Pirro" aqui e ali.
Se expõem demais com mensagens agressivas, ofensas, ameaças, blogues caluniosos, ataques em massa. E quem "está dentro" também paga caro pela "inocente diversão".
Quantas pessoas que não necessariamente são de humilhar os outros mas que, ao pegar carona no "ritual" de humilhações daquela pessoa "irreverente", acaba sofrendo as consequências drásticas da cumplicidade acidental?
Muitos desses inocentes acabam sendo enquadrados por formação de quadrilha, e isso por causa de um apoio a alguém que supostamente era definido como "alegre" e "muito divertido".
No Rio de Janeiro, o patrulhamento a todo tipo de roubada lançada como falsa novidade só faz afundar o Estado, como também afundou o de São Paulo, à sua maneira.
Gírias hipermidiáticas, rádios FM pseudo-roqueiras, mulheres-frutas, pintura padronizada nos ônibus etc etc.
Tudo isso era defendido por uma patrulha organizada, que incluiu até "tribunais da Internet" e blogues ofensivos que roubavam o acervo pessoal das vítimas.
Reputações eram derrubadas ou chegavam perto disso. Até que houve uma preocupação para punir esses abusos nas redes sociais.
Hoje são os valentões que começam a sofrer o efeito bumerangue de seus atos.
Se desentendem com seus aliados, são traídos por seus amigos, se expõem tanto para criminosos quanto para policiais.
Num primeiro instante, os valentões se acham invulneráveis, e acham que as vítimas é que meteram eles em enrascadas.
A cada encrenca, reagem pondo postagens ofensivas contra suas vítimas.
Só tardiamente percebem que os valentões não vivem no seu mundinho pequeno, nas quatro paredes de seu quarto ou sala de lan house onde os valentões são o "bem" e as vítimas, o "mal" a ser exterminado.
Os valentões acabam tendo "ficha suja" na polícia, seus protocolos de Internet acabam se sujando na rede, deixando marcas que os valentões não podem mais apagar.
Num macrocosmo desse excesso de valentia, vemos o que fizeram os manifestantes que pediram "Fora Dilma".
Vestiram as camisetas da CBF para defender, se preciso, até a volta da ditadura militar.
Chegavam ao cúmulo de se apropriar até de sucessos de intérpretes progressistas, como Beth Carvalho, amiga de Dilma Rousseff, e seu sucesso "Vou Festejar".
Me lembro de como esses reaças são burros, como o Movimento Brasil Livre (aka Movimento Me Livre do Brasil).
Num vídeo organizado pelo grupo, tocou-se "Baba O'Riley" do Who, sem saber das iniciais do guitarrista compositor da música, Pete Townshend, PT, letras que deixam os emebelistas espumando de raiva.
Pior: Pete Townshend tem uma mentalidade progressista, mais ou menos como Roger Waters, um dos fundadores do Pink Floyd.
Hoje o reacionarismo que era tão convicto há dois anos tornou-se bastante vergonhoso.
É verdade que, até certo ponto, a direita é melhor de mídia que a esquerda, que, sem aprender as lições de 1963-1964, mordeu a isca do "funk", o "Cabo Anselmo" da temporada.
Em 2016, os esquerdistas achavam que a Furacão 2000, de Rômulo Costa, amigo de Luciano Huck e aliado da Rede Globo, iria salvar o governo Dilma Rousseff.
Engano. O "baile funk" de Copacabana abafou os protestos contra o impeachment e atuou mais como uma "Eguinha Pocotó de Troia" que garantiu o sossego dos que queriam tirar a presidenta do cargo.
Também em 2016, as esquerdas ficaram felizes quando viam a Liga do Funk e o suspeito Bruno Ramos (que repetia o papel de "militante zangado" de Cabo Anselmo) participando, em São Paulo, de um protesto contra a Rede Globo.
Poucos meses depois, porém, a mesma Liga do Funk gravava, feliz da vida, um quadro para o Fantástico, exibido quando Dilma Rousseff não podia mais voltar ao poder.
Mas se as esquerdas se comportaram como troianos derrotados diante do "cavalo de Troia" do "funk" patrocinado pelas Organizações Globo, as direitas se comportaram como Pirro, o vitorioso imperador de Épiro e da Macedônia.
O que se viu foi um cenário de muita confusão, no qual a sociedade que derrubou Dilma não soube, de início, se apoiava ou não o insosso e, depois, desastrado Michel Temer.
Chegavam a clamar "deixe o Temer trabalhar", mas depois passavam a rejeitar o próprio presidente ao qual davam um acanhado e constrangido apoio.
Defenderam retrocessos políticos motivados por frescuras moralistas aqui e ali. Criou-se até um surreal apoio a políticas de redução de salários e direitos das classes trabalhadoras.
Chegou-se à diarreia eleitoral de uma considerável parcela de brasileiros querer eleger Jair Bolsonaro, um híbrido entre o populismo conservador de Jânio Quadros e o golpe militar de 1964.
Mas hoje o trauma das camisetas da CBF faz com que, segundo o Datafolha, 53% dos brasileiros sentirem desinteresse pela Copa do Mundo de 2018.
A grande vontade de exibir camisetas da CBF em 2016 se tornou vergonhosa.
Além disso, nunca se profanou tanto a bandeira brasileira e o Hino Nacional Brasileiro como nos últimos anos.
A situação se assemelha ao patético, fazendo com que os bolsonaristas e emebelistas, entre outros, se expusessem ao ridículo, com a evocação de símbolos pátrios misturados com ícones militares.
Hoje o país está numa situação caótica e não será mais golpe político - ainda que camuflado do "voto livre" a um Bolsonaro para o Executivo ou Legislativo - que resolverá a situação.
Pelo contrário. Vai piorar, como piorou em Temer, que em certos aspectos parecia um Bolsonaro light.
Os bolsonaristas, na vitória de seu "mito", só vão ganhar vassouras e enxadas para "expurgar" a "sujeira comunista". E, quando muito, só receberão medíocre remuneração pela vitória obtida.
No Rio de Janeiro, a prevalência de retrocessos sócio-culturais à custa de muita valentia nas redes sociais e até nas ruas só fez o Estado se afundar.
Co-autores do golpe político de 2016, por ter eleito o medíocre e, depois, estúpido Eduardo Cunha deputado federal (além do próprio Jair Bolsonaro para o mesmo cargo), os fluminenses só estão colhendo a tempestade que queriam plantar nos outros.
A defesa de embustes ligados à cultura, comportamento ou mesmo à mobilidade urbana - os ônibus padronizados viraram grandes monstrengos sobre rodas - só fizeram os fluminenses que, salvo exceções, são famosos por fazer gozação a quem é diferente, sofrerem chacotas do resto do país.
Os fluminenses costumam fazer ironias a quem é diferente: quem faz longas caminhadas, não curte futebol, o cara que não consegue se dar bem com a mulherada, que não curte a onda do momento etc.
Mas, por ironia, os cariocas sofrem chacota do resto do país pela intolerância à diferença.
Juntamente com São Paulo, que vive seu inferno astral como refém da tirania fisiológica do PSDB e da decadência cultural da televisão e do rádio FM, o Rio de Janeiro paga o preço caro de defender tantos atrasos.
Não é à toa que os valentões de determinada época se tornam pessoas sisudas e até depressivas no futuro, fazendo caras de poucos amigos.
Depois do excesso de valentia, vem a apatia e o gosto amargo da vergonha.
Nada como um dia atrás do outro.
Diz o ditado popular: "um dia é da caça, outro do caçador". Mas, no contexto em que vivemos, a ordem deve ser invertida.
Desde que os valentões da Internet fizeram patrulha pelo "estabelecido", puxando para si o "efeito manada" dos chamados "inocentes úteis" (que pegavam carona no suposto carisma do agressor e faziam coro em atos de valentonismo), muita coisa ocorreu no Brasil.
Da simples defesa de gírias próprias da mídia venal (como "balada", patenteada pelo consórcio Rede Globo / Jovem Pan) ao recente clamor da intervenção militar, os valentões das redes sociais vivem acumulando "vitórias de Pirro" aqui e ali.
Se expõem demais com mensagens agressivas, ofensas, ameaças, blogues caluniosos, ataques em massa. E quem "está dentro" também paga caro pela "inocente diversão".
Quantas pessoas que não necessariamente são de humilhar os outros mas que, ao pegar carona no "ritual" de humilhações daquela pessoa "irreverente", acaba sofrendo as consequências drásticas da cumplicidade acidental?
Muitos desses inocentes acabam sendo enquadrados por formação de quadrilha, e isso por causa de um apoio a alguém que supostamente era definido como "alegre" e "muito divertido".
No Rio de Janeiro, o patrulhamento a todo tipo de roubada lançada como falsa novidade só faz afundar o Estado, como também afundou o de São Paulo, à sua maneira.
Gírias hipermidiáticas, rádios FM pseudo-roqueiras, mulheres-frutas, pintura padronizada nos ônibus etc etc.
Tudo isso era defendido por uma patrulha organizada, que incluiu até "tribunais da Internet" e blogues ofensivos que roubavam o acervo pessoal das vítimas.
Reputações eram derrubadas ou chegavam perto disso. Até que houve uma preocupação para punir esses abusos nas redes sociais.
Hoje são os valentões que começam a sofrer o efeito bumerangue de seus atos.
Se desentendem com seus aliados, são traídos por seus amigos, se expõem tanto para criminosos quanto para policiais.
Num primeiro instante, os valentões se acham invulneráveis, e acham que as vítimas é que meteram eles em enrascadas.
A cada encrenca, reagem pondo postagens ofensivas contra suas vítimas.
Só tardiamente percebem que os valentões não vivem no seu mundinho pequeno, nas quatro paredes de seu quarto ou sala de lan house onde os valentões são o "bem" e as vítimas, o "mal" a ser exterminado.
Os valentões acabam tendo "ficha suja" na polícia, seus protocolos de Internet acabam se sujando na rede, deixando marcas que os valentões não podem mais apagar.
Num macrocosmo desse excesso de valentia, vemos o que fizeram os manifestantes que pediram "Fora Dilma".
Vestiram as camisetas da CBF para defender, se preciso, até a volta da ditadura militar.
Chegavam ao cúmulo de se apropriar até de sucessos de intérpretes progressistas, como Beth Carvalho, amiga de Dilma Rousseff, e seu sucesso "Vou Festejar".
Me lembro de como esses reaças são burros, como o Movimento Brasil Livre (aka Movimento Me Livre do Brasil).
Num vídeo organizado pelo grupo, tocou-se "Baba O'Riley" do Who, sem saber das iniciais do guitarrista compositor da música, Pete Townshend, PT, letras que deixam os emebelistas espumando de raiva.
Pior: Pete Townshend tem uma mentalidade progressista, mais ou menos como Roger Waters, um dos fundadores do Pink Floyd.
Hoje o reacionarismo que era tão convicto há dois anos tornou-se bastante vergonhoso.
É verdade que, até certo ponto, a direita é melhor de mídia que a esquerda, que, sem aprender as lições de 1963-1964, mordeu a isca do "funk", o "Cabo Anselmo" da temporada.
Em 2016, os esquerdistas achavam que a Furacão 2000, de Rômulo Costa, amigo de Luciano Huck e aliado da Rede Globo, iria salvar o governo Dilma Rousseff.
Engano. O "baile funk" de Copacabana abafou os protestos contra o impeachment e atuou mais como uma "Eguinha Pocotó de Troia" que garantiu o sossego dos que queriam tirar a presidenta do cargo.
Também em 2016, as esquerdas ficaram felizes quando viam a Liga do Funk e o suspeito Bruno Ramos (que repetia o papel de "militante zangado" de Cabo Anselmo) participando, em São Paulo, de um protesto contra a Rede Globo.
Poucos meses depois, porém, a mesma Liga do Funk gravava, feliz da vida, um quadro para o Fantástico, exibido quando Dilma Rousseff não podia mais voltar ao poder.
Mas se as esquerdas se comportaram como troianos derrotados diante do "cavalo de Troia" do "funk" patrocinado pelas Organizações Globo, as direitas se comportaram como Pirro, o vitorioso imperador de Épiro e da Macedônia.
O que se viu foi um cenário de muita confusão, no qual a sociedade que derrubou Dilma não soube, de início, se apoiava ou não o insosso e, depois, desastrado Michel Temer.
Chegavam a clamar "deixe o Temer trabalhar", mas depois passavam a rejeitar o próprio presidente ao qual davam um acanhado e constrangido apoio.
Defenderam retrocessos políticos motivados por frescuras moralistas aqui e ali. Criou-se até um surreal apoio a políticas de redução de salários e direitos das classes trabalhadoras.
Chegou-se à diarreia eleitoral de uma considerável parcela de brasileiros querer eleger Jair Bolsonaro, um híbrido entre o populismo conservador de Jânio Quadros e o golpe militar de 1964.
Mas hoje o trauma das camisetas da CBF faz com que, segundo o Datafolha, 53% dos brasileiros sentirem desinteresse pela Copa do Mundo de 2018.
A grande vontade de exibir camisetas da CBF em 2016 se tornou vergonhosa.
Além disso, nunca se profanou tanto a bandeira brasileira e o Hino Nacional Brasileiro como nos últimos anos.
A situação se assemelha ao patético, fazendo com que os bolsonaristas e emebelistas, entre outros, se expusessem ao ridículo, com a evocação de símbolos pátrios misturados com ícones militares.
Hoje o país está numa situação caótica e não será mais golpe político - ainda que camuflado do "voto livre" a um Bolsonaro para o Executivo ou Legislativo - que resolverá a situação.
Pelo contrário. Vai piorar, como piorou em Temer, que em certos aspectos parecia um Bolsonaro light.
Os bolsonaristas, na vitória de seu "mito", só vão ganhar vassouras e enxadas para "expurgar" a "sujeira comunista". E, quando muito, só receberão medíocre remuneração pela vitória obtida.
No Rio de Janeiro, a prevalência de retrocessos sócio-culturais à custa de muita valentia nas redes sociais e até nas ruas só fez o Estado se afundar.
Co-autores do golpe político de 2016, por ter eleito o medíocre e, depois, estúpido Eduardo Cunha deputado federal (além do próprio Jair Bolsonaro para o mesmo cargo), os fluminenses só estão colhendo a tempestade que queriam plantar nos outros.
A defesa de embustes ligados à cultura, comportamento ou mesmo à mobilidade urbana - os ônibus padronizados viraram grandes monstrengos sobre rodas - só fizeram os fluminenses que, salvo exceções, são famosos por fazer gozação a quem é diferente, sofrerem chacotas do resto do país.
Os fluminenses costumam fazer ironias a quem é diferente: quem faz longas caminhadas, não curte futebol, o cara que não consegue se dar bem com a mulherada, que não curte a onda do momento etc.
Mas, por ironia, os cariocas sofrem chacota do resto do país pela intolerância à diferença.
Juntamente com São Paulo, que vive seu inferno astral como refém da tirania fisiológica do PSDB e da decadência cultural da televisão e do rádio FM, o Rio de Janeiro paga o preço caro de defender tantos atrasos.
Não é à toa que os valentões de determinada época se tornam pessoas sisudas e até depressivas no futuro, fazendo caras de poucos amigos.
Depois do excesso de valentia, vem a apatia e o gosto amargo da vergonha.
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