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COLOMBIANO, VELÉZ RODRIGUEZ ABRASILEIRA O MACARTISMO


O ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro, Ricardo Veléz Rodriguez combinou patriotismo forçado e o macartismo à brasileira da Escola Sem Partido.

Ele propôs que as escolas filmassem os alunos durante a cerimônia do hasteamento da bandeira, ao som do Hino Nacional.

Evidentemente, não há mal algum em cantar o Hino Nacional e assistir ao erguimento da bandeira no começo de cada dia escolar.

O problema é que o patriotismo forçado num país caótico como o Brasil não estimula os estudantes a admirarem a própria pátria brasileira.

Que orgulho vamos ter do Brasil diante de um cenário tão vergonhoso como este?

E com um governo totalmente vexaminoso, que é o de Jair Bolsonaro, do qual Veléz Rodriguez é, justamente, um dos ministros mais destacados, no sentido extremamente negativo do termo.

Comparado com a função da Escola de ensinar e transmitir conhecimento - objetivo seriamente prejudicado pela Escola Sem Partido - , a cerimônia de erguer a bandeira e os alunos cantarem o Hino Nacional Brasileiro são atitudes supérfluas.

Não digo, repito, que sejam inválidas, mas, diante da missão de ensinar e transmitir conhecimento, evidentemente elas vêm em segundo lugar.

E o que as crianças e adolescentes precisam é desenvolver o saber, a auto-estima e o senso crítico, antes de adorar símbolos pátrios.

Além disso, que pátria é essa cujo governo se preocupa promover a adoração de uma bandeira, mas não investe em qualidade de vida para os brasileiros?

Pelo contrário, que moral um colombiano naturalizado, Veléz Rodriguez, tem em querer que todos cantem o Hino Nacional, se a equipe de governo na qual ele faz parte investe em profundos retrocessos que irão destruir nosso Brasil?

E ele ainda quer patrulhar os alunos que não cantarem o Hino Nacional?

Ou perturbar a privacidade daqueles que estão presentes durante a execução do hino, independente de cantarem ou não?

Isso é macartismo puro, porque quem não cantar o hino pode ser dedurado e marcado pelas redes sociais?

E com um agravante: a medida também vem acrescida da evocação do lema "Brasil, Acima de Tudo, Deus, Acima de Todos", do bolsonarismo.

Isso é doutrinação ideológica, das mais explícitas, seguida do patrulhamento próprio da Escola Sem Partido.

Forçar o bolsonarismo, constranger as crianças, forçá-las a cumprir o roteiro cerimonial todo, sob pena de ser humilhada nas imagens gravadas que poderão ser divulgadas nas redes sociais.

Isso é o contrário da Educação, porque, em vez de promover a cidadania, promove a humilhação pública, permitindo o valentonismo real ou digital.

E valentonismo incentivado pelo ministro da Educação é uma séria ofensa para as pessoas que ainda estão formando seus valores e seus aprendizados na vida. Triste.

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