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QUAL O FUTURO DA BAND SEM RICARDO BOECHAT?

RICARDO BOECHAT, NO JORNAL DA BAND, AO LADO DE PALOMA TOCCI.

Um interessante texto do Gente, portal de celebridades do IG, indaga sobre o futuro do Grupo Bandeirantes sem Ricardo Boechat.

A morte do âncora da TV Bandeirantes e da Band News FM deixou uma lacuna irreparável.

Isso é consenso. Boechat tinha uma inteligência e uma competência ímpares e um talento peculiar que não deixará substituto.

O texto do portal Gente fala que mesmo possíveis candidatos à sucessão de Boechat não têm condições de substitui-lo.

Na TV, tem-se Fábio Pannunzio, que conduzirá o Jornal da Band agora como titular.

Na Band News, pelo menos na bancada matriz, de São Paulo, Carla Bigatto e Eduardo Barão continuarão no horário habitual, não havendo mais os comentários e a comunicação do finado jornalista.

Vários jornalistas especulados pelo artigo de Gente para substituir Boechat apresentam problemas aqui e ali.

Rachel Sheherazade e William Waack foram sondados pela Band, mas não foram contratados. Ambos causam polêmica por serem polarizadores e não têm o carisma de Boechat.

Reinaldo Azevedo está na Band News mas seu estilo é bem mais panfletário, é também polarizador e jornalisticamente ele não tem o talento e a bagagem do falecido jornalista.

Ana Paula Padrão poderia substituir, se ela não tivesse trocado o jornalismo pelo entretenimento, área em que ela hoje se encontra consolidada.

Isso faz com que o estilo de Ricardo Boechat se tornasse insuperável.

A audiência da Band News tornou-se fragilizada, pois era o falecido âncora que atraiu o maior número de ouvintes, e isso é grave num contexto de crise do Grupo Bandeirantes.

O Grupo Bandeirantes sofre com a briga interna da família Saad, com os irmãos disputando seu espólio.

A empresa midiática anda com séria crise financeira e, recentemente, Paloma Tocci pediu demissão por não aceitar redução salarial.

Dentro da mídia hegemônica, a morte de Ricardo Boechat causou um baque profundo, pois ele era um dos poucos com diferencial de uma visão de mundo relativamente objetiva e uma capacidade de transmitir informações menos conhecidas do grande público.

Em que pese ter decepcionado pelas posturas adotadas após o golpe político de 2016, Ricardo Boechat ainda primava pela inteligência profunda que o fazia transmitir conhecimentos valiosos aqui e ali.

Como, por exemplo, no caso do incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em setembro passado, quando o âncora nos relembrou de um incêndio, exatos 60 anos antes (setembro de 1958), do Convento do Carmo, na mesma cidade, que destruiu várias obras de arte de grande valor.

O assunto estava esquecido e Boechat relembrou a respeito dessa triste ocorrência, um dos fatos trágicos daquele ano quase sempre brilhante de 1958, além do assassinato da jovem Aída Curi.

O impacto da morte de Boechat foi maior, para a mídia hegemônica, do que o falecimento de Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, para a mídia alternativa, em que pese ambas as perdas serem igual e profundamente lamentáveis.

Isso porque o DCM conseguiu crescer e dar a volta por cima, num contexto em que outros veículos do meio, como Brasil 247, Jornal GGN, Nocaute e Os Divergentes crescem de maneira exemplar.

Por outro lado, veículos como Band se debilitam e a Isto É, que tinha Ricardo Boechat como colunista, anda também muito enfraquecida.

O jornalismo da chamada mídia empresarial tem raros jornalistas autênticos de grande projeção, e a lacuna de Ricardo Boechat não poderá jamais ser preenchida.

Será um tempo de muita reflexão na mídia empresarial, e um momento de profundos impasses. Talvez um bom caminho seja abrir mão do panfletarismo dos últimos 15 anos e buscar uma maior aproximação com a realidade dos fatos.

Com um pouco mais de compromisso objetivo com os fatos, talvez a mídia hegemônica possa, ao menos, aliviar a dor da perda de seu mais importante jornalista.

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