Ontem, Gustavo Bebianno oficializou sua saída do governo Jair Bolsonaro.
Ele deixou o ministério da Secretaria-Geral da Presidência da República, consolidando o que havia sido anunciado há poucos dias.
Seu substituto é xará de uma figura histórica e marcada pelo autoritarismo na Presidência da República: Floriano Peixoto Neto, general da reserva.
A queda do maior aliado agrava uma crise de um governo que, até agora, não trouxe uma medida realmente positiva para os brasileiros, passados mais de 45 dias.
A saída de Bebianno tem um detalhe: ele era um dos maiores apoiadores e ajudantes da campanha de Jair Bolsonaro.
Ele foi denunciado como envolvido no esquema de laranjas do Partido Social Liberal (PSL), no qual candidatos com poucas chances de vitória recebiam verbas eleitorais, alimentando outros candidatos que pudessem ter chances maiores de vencer.
Em contrapartida, Bebianno, que aparentemente não vai denunciar o ex-aliado, tem informações secretas que podem pôr o governo Bolsonaro a perder.
E isso incomoda Jair Bolsonaro, que talvez possa agir com cautela, mexendo com as peças mesmo com o antigo parceiro fora de seu governo, para evitar que ele abrisse o bico e contasse tudo.
E aí houve um conflito com os filhos de Bolsonaro e tornou-se desafeto, sobretudo, de Carlos Bolsonaro, considerado o pitbull da família.
Enfurecido com Bebianno, Carlos chamou-o de "mentiroso" quando este disse que falou três vezes com o presidente, enquanto este se recuperava de uma cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Carlos estava acompanhando o pai e alega que Gustavo não telefonou para o presidente.
Enquanto isso, a corrupção do PSL, num confuso cenário em que Jair Bolsonaro vai a uma reunião de ministros com paletó, camiseta falsificada do Palmeiras e chinelos, faz com que os filhos do presidente apelem para uma solução.
Essa solução também tem outra referência histórica: é a volta da União Democrática Nacional, a UDN, partido de direita que existiu entre 1945 e 1965.
A UDN foi extinta e o grosso de seus membros e herdeiros migrou para outras siglas similares: ARENA, PDS, PFL ou PPB e DEM ou PP.
Consta-se que o "espírito" da UDN reencarnou, mesmo, na ARENA, PDS, PFL e DEM, no que se diz ao engajamento direitista brasileiro.
Aparentemente, é só um rumor a intenção dos Bolso Boys de saírem do PSL para a UDN, cuja ressurreição já está em fase de finalização na Justiça Eleitoral.
Todavia, um dos filhos de Jair, Eduardo Bolsonaro, negou que fosse mudar para a sigla.
Mas rumores indicam que pode haver a debandada do "PSL não-laranja" para a nova UDN.
Enquanto ocorrem esses escândalos e "titia Dalmares" faz pegadinhas para setores festivos das esquerdas morderem a isca e distrair com as pautas "identitárias", Paulo Guedes e Sérgio Moro preparam o inferno para os brasileiros.
Paulo Guedes prepara uma privataria e uma série de medidas econômicas de fazer careca arrancar os cabelos.
O objetivo do "posto Ipiranga" de Jair Bolsonaro é fazer o mercado financeiro ganhar mais dinheiro e os rentistas, como o próprio "superministro" da Economia, levarem generosíssimas quantias financeiras para suas contas pessoais em paraísos fiscais.
Para quem conheceu a Privataria de Fernando Henrique Cardoso e seus colegas do PSDB, saberá que isso tudo é café pequeno diante do banquete que Paulo Guedes e sua turma farão com a grana dos brasileiros.
E Sérgio Moro, que se revelou um mero justiceiro, tira de filme de ação, lançará seu plano "anti-crime" que mais parece uma "fábrica" de novos exterminadores.
Segundo especialistas, o "plano Moro", que foi desenvolvido ao arrepio da Constituição Federal e do Código Penal, tende a ser um holocausto self service e a varejo.
O que a liberação do porte de armas ao cidadão comum e o abrandamento da punição a policiais violentos vai causar de carnificina será coisa incalculável.
Nada inédito, porque até na crise da ditadura militar se via esse banho de sangue em doses homeopáticas.
Mas agora tudo isso terá respaldo legal, o que quer dizer que as ocorrências se multiplicarão.
O Brasil caminha para seu pior pesadelo.
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