EXEMPLOS DE FALSA LIBERDADE.
O que o negacionista factual não suporta é criticar o que ele entende como “liberdade humana”, muitas vezes confundida com felicidade, mesmo quando o que está em jogo é um entusiasmo temporário.
Fala-se em “liberdade plena”, de ser “dono do próprio nariz”, de “fazer o que quiser” e tudo o mais. Mas isso não se refere a atos dignos, construtivos nem benéficos, mas a atos fúteis e até nocivos.
Fala-se em “direito” de jogar comida fora ou de se embriagar a noite toda. Fala-se no consumo de cigarros como se fosse “a melhor coisa da vida”. E ainda vemos os abusos de liberdade que vão de um simples vandalismo até o crime de feminicídio.
Mas a “liberdade” acaba sucumbindo a uma visão autoritária do prazer humano. Você tem que ter um cônjuge, como se a vida fosse uma grande Arca de Noé. Você tem que gostar de futebol. Você tem que tomar cerveja. Você tem que comer pão com mortadela. Você tem que passar horas nas redes sociais. Tudo isso se impõe sob o risco de cancelamento ou de baboseiras como “Ele não curte as coisas boas da vida”.
Um país marcado por sua geografia tropical, associado a florestas e litorais praianos, a ideia de “liberdade” parece ser plena. Mas a liberdade acaba provocando desigualdades, na medida em que a liberdade excessiva e abusiva de alguns ameaça e sufoca a liberdade dos outros.
Ter senso crítico e contestar não pode ser visto como uma atitude reprovável. Esquecemos que os piores resmungões são aqueles que odeiam ver gente reclamando, se entristecendo e sentindo mal estar. Não são os que contestam um monte de problemas, até porque estes são mais corajosos na enumeração dos erros humanos.
O problema é que os moralistas odeiam ver gente reclamando porque não querem arcar com os problemas existentes. Dizem que é positivo nunca contestar mas a consciência de um problema é sufocada e isso fica pior.
Afinal, o sujeito parece luz por fora e é treva por dentro, quando não consegue reagir contra adversidades pesadas. Neste caso, deplorável é o religioso que pede para ninguém reclamar e para fingir que está tudo bem.
As desigualdades aberrantes do nosso país, com uma deterioração sociocultural gritante, faz com que tenhamos que repensar a liberdade humana, buscando um equilíbrio de liberdade de instintos e liberdade de consciência, para que as pessoas não sejam escravas de seus impulsos, vício que tanto provocou e ainda provoca desastres em nossa sociedade.
É somente levando em conta os escrúpulos da consciência que fará com que a liberdade de instintos tenha um freio que possa prevenir os abusos e crimes que tanto trouxeram sofrimentos e traumas. Milhões de vidas seriam poupadas se não fossem os instintos libertinos de uma parcela de brasileiros.
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