MESMO COM O MARIDO JAIR PRESO, MICHELLE BOLSONARO DEMONSTRA QUE A EXTREMA-DIREITA NÃO SE SENTE INTIMIDADA COM O LULISMO.
Enquanto Lula se impõe como o “candidato único da democracia”, o bolsonarismo até agora não se sente intimidado, apesar das crises imensas, da prisão de Jair Bolsonaro e das neuroses do filho Eduardo Bolsonaro, e dos desentendimentos com a direita moderada.
O fator surpresa mais recente se deu quando a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ordenou para seu partido, o Partido Liberal (PL) cancelar o apoio a Ciro Gomes, no Ceará, e a Eduardo Paes, no Rio de Janeiro. A decisão mostrou o impressionante poder de Michelle, já citada nas supostas pesquisas de opinião como possível presidenciável.
Michelle Bolsonaro chega mesmo a se impor sobre seus três enteados, Carlos, Flávio e Eduardo, e anda caisando alvoroço na direita. Os lulistas vibram imaginando que a divisão da direita facilitaria a reeleição de Lula.
No entanto, o suposto racha da direita - agora vista, de maneira generalizada, pelos lulistas como “quase totalmente fascista” - não quer dizer que possa se enfraquecer, muito pelo contrário. De repente a divisão pode se transformar numa diversidade de candidaturas que pode enfraquecer o lulismo. Imagine, como houve na Bolívia, a disputa de dias candidaturas de direita no segundo turno?
A polarização política está complicando a vida dos brasileiros. E se os bolsonaristas não se sentem intimidados, se achando mais fortes e resilientes, os lulistas tentam nos fazer crer que a polarização não tem a ver com Lula, pois para eles é só banir o bolsonarismo que a polarização acabou.
Tudo virou uma briga de torcidas. E o mais surreal é que o campo dito democrático apela para uma medida da República Velha para se manter, que é o “voto de cabresto”, através do favoritismo exclusivo de Lula.
E o mais surreal é que se trata de uma "democracia" que não tolera a livre escolha, impondo uma opção única, um líder que centraliza seu poder de tal forma que só ele vai decidir pelo país, enquanto só resta ao povo brincar, dançar e cantar. Um Brasil transformado em parque de diversões do mundo, uma nação supostamente poderosa através do "Sul Global" e que, no entanto, torna-se o playground do Primeiro Mundo, apesar do status pretenso de "nação desenvolvida da América do Sul".
Daí que a polarização não vai acabar se o bolsonarismo for extinto. Até porque, com o lulismo em pé, o bolsonarismo também fica em pé. Um se alimenta com a oposição ao outro, como duas forças simétricas, dois polos opostos. Mesmo com o lulismo tentando se triunfar sobre o bolsonarismo, o bolsonarismo só será extinto se pudermos adotar uma alternativa também ao Lula.
Não dá para aceitarmos o círculo vicioso da polarização que está cansando nas redes sociais, como o atual vitimismo de Jair Bolsonaro e o triunfalismo cego de Lula, deixando o nosso país refém dessa briga de torcidas que nada contribui com o progresso real do nosso país e de nosso povo.
Nossa democracia não precisa de um candidato único. Precisamos ter direito a escolher, não podemos depender dos institutos e suas supostas pesquisas de opinião para eleger um presidente. Precisamos repensar o Brasil, em vez da zona de conforto de deixar tudo para um senhor de 80 anos decidir quase sempre sozinho enquanto boa parte da sociedade é aconselhada a brincar, consumir e festejar.
A polarização coloca o Brasil num terrível dilema: ou ele vira um misto de quartel com igreja, ou ele se transforma num parque de diversões. A polarização mostrou que não deseja um novo país, próspero e justo, mas tão somente um país precarizado sob dois aspectos diferentes. É hora de pensarmos numa nova opção política para nosso país.
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