Pular para o conteúdo principal

A INGENUIDADE DAS ESQUERDAS BRASILEIRAS EM CULTUAR NÃO-ESQUERDISTAS

 
AS ESQUERDAS, ILUDIDAS, VIRAM EM JOE BIDEN UM "ALIADO" SÓ PORQUE DERROTOU DONALD TRUMP NA CAMPANHA PRESIDENCIAL DOS EUA.

As esquerdas brasileiras insistem em acreditar que estamos em 2002.

Veio o apagão no Amapá, que dura mais de dez dias, pelo menos até o fechamento deste texto, e as esquerdas já comparam com a Crise do Apagão do segundo governo Fernando Henrique Cardoso.

Com as relativas vitórias das esquerdas nas presidências da Argentina e Bolívia e na resistência de Nicolas Maduro na Venezuela, as esquerdas brasileiras acham que irão retomar o poder em 2022.

Nada disso. Eu gostaria que fosse, mas tendo um pingo de realismo e visão do cenário sócio-político que temos, admito que isso é impossível.

O golpe político de 2016 representou uma pressão política terrível, e muito dinheiro foi investido para derrubar Dilma Rousseff, impor uma série de retrocessos trabalhistas, saquear nossas riquezas e apelar para o radicalismo de Jair Bolsonaro elegendo-o presidente e promovendo o caos.

É esse o objetivo da direita golpista: leva-se ao extremo com Bolsonaro para que a direita moderada reapareça com seu aparente bom-mocismo e se ofereça como a pretensa salvação da pátria.

E as esquerdas mordem a isca direitinho. Elas sucumbem ao culturalismo conservador do qual só percebem uma parte da coisa.

Culturalismo conservador não é só desigualdade na educação de crianças pelos pais ou professores, nem patroa se relacionando hierarquicamente com empregada.

Culturalismo conservador é "baile funk", é pobre morar em casas caindo aos pedaços nas favelas, é prostituta tomando surra de freguês machão, é vaquejada fazendo rodeio, é mulher-objeto não fazendo outra coisa além de sensualizar, é livro "espírita" dizendo o quanto sofrer desgraças é maravilhoso.

Mas as esquerdas ficam com os "brinquedos culturais" da centro-direita, e se iludem. Volta e meia elegem seu "direitista favorito" não como alguém de fora que merece diálogo, mas alguém que se supõe "estar dentro das forças esquerdistas".

Do "médium espírita" mineiro que apoiava abertamente a ditadura militar e o AI-5 até Joe Biden, as esquerdas já cultuaram seus direitistas de estimação por conta de alguns critérios:

1) Discurso pretensamente desenvolvimentista, caprichando em jargões como "sustentabilidade" e "mobilidade urbana";

2) Discurso pretensamente pacifista, supostamente anti-polarização e que promete a união de todos em prol de um hipotético progresso social;

3) Discurso que supostamente exalte o povo pobre, ainda que o descreva como uma multidão de pessoas ingênuas e patéticas, numa narrativa que alterna entre o pitoresco e o piegas;

4) Discurso pretensamente futurista, como na narrativa religiosa que, por mais que defenda a desgraça humana na vida presente, capriche na ênfase de uma suposta bonança na vida futura;

5) Discurso pretensamente moderno, quando uma narrativa tecnocrática evoque termos como "interatividade" e "cidadania", além de outros termos, mais oportunistas, como "otimização" e "racionalidade".

Como não são discursos hidrófobos, as esquerdas aceitam numa boa, e volta e meia os "brinquedos culturais" impelem os esquerdistas em cair no conto da "espiritualidade", ou da "cultura das periferias", ou da "emoção do futebol", isso quando não veem a maconha a "salvação da lavoura".

Falam em tomar aquele "delicioso (sic) chopinho gelado" (argh!), sem se dar conta do quanto Jorge Paulo Lemann se enriqueceu às custas da cerveja tomada pelos esquerdistas.

PSEUDO-ESQUERDISTA NOS ANOS 2000, FERNANDO COLLOR VOLTOU A ESTAR À VONTADE COMO DIREITISTA AO LADO DE JAIR BOLSONARO.

Durante um bom tempo Fernando Collor, apesar de toda aquela trapaça da campanha eleitoral de 1989 envolvendo a Rede Globo, foi um pretenso símbolo das esquerdas brasileiras. 

Um pseudo-esquerdista, um direitista festivo e um conservador funcional, Fernando Collor só deixou a máscara que colocou em 2005 cair em 2016, quando passou a defender o golpe contra Dilma Rousseff.

Recentemente, ele e o presidente Jair Bolsonaro eram todos sorrisos, à maneira de Sérgio Moro ao lado de Aécio Neves tempos atrás, durante eventos diversos em Alagoas.

Entre eles, havia a inauguração de uma torneira numa cidade do interior. A contragosto e de modo violento, Jair Bolsonaro carrega uma criança para tomar um banho numa caixa d'água.

As esquerdas teimam com sua ingenuidade de tal forma que caem direitinho em qualquer falácia que envolva os critérios que acima delimitei.

Ainda que seja um pretenso desenvolvimentismo de pastiches grosseiros de Juscelino Kubitschek, sem a grandeza deste saudoso político de Diamantina, as esquerdas aceitam de bom grado, sem ter a mínima ideia do que se trata, bastando apenas um enunciado.

A MIOPIA DAS ESQUERDAS BRASILEIRAS TALVEZ ESTEJA CONFUNDINDO EDUARDO MOREIRA (E) COM EDUARDO PAES, SÓ ENXERGANDO A TESTA GRANDE EM COMUM.

O caso de Eduardo Paes é uma grande aberração. Setores das esquerdas, incluindo muita gente boa da mídia alternativa, se deixa levar pela conversa mole do candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, mesmo sendo ele do mesmo DEM de Rodrigo Maia.

Não se sabe por que motivo, talvez tão somente por um vaguíssimo discurso pretensamente desenvolvimentista, que faz as esquerdas dormirem tranquilas por um tímido enunciado.

Ou talvez seja muita cerveja e muita maconha, de parte de uns poucos esquerdistas, capazes de fazer um "funk" soar tipo o Velvet Underground nas suas mentes alucinadas, que os façam confundir Eduardo Paes com o economista Eduardo Moreira, este, sim, um progressista de palavra e ações.

Eduardo Paes fala com a mesma linguagem de Luciano Huck, que é a versão em português de todo o discurso big tech que ninguém menos que Mark Zuckerberg e Elon Musk fazem em suas palestras e depoimentos.

As esquerdas médias, em sua miopia, talvez confundam um e outro pela testa grande, por um visual que, em plena distância e uma visão embaçada, pareça semelhante à primeira (fraca) vista.

A ingenuidade das esquerdas, que não abrem mão dos "brinquedos" da centro-direita, deixando-os momentaneamente no armário até quando houver nova "brincadeira", não as faz fortalecidas.

Muito pelo contrário. As esquerdas empoderam justamente o poder midiático e o culturalismo conservador que transmitem esses valores e personalidades da centro-direita que contaminam o imaginário das esquerdas apenas por expressar uma narrativa mais dócil.

Como um efeito de loop que faz com que o Brasil retome certos cacoetes - mais uma vez temos que aturar a imprensa chamando grupos vocais de "bandas", como no caso recente do ícone k-pop Blackpink - , as esquerdas vivem a eterna saudade de 2002, que se realimenta constantemente.

Só que vivemos em outros tempos. Não há como furar a bolha do lado que se quer e aceitar fazer diálogo com o primeiro direitista que carregar uma criança negra e pobre no colo ou que prometa pagar o rodízio de chope dos jornalistas da mídia alternativa.

Não há como apostar num Mário Kertèsz, num "médium de peruca" ou num Jaime Lerner como pretensos salvadores das esquerdas, prometendo paz mundial, sustentabilidade, interatividade ou mobilidade urbana.

Frear essa ingenuidade não se limita apenas a acionar seu desconfiômetro para Luciano Huck ou Tábata Amaral, e aceitar qualquer outro discurso não-raivoso pretensamente assistencialista ou progressista.

O "médium espírita" que usou peruca e terminou seus dias parecendo uma versão live-action do Eustáquio do desenho Coragem, o Cão Covarde (Courage the Cowardly Dog), sucesso no Cartoon Network, tinha ideias direitistas de arrepiar, espécie de fascismo água-com-açúcar.

As esquerdas chamaram o "médium" de "socialista" só porque viram ele carregar criança pobre no colo e falar em paz mundial e se deram mal. Fizeram o mesmo jogo da extrema-direita capaz de chamar até o Fundo Monetário Internacional de "agente comunista".

As esquerdas precisam ter autocrítica, em vez de se vitimizarem e esconderem seus erros debaixo do tapete. Nem as acusações que a direita fez da "corrupção do PT", por mais ridículas que fossem, tiveram uma resposta explicativa rigorosa de nossos esquerdistas.

É certo que uma DR nas mídias alternativas, transformando a imprensa progressista em divã, pode fazer os esquerdistas, em princípio, ficarem em desvantagem.

Paciência. O jogo político de hoje dificilmente vai reservar algum lugar para esquerdistas, que, quando muito, só poderão ter vitórias pontuais, talvez com Guilherme Boulos em São Paulo e Manuela D'Ávila em Porto Alegre.

Mas nada que represente uma volta do PT ao Governo Federal.

As esquerdas precisam se rever. Se não houve corrupção no PT, nada custa explicar isso com detalhes em séries de textos, para ao menos dificultar as réplicas da direita raivosa que, mesmo falando bobagens, acabam levando a melhor na disputa de narrativas.

As esquerdas precisam também dizer que se arrependeram de apoiar o "médium de peruca", que tomaram consciência de que existem bolsonaristas no "funk", que viver na favela e se prostituir não é tão legal assim.

Ter autocrítica é bom e os verdadeiros fortes são aqueles que reconhecem seus erros e mudam de verdade. 

Falta nas esquerdas uma atitude assim, de dizer que acreditaram nisso e se arrependeram, que foram enganados pelos verdadeiros corruptos e pelos inimigos internos das esquerdas, que não se limitam aos Palocci da vida, mas podem 

Os arrivistas é que erram e, quando deixam de errar, se calam quanto a isso, abandonando o erro mais por falta de necessidade do que por remorso. Até porque são os erros que garantem os privilégios dos arrivistas, que simplesmente se aposentam de suas ações erradas.

As esquerdas não podem agir assim. Precisam ter um pouco mais de semancol. Jogar fora os "brinquedos culturais" da centro-direita, e não guardá-los no sótão.

Devemos fazer isso antes que o "camarada Biden" promova um banho de sangue na Venezuela para derrubar o governo de Nicolas Maduro e iniciar a derrubada de governos progressistas na América Latina.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

BRASIL PASSOU POR SEIS DÉCADAS DE RETROCESSOS SOCIOCULTURAIS

ANTES RECONHECIDA COMO SÉRIO PROBLEMA HABITACIONAL, A FAVELA (NA FOTO, A ROCINHA NO RIO DE JANEIRO) TORNOU-SE OBJETO DA GLAMOURIZAÇÃO DA POBREZA FEITA PELAS ELITES INTELECTUAIS BRASILEIRAS. A ideia, desagradável para muitos, de que o Brasil não tem condições para se tornar um país desenvolvido está na deterioração sociocultural que atingiu o Brasil a partir de 1964. O próprio fato de muitos brasileiros se sentirem mal acostumados com essa deterioração de valores não significa que possamos entrar no clube de países prósperos diante dessa resignação compartilhada por milhares de pessoas. Não existe essa tese de o Brasil primeiro chegar ao Primeiro Mundo e depois “arrumar a casa”, como também se tornou inútil gourmetizar a decadência cultural sob a desculpa de “combater o preconceito”. Botar a sujeira debaixo do tapete não limpa o ambiente. Nosso país discrimina o senso crítico, abrindo caminho para os “novos normais” que acumulamos, precarizando nosso cotidiano na medida em que nos resig...

“ROCK PADRÃO 89 FM” PERMITE CULTUAR BANDAS FICTÍCIAS COMO O VELVET SUNDOWN

Antes de irmos a este texto, um aviso. Esqueçamos os Archies e os Monkees, bandas de proveta que, no fundo, eram muito boas. Principalmente os Monkees, dos quais resta vivo o baterista e cantor Micky Dolenz, também dublador de desenhos animados da Hanna-Barbera (também função original de Mark Hamill, antes da saga Guerra nas Estrelas).  Essa parcela do suposto “rock de mentira” até que é admirável, despretensiosa e suas músicas são muito legais e bem feitas. E esqueçamos também o eclético grupo Gorillaz, influenciado por hip hop, dub e funk autêntico, porque na prática é um projeto solo de Damon Albarn, do Blur, com vários convidados. Aqui falaremos de bandas farsantes mesmo, sejam bandas de empresários da Faria Lima, como havíamos descrito antes, seja o recente fenômeno do Velvet Sundown, grupo de hard rock gerado totalmente pela Inteligência Artificial.  O Velvet Sundown é um quarteto imaginário que foi gerado pela combinação de algoritmos que produziram todos os elementos d...

RADIALISMO ROCK: FOMOS ENGANADOS DURANTE 35 ANOS!!

LOCUTORES MAURICINHOS, SEM VIVÊNCIA COM ROCK, DOMINAVAM A PROGRAMAÇÃO DAS DITAS "RÁDIOS ROCK" A PARTIR DOS ANOS 1990. Como o público jovem foi enganado durante três décadas e meia. A onda das “rádios rock” lançada no fim dos anos 1980 e fortalecida nos anos 1990 e 2000, não passou de um grande blefe, de uma grande conversa para búfalos e cavalos doidos dormirem. O que se vendeu durante muito tempo como “rádios rock” não passavam de rádios pop comuns e convencionais, que apenas selecionavam o que havia de rock nas paradas de sucesso e jogavam na programação diária. O estilo de locução, a linguagem e a mentalidade eram iguaizinhos a qualquer rádio que tocasse o mais tolo pop adolescente e o mais gosmento pop dançante. Só mudava o som que era tocado. Não adiantava boa parte dos locutores pop que atuavam nas “rádios rock” ficarem presos aos textos, como era inútil eles terem uma boa pronúncia de inglês. O ranço pop era notório e eles continuavam anunciando bandas como Pearl Jam e...

NEM SEMPRE OS BACANINHAS TÊM RAZÃO

Nesta suposta recuperação da popularidade de Lula, alimentada pelo pesquisismo e sustentada pelos “pobres de novela” - a parcela “limpinha” de pessoas oriundas de subúrbios, roças e sertões - , o faz-de-conta é o que impera, com o lulismo se demonstrando um absolutismo marcado pela “democracia de um homem só”. Se impondo como candidato único, Lula quer exercer monopólio no jogo político, se recusando a aceitar que a democracia não está dentro dele, mas acima dele. Em um discurso recente, Lula demoniza os concorrentes, dizendo para a população “se preparar” porque “tem um monte de candidato na praça”. Tão “democrático”, o presidente Lula demoniza a concorrência, humilhando e depreciando os rivais. Os lulistas fazem o jogo sujo do valentonismo ( bullying ), agredindo e esnobando os outros, sem respeitar a diversidade democrática. Lula e seus seguidores deixam bem claro que o petista se acha dono da democracia. Não podemos ser reféns do lulismo. Lula decepcionou muito, mas não podemos ape...

LULA DEVERIA SE APOSENTAR E DESISTIR DA REELEIÇÃO

Com o anúncio recente do ator estadunidense Michael Douglas de que iria se aposentar, com quase 81 anos de idade, eu fico imaginando se não seria a hora do presidente Lula também parar. O marido de Catherine Zeta-Jones ainda está na sua boa saúde física e mental, melhor do que Lula, mas o astro do filme Dia de Fúria (Falling Down) , de 1993, decidiu que só vai voltar a atuar se o roteiro do filme valer realmente a pena  Lula, que apresenta sérios problemas de saúde, com suspeitas de estar enfrentando um câncer, enlouqueceu de vez. Sério. Persegue a consagração pessoal e pensa que o mundo é uma pequena esfera a seus pés. Seu governo parece brincadeira de criança e Lula dá sinais de senilidade quando, ao opinar, comete gafes grotescas. No fim da vida, o empresário e animador Sílvio Santos também cometeu gafes similares. Lula ao menos deveria saber a hora de parar. O atual mandato de Lula foi uma decepção sem fim. Lula apenas vive à sombra dos mandatos anteriores e transforma o seu at...

ATÉ PARECE BRIGUINHA DE ESCOLA

A guerra do tarifaço, o conflito fiscal movido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, leva ao paroxismo a polarização política que aflige principalmente o Brasil e que acaba envolvendo algumas autoridades estrangeiras, diante desse cenário marcado por profundo sensacionalismo ideológico. Com o "ativismo de resultados" pop das esquerdas woke  sequestrando a agenda esquerdista, refém do vício procrastinador das esquerdas médias, que deixam as verdadeiras rupturas para depois - vide a má vontade em protestar contra Michel Temer e Jair Bolsonaro, acreditando que as instituições, em si, iriam tirá-los de cena - , e agora esperam a escala 6x1 desgastar as mentes e os corpos das classes trabalhadoras para depois encerrar com essa triste rotina de trabalho. A procrastinação atinge tanto as esquerdas médias que contagiaram o Lula, ele mesmo pouco agindo no terceiro mandato, a não ser na produção de meros fatos políticos, tão tendenciosos que parecem mais factoides. Lula transforma seu...

O 'REALITY SHOW' DE LULA CONTRA TRUMP

Parece um noticiário político como qualquer outro, se não fosse seu caráter simplório. A “heroica” atuação de Lula contra o “império fiscal” de Donald Trump e seu bonapartismo internacional contra o fascismo parecem corretos, mas tudo não passa de um espetáculo que é profundamente diversionista, pois distrai o público da bolha lulista que se esquece dos problemas reais e diretos do país. Lula tem como peça de manobra a substituição de reivindicações diretas por outras indiretas. A causa palestina e o tarifaço não influem diretamente no cotidiano do povo pobre da vida real, mas trazem visibilidade e produz notícias, exibe o presidente Lula ao mundo. Essas duas pautas, por mais justas que sejam, elas são secundárias, porque não influem de imediato na garantia de comida, emprego e moradia para o povo brasileiro. Lula fala muito grosso com Benjamin Netanyahu e Donald Trump, como falou grosso com Sérgio Moro, Jair Bolsonaro e Roberto Campos Neto. Mas fala fininho com o empresariado que expl...

A FALSA RECUPERAÇÃO DA POPULARIDADE DE LULA

LULA EMPOLGA A BURGUESIA FANTASIADA DE POVO QUE DITA AS NARRATIVAS NAS REDES SOCIAIS. O título faz ficar revoltado o negacionista factual, voando em nuvens de sonhos do lulismo nas redes sociais. Mas a verdade é que a aparente recuperação da popularidade de Lula foi somente uma jogada de marketing , sem reflexão na realidade concreta do povo brasileiro. A suposta pesquisa Atlas-Bloomberg apontou um crescimento para 49,7%, considerado a "melhor" aprovação do presidente desde outubro de 2024. Vamos questionar as coisas, saindo da euforia do pesquisismo. Em primeiro lugar, devemos pensar nas supostas pesquisas de opinião, levantamentos que parecem objetivos e técnicos e que juram trazer um recorte preciso da sociedade, com pequenas margens de erros. Alguém de fato foi entrevistado por alguma dessas pesquisas? Em segundo lugar, a motivação soa superficial, mais voltada ao espetáculo do que ao realismo. A recuperação da popularidade soa uma farsa por apenas envolver a bolha lulist...

NEM TUDO QUE NÃO FOR LULA É EXTREMA-DIREITA

LULA SE ESQUECE QUE DEMOCRACIA NÃO TEM DONO. A campanha de Lula para combater o tarifaço de Donald Trump, reunindo presidentes e primeiros-ministros para um “movimento internacional pela democracia” - lembrando que Lula age como se fosse dono da palavra “democracia” - , é de um pretensiosismo vergonhoso. Descobrimos, através de fatos e de consistentes argumentações de especialistas, que o tarifaço de Trump causará menos impacto na economia brasileira do que se imagina. Causará danos, sim, mas eles se referem a setores específicos, como exportações. Em contrapartida, o IOF, obsessão do governo Lula, causará estragos maiores, pois na cadeia econômica isso vai refletir na transferência do ônus dos tributos aos preços. Lula não recuperou a popularidade. Ela continua baixa e dramaticamente baixa. O povo não é ingênuo e não se apega a fetiches. Se Lula deixou de ser um líder popular para ser a mascote da Faria Lima, é inútil brigar com os fatos, mesmo com avalanches de textões, voadoras e in...