Muita calma nesta hora. Este é o aviso que se dá às esquerdas médias brasileiras que se comportam como se fosse a classe média de Oslo.
Os EUA não implantaram o socialismo, o Partido Democrata nunca foi um partido de esquerda e Kamala Harris, a vice-presidente eleita, atuará nos limites do neoliberalismo político estadunidense.
Falando nisso, sabe-se que Joe Biden, que havia sido vice-presidente de Barack Obama, venceu as eleições presidenciais dos EUA ganhando votos na Pensilvânia, um dos Estados estratégicos diante da disputa por votos com o atual presidente, Donald Trump.
Biden conseguiu atingir e ultrapassar o limite de 270 delegados, número mínimo para garantir a vitória de um presidenciável nos EUA.
Trump não aceita a derrota, já pediu recontagem de votos e prometeu que irá agir contra a vitória do rival. Mas duvida-se que ele consiga algum êxito nisso.
Afinal, Joe Biden tornou-se, praticamente, um consenso entre a ampla maioria dos estadunidenses.
Ele simboliza a chamada normalidade institucional da qual os estadunidenses estavam sentindo saudades, depois da decepção do pragmatismo delinquente de Donald Trump.
O reacionarismo dos ventos de 2013-2018 foram longe demais e Trump é suspeito até de ter criado a Covid-19, diante das teses ao mesmo tempo conspiratórias e distópicas que afirmam que foi um laboratório nos EUA que infectou funcionários que depois espalharam a doença.
Mistérios e teorias à parte, o certo é que, com a Covid-19, o governo Trump se desgastou porque, embora ele não tenha atuado totalmente contra as medidas de prevenção, ele também não ajudou a fazer os EUA progredirem.
Se comportando como um bravateiro, Donald Trump desgastou a imagem dos EUA a ponto de haver teoria conspiratória de que a suposta rivalidade com a China seria uma forma de favorecer o crescimento do país asiático.
Em todo caso, o extremismo golpista anda decaindo, pelo menos, nos EUA e no Brasil.
No caso dos EUA, o sensacionalismo reality show de Trump foi um sério problema para seu povo.
Afinal, parecia que a República estadunidense estava virando uma edição de O Aprendiz (The Apprentice).
Com a vitória de Joe Biden, a normalidade dos EUA parece querer voltar. O democrata conta com um apoio grande que vai da classe média a setores das classes trabalhadoras e identitárias até o empresariado em geral, passando pelas celebridades em sua imensa maioria.
Será uma esperança para o povo da mais poderosa nação do planeta, mas será um momento de cautela para o resto do mundo.
Recentemente, o presidente eleito da Bolívia, Luís Arce, sofreu um atentado com dinamite, mas escapou de ser morto ou ferido. Foi durante uma reunião com correligionários, no último dia 06, em La Paz. A dinamite teria estado numa caixa enviada ao presidente.
E isso ocorreu dias depois da direita do mundo inteiro "reconhecer" a vitória eleitoral do aliado de Evo Morales.
A situação agora é a volta da direita moderada, depois do radicalismo extremo-direitista supostamente cristão e "defensor" da família e da pátria de cada país.
Daí que Joe Biden será apenas um presidente relativamente voltado à ampla maioria do povo estadunidense, sobretudo pela sinalização aparente de sua vice, Kamala Harris, aos grupos identitários, ainda que os extremamente pobres também sejam esquecidos naquele país.
Quanto ao resto do mundo, sobretudo a América Latina e o Oriente Médio não-aliado, o momento é de muita cautela.
O Partido Democrata, aliás, é bem mais agressivo no que se refere às guerras e aos golpes em favor dos interesses de Titio Samuca.
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