O MINISTRO DA JUSTIÇA, RICARDO LEWANDOWSKI, E O PRESIDENTE LULA.
O governo Lula adotou uma medida da República Velha com a finalidade de tornar a economia brasileira "mais competitiva". O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou uma força-tarefa que pretende atrair mão-de-obra estrangeira para trabalhar no Brasil.
A medida visa agilizar o processo burocrático para regularizar a situação dos estrangeiros que residem no Brasil. Até aí, tudo bem. Mas o outro lado da medida visa, também, atrair novos profissionais estrangeiros para atuar no nosso país.
"Facilitar a entrada de talentos e investimentos estrangeiros é crucial para a recuperação econômica", disse Lewandowski, que acrescentou: "A modernização dos nossos processos é essencial para acompanhar as demandas de um mercado globalizado e dinâmico".
A intenção de atrair novos estrangeiros para o Brasil é clara, e lembra o que foi feito no começo do século XX, período da República Velha - fase marcada pelo chamado "voto de cabresto", ou seja, o candidato defendido pelas elites dominantes, e por uma "democracia" regida pelos que têm mais dinheiro - , quando, para evitar a ascensão do povo negro e mestiço que poderia lutar por seus direitos após a Abolição de maio de 1888, resolveu "importar" europeus e asiáticos pauperizados para imigrar nosso país.
Se fosse somente para regularizar a situação dos estrangeiros que já estão no Brasil, que realmente têm dificuldade de se inserir na vida social e profissional e precisa agilizar os documentos para criar condições de vida dignas, isso é até louvável. Há gente em situação degradante que precisa de assistência do Governo Federal, como haitianos e africanos, entre outros refugiados. Seria justo e necessário assisti-los.
Mas abrir as portas para mais estrangeiros, num país ainda problemático que é o nosso, causa muita preocupação e apreensão. Ainda mais quando o próprio presidente Lula não consegue dizer se o Brasil está em reconstrução ou já foi reconstruído, enquanto na vida real o mercado de trabalho peca por preconceitos e velhas práticas, como exigir demais para contrato de trabalho (como combinar pouca idade e muita experiência e, às vezes, exigir CNH do candidato) e, quando se torna flexível, prefere contratar influenciadores e comediantes de estandape do que gente realmente de valor.
A elite do bom atraso é que aplaude Lula até quando ele, comentando a violência contra a mulher, fala "Se (o homem agressor) é corinthiano, tudo bem", está adorando a medida. Houve quem esnobasse as críticas a Lula, ridicularizando "os anti-Lula que se dizem de esquerda", demonstrando que só a burguesia de chinelos que apoia o presidente professando o "socialismo de butique e de botequim" é que pode ser "de esquerda".
Nosso mercado de trabalho já está bastante confuso, sem poder encontrar o profissional certo. Mesmo os concursos públicos, com todos os critérios aparentemente técnicos de seleção, se perdem elaborando questões prolixas que, na maioria das vezes, só consegue fazer aprovar o "atleta de concurso", que muitas vezes faz a prova para "se jogar na plateia" ou ela corresponde a uma opção secundária de escolha para o serviço público.
Se dentro dos contextos nacionais, o mercado de trabalho já comete injustiça contratando influenciadores e comediantes para cargos de Comunicação - o que fez surgir uma estranha onda de "comediantes-jornalistas" com grande quantidade da noite para o dia - e surgem fenômenos preocupantes como "empregos-fantasmas" e a rejeição por hiperqualificação, imagine com a grande quantidade de gringos competindo na busca por um emprego.
Para quem não sabe, "emprego-fantasma" é aquela falsa oferta de emprego que existe por, pelo menos, dois motivos: um, para a empresa contratante parecer dinâmica e atuante, e outro, para que ela pressione os seus empregados a "trabalhar melhor", sob a ameaça de demiti-los para contratar nova mão de obra. Já a rejeição por hiperqualificação se dá quando o recrutador rejeita o candidato por ele demonstrar ser "bom demais" para o emprego em questão.
Neste caso, a hiperqualificação mostra que o empregador tem receio de que um candidato considerado melhor do que ele possa fazer o patrão ser passado para trás, mesmo quando o empregado "bom demais" atue de maneira exemplar na empresa ou instituição e possa até mesmo gerar lucro com seu desempenho dinâmico. Infelizmente, há muitos casos de profissionais qualificados que só são lembrados por arrivistas que montam empresas de maneira não muito conveniente.
Com certeza, a medida do governo Lula comprova o quanto o presidente é um pelego político, cada vez mais distante das origens trabalhistas. A medida de atrair novos profissionais estrangeiros, num Brasil ainda em crise (realidade não admitida pelos lulistas), só tende a agravar as disputas desiguais no mercado de trabalho, aumentando ainda mais os problemas econômicos vividos pelo nosso povo.
A economia, em vez de ser aquecida, será queimada, só gerando benefícios para os privilegiados de sempre, mesmo para a atual burguesia de chinelos que vive a doce vida, fingindo ser pobre só porque apoia incondicionalmente o Lula.
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