PARA OS LULISTAS, FAVELA VIVE EM PERMANENTE CLIMA DE FESTA E FOLIA.
Vivemos a pandemia do egoísmo humano. Uma elite que se apropriou de tudo, uma classe média abastada dona da verdade, a burguesia herdeira da velha Casa Grande escravista que fica se achando, querendo demais para tudo e se julgando a única proprietária da verdade, manipulando as narrativas ao seu bel prazer, sem o menor escrúpulo para mentir e cometer falsidade.
A burguesia de chinelos não está aí para ajudar o próximo, e, aproveitando a euforia do "efeito Lula", resolveu consumir demais, comprar aquilo que não lhe necessita e até faz mal - como os cigarros que são fumados, com direito a pose de extravagante, por seus patrícios - , e ainda assim dominar as narrativas como se essa classe fosse proprietária da própria realidade, que tem que fazer o papel de ficção e fantasia para ficar bem na foto e nos textões de Internet.
O governo Lula, agora a serviço dessa pequena mas arrogante burguesia - admiradora dos novos super-ricos, que comandam o entretenimento em vigor no Brasil - , finge que prioriza o povo pobre. Recentemente, uma suposta pesquisa do Quaest mostrou uma "melhora" da avaliação do governo Lula pelo "povo pobre", de 33% para 36%. Mas os "pobres" que são contemplados pelo presidente brasileiro não são mais do que estereótipos prósperos demais para serem realmente miseráves.
Na verdade, o "povo" que está sendo contemplado por Lula não passa de um "clube de assinantes VIP" do lulismo, uma elite flexível que vai do pobre remediado que faz "festinhas de aniversário" ao famoso ricaço mas sem, ainda, o poder decisório dos grandes políticos e banqueiros.
Não se trata do pobre da vida real, que está decepcionado com Lula e se sente traído e abandonado pelo presidente. Não é o pobre real que vai aceitar que um presidente com jeito de fanfarrão, que acha que o pobre só usa varanda para peidar, viaje e fale demais e ficar batendo palmas pensando que isso é para atrair investimentos para o país.
O "pobre" que o Lula fala é o "pobre de novela", limpinho, arrumadinho, que desce a favela sambando e cantando de braços abertos, que tem seu carro na garagem, que coloca vários aparelhos de TV em vários compartimentos da casa, que faz "festas de aniversário" todo fim de semana, e já está construindo um novo andar na antiga casa de tijolos "nus".
Esse "pobre" é uma espécie de "elite baixa" de uma elite grande, a elite do bom atraso que envolve três forças, das quais uma é central: a antiga burguesia herdeira da Casa Grande, durante séculos escravocrata, golpista e genocida, que sem mudar sua essência nem virar altruísta resolveu se repaginar e posar, ainda que de maneira hipócrita, de "boazinha", acolhendo de um lado os ex-pobres que aceitam compartilhar os privilégios de consumo e os famosos envolvidos no diverimento relacionado à classe.
As narrativas dominantes são expressão dessa classe que, em dado momento, distorce a realidade, seja para defender, por exemplo, o obscurantismo medieval, punitivista e meritocrático, do Espiritismo brasileiro e seus traiçoeiros "médiuns" com lábios de mel, ou o populismo precarizado da bregalização cultural, sejam os ídolos cafonas do passado, ou o culturalismo vira-lata enrustido.
Em dado momento, essa elite que toma conta do chamado "senso comum" nas redes sociais, produz um padrão de percepção da realidade que parece criado por um combo de executivos da mídia - seja esta a Folha de São Paulo, a Globo, o SBT, a Jovem Pan, a Rede TV!, o Estadão ou até a 89 FM - , e que em parte é adaptado para o esquerdismo que soa como um "socialismo de butique e de botequim".
E é assustadora essa realidade, porque na vida cotidiana não vemos todo esse carnaval em torno do governo Lula e seu mundo de sonhos e fantasias. Lula está agindo com sorridente arrogância, defendendo uma ideia de democracia que só é a dele, como se ninguém mais pode ser democrata, ninguém pode promover a democracia a não ser em torno de um único homem, que hoje preside o Brasil. E, pelo jeito, o Brasil não se sente liberto, mas prisioneiro dessa "democracia de um homem só".
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