APESAR DAS BRIGAS, LULA HESITA E RESISTE EM TIRAR ROBERTO CAMPOS NETO DA PRESIDÊNCIA DO BANCO CENTRAL.
Enquanto os brasileiros médios se deleitam com o conto de fadas do lulismo triunfalista, achando que o esquerdismo de fachada é "autêntico" e não aceita ler textos questionadores, por baixo dos panos se percebe o quanto o governo Lula mostra terríveis contradições.
Percebendo bem as coisas e deixando de lado as paixonites agudas do "socialismo de butique e de botequim" do lulismo atual, constatamos que dois setores estratégicos do governo atual, a Economia Financeira e a Defesa, estão nas mãos da direita, tendo sido pontos remanescentes do antecessor Jair Bolsonaro.
São fatos e não especulações, e devemos lembrar que Lula, em sua campanha presidencial, garantiu que não havia necessidade de destituir o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para assegurar a "normalidade democrática". Pois a manutenção do neto do icônico economista que atuou na ditadura militar custou caro, com juros da dívida pública altos que afeta a política de preços, a poupança e outros aspectos da economia cotidiana dos brasileiros.
De que adianta Lula tentar falar grosso com Campos Neto, fazendo duras críticas ao economista, se o presidente não o retira do comando do BACEN? É para fazer notícia, forjar valentia ao petista, que de tão condescendente com o neoliberalismo que finge atacar, deixa que, há poucos dias, a Petrobras aumente os preços dos combustíveis, agravando ainda mais a carestia?
Mas o caso grave está no Ministério da Defesa, cujo titular, José Múcio Monteiro, é filiado ao Partido da Renovação Democrática, surgido da fusão do Patriota com o PTB bolsonarista. É Múcio que está fazendo políticas de defesa mais típicos da direita, pondo até risco à soberania nacional, como no caso do monitoramento por satélite da Amazônia, entregue à China, que de qualquer maneira é outro país, mesmo sendo parceiro econômico do Brasil.
Pois o Brasil decidiu adquirir, para o Exército nacional, uma compra bilionária de veículos blindados obuseiros (obus é um tipo de armamento militar), de uma empresa israelense que venceu, por lobby, uma licitação para fabricação desses veículos. O irônico é que Lula vive em tensões diplomáticas com Israel, depois que nosso presidente fez duras críticas à política genocida do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que, sob o pretexto de combater o terrorismo do Hamas, dizima pessoas inocentes em ataques violentos diversos.
Em vez do Brasil poder fabricar seus próprios veículos blindados, prefere adquirir veículos de um país com o qual vive um conflito diplomático, que fez nosso país fechar a embaixada brasileira em Tel Aviv. Mas, como se não bastasse isso, temos também a mania do nosso país comprar material obsoleto do exterior.
Notícia recente é que a Força Aérea Brasileira está negociando com o governo dos EUA a compra de 16 aviões de caça F-16 obsoletos no país de Titio Samuca e cuja tecnologia remete a 50 anos atrás, justamente o período do general Ernesto Geisel, que ofereceu os "anos dourados" para a "boa" sociedade que domina as narrativas nas redes sociais.
Isso significa que nosso país continua sendo dependente dos países ricos como os EUA ou de suas nações clientes como Israel. São procedimentos conservadores. Mas os brasileiros médios vão dormir tranquilos, afinal, se o governo Lula faz concessões à direita, isto é "democracia", não é mesmo?
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