Em cerimônia de lançamento de um projeto de casas populares, o Morar Carioca, em parceria com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD-RJ), no bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste carioca, o presidente Lula investiu num comentário bastante grosseiro e ofensivo às classes populares, quando defendeu que as habitações devem contar com varandas. Disse o presidente do Brasil:
"Uma varandinha de 2 metros. O que custa fazer uma varandinha? Por que o povo tem que ficar dentro de um apartamento olhando para a parede e não tem uma sacadinha? Vamos fazer a varanda do pum. Todo mundo sabe que tem dia que a gente está com excesso de flatulência e é importante que a gente não fique fazendo as coisas perto da família. Vai na varandinha e faça o que tenha que fazer sem incomodar...".
Lula tentou compensar a grosseria fazendo um comentário aparentemente favorável ao povo pobre:
"As pessoas precisam saber que as pessoas pobres gostam de coisas boas, a gente gosta de se vestir bem, comer bem. Por que as pessoas pensam que pobre quer usar coisa de qualidade inferior? A gente não quer. A gente quer comer carne de primeira. Todo mundo quer banho quente. É preciso esse país acabar com a mania de achar que as pessoas mais humildes não gostam de coisa boa".
Lula se perde com sua mania de dar opinião. O que se vê no atual mandato dele são apenas simulacros: relatórios, estatísticas, cerimônias, rituais, promessas, opiniões, blindagem de seguidores nas redes sociais.
Nada disso, porém, condiz à realidade e só a classe média abastada, o verdadeiro público-alvo do "Brasil único" de Lula, é que vê que esse governo medíocre está uma maravilha, pois só quem vive bem de renda, com salário de R$ 10 mil e patrimônio de seis dígitos numéricos é que pode ser feliz de novo. E feliz desde os tempos do "milagre brasileiro".
O que assusta é que não é a primeira vez que Lula ofende o povo pobre cometendo essa grosseria da "varanda do pum". Em julho de 2023, Lula, ao sancionar as novas regras do projeto Minha Casa, Minha Vida, o presidente, ao defender a construção de casas populares com varandas, disse na ocasião:
"Tem dia que o cidadão não tá bom do intestino… Ele… Fazer a varanda do pum. O cara vai lá fora, não fica dentro de casa, fazendo as coisas".
Em dezembro de 2023, no bairro do Itaquera, em São Paulo, Lula, enquanto lançava o programa habitacional Copa do Povo, disse a mesma asneira:
"O ser humano, às vezes, está com a barriga ruim, está com o intestino ruim e ele solta um pum fedido dentro da casa. Aí, é obrigado as crianças todas as ficarem cheirando. Vamos fazer uma varanda para respeitar as pessoas. E, graças a Deus, aqui vai ter varanda para todo mundo...".
Não se diz isso em público. E Lula, dizendo, pelo menos, três vezes, foi bastante grosseiro. E imaginar que as mulheres lulistas definem ele como "charmoso" e até "galã", pasmem. Oferecendo munição para seus opositores, Lula repercutiu mal com tais comentários, que são gafes a somar com tantas outras citadas em outra postagem deste blogue.
A necessidade de uma varanda em cada apartamento de um edifício de casas populares deve ser justificada por coisas mais respeitosas. Como a de um morador poder ficar na varanda para relaxar, respirar o ar fresco e ver a paisagem.
Mesmo dentro das temáticas do lulismo, admitia-se até falar das varandas como um ponto de encontro para amigos e familiares comerem um churrasco ou tomar uma cervejinha. Mas Lula, em três vezes, foi bastante escatológico e, querendo parecer engraçado, foi simplesmente brutal.
Aí ficamos lembrando do primeiro debate da campanha presidencial dos EUA - sempre fundamentada na polarização dos partidos Democrata e Republicano, deixando à margem outros partidos políticos na "democracia" nem tão democrática assim de Titio Samuca - , entre o reacionário Donald Trump e o atual presidente da nação norte-americana, Joe Biden, que busca a reeleição. Biden, todavia, foi muito mal no debate, demonstrando-se cansado, hesitante e sem habilidade para discursar e responder.
Lula até comentou sobre a fragilidade de Biden, quando foi entrevistado à rádio Princesa, de Feira de Santana, ontem de manhã:
"Eu, pessoalmente, gosto do Biden, já encontrei com ele várias vezes. Acho que o Biden tem um problema, ele está andando mais lentamente, está demorando mais para responder as coisas. Mas quem sabe da condição do Biden é o Biden. Uma pessoa pode mentir para todo mundo, mas não pode mentir para ela mesma. O Biden tem de avaliar. Se ele está bem, é candidato. Mas, se ele não está, é melhor eles tomarem uma decisão. O que foi chato e desagradável é que, no debate, expuseram muito a fragilidade dele".
Lula comparou o fato de Biden ser idoso, com 81 anos de idade, sem destacar que o próprio petista é idoso e, conforme constata este blogue, parecendo bem mais velho do que os 79 anos a serem completos em outubro próximo:
Fui visitar Fernando Henrique Cardoso a semana passada, 93 anos, mas também a cabeça está boa. Falando mais lentamente por causa da idade. Eu fui visitar todas as pessoas que já passaram de 80 e poucos anos e estão meio em situação de saúde precária. Eu fui visitar o presidente Sarney essa semana no Maranhão, tem 94 anos, e está preocupado com as eleições de 2026. Pensei que ele estava aposentado, mas não está não. A cabecinha dele está a mil por hora”, declarou...".
Só que o grande problema é que o próprio Lula não tem o fôlego governamental dos dois mandatos anteriores. Ele deveria ter optado pela aposentadoria política. A performance política de Lula, nos últimos anos, está um desastre e bastante decepcionante. As realizações do seu governo não ocorrem. Impostos altos, preços caros, salários baixos, desemprego em alta apesar das estatísticas alegarem o contrário.
Lula também se contradiz nos discursos sobre a reconstrução do Brasil, pois em dados momentos ele diz que falta muita coisa para ser reconstruída e outras ele dá sinais de que a reconstrução se concluiu. E trata a reconstrução com um estranho clima de festa que, diante de um país devastado, Lula, após a posse, em vez da urgência de uma posse rápida e unificada dos ministros, deixou ocorrer um festival de música desnecessário para aquela ocasião.
O povo pobre se sente abandonado e traído por Lula, e com o comentário do "pum", percebeu que foi ofendido pelo presidente, que age como um pelego político, falando em nome dos trabalhadores, desempregados e humildes em geral, mas preferindo afagar os magnatas e fingir brigar com os grandes financistas. Daí que o presidente brasileiro, vendo sua popularidade cair entre os mais pobres, agora ter que bajulá-los nos discursos que faz na sua série de viagens em todo o Brasil. O mesmo é feito em relação aos jovens.
Em Salvador, ao anunciar, ontem, um pacote de investimentos, Lula tentou desmentir seu envolvimento "democrático" em prol das elites do mercado. "Não tenho que prestar contas a nenhum ricaço ou banqueiro nesse país. Tenho que prestar contas ao povo pobre desse país", disse o presidente, sem convencer o povo pobre da vida real, que nem redes sociais tem condição de consumir.
Mas aí Lula fala em flatulência, em comentários ditos mais de uma vez. Essa grosseria constrange o povo pobre, que gostaria que as varandas em apartamentos populares sejam lembradas por motivos mais saudáveis e não pela escatologia. E, diante desse comentário constrangedor, Lula humilha o povo pobre, acende a reação dos opositores e mostra que, com tal grosseria, Lula também não está bem na mente. Melhor que ele nem pensasse em reeleição, apenas em concluir este mandato vergonhoso e ir embora.
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