As críticas ao lulismo têm que urgentemente sair da zona de conforto das acusações vagas, do mito do “Luladrão” que só serve para a oposição ao presidente receber chacota dos lulistas que, tomados de profundo triunfalismo, cada vez mais agem como os valentões da escola.
Temos que criticar Lula com inteligência e cautela, e isso não é passar pano nos erros do presidente. Pelo contrário, as críticas enérgicas são as que observam os erros reais e mais sérios, vistas com objetividade e não reduzindo a imagem negativa de Lula ao perfil caricato de um bandido de desenho animado.
Nosso blogue é muito mal compreendido porque, assumidamente de esquerda, de repente deixou de apoiar Lula e passou a fazer críticas severas ao hoje presidente brasileiro. Os antigos leitores esperariam que o nosso blogue passasse a falar de maravilhas e fantasias, só porque o petista conquistou o atial mandato. Queriam que tratássemos o Lula como um fetiche e aceitarmos seis erros como se fossem outros tipos de acertos.
A realidade não é assim. E vemos que a realidade do nosso país está pior do que os lulistas alerdeiam, com um mercado de trabalho completamente injusto e demasiado exigente, os preços dos produtos muito caros e os salários que são altos só para os “bacaninhas” que apoiam o presidente.
Lula não rompeu de verdade com o legado do golpe de 2016. Ele só removeu a parte bolsonarista desse legado, e nem toda ela. Por exemplo, Lula compactua com o Centrão como o próprio Jair Bolsonaro havia feito antes. E Lula deixa claro que está passando pano em Michel Temer.
Com isso, alguns males do bolsonarismo, como os incêndios florestais, conitnuam ocorrendo. A miséria segue preocupante, as convulsões sociais estão intensas, e tudo o que o lulismo significa é o mundo da fantasia, o Brasil feito um parque de diversões, uma “República Democrática do Instagram e do Tik Tok”.
Lula faz menos, e muitíssimo menos, do que ele diz em seus discursos e do qie dizem as narrativas solidárias a ele. E vemos um grande truque entre outros próprios desse governo de simulacros que só empolga a classe média abastada que finge ser “apenas a gente do povo”.
Esse truque consiste em Lula fazer comentários, quando não pode agir politicamente. Quando ele não pode nem se interessa a fazer, ele opina, só para dizer que “preocupa muito com o Brasil”. É o caso dos preços de arroz, das arbitrariedades de Roberto Campos Neto e seus juros altos, presidente do Banco Central, e da privatização da Eletrobras.
Nestas ocasiões, em que falta em Lula a coragem e a vontade política para agir, ele se limita a comentar, soando como se fosse um desabafo que cai bem no imaginário dos lulistas. Mas Lula deixa claro que, nestes momentos, ele não está interessado em reverter as situações das quais reclama, com um discurso que parece enérgico, mas serve de máscara para dua omissão e impotência.
Daí que a mediocridade de Lula se disfarça pelo artifício dos comentários de impacto, que podem não trazer efeitos concretos para a vida dos brasileiros, mas permite que os lulistas durmam tranquilos diante de sua impressão de que o petista continua fazendo o papel de um “corajoso guerreiro”, mesmo que isso hoje seja pura encenação.
Comentários
Postar um comentário