A concorrência predatória que o rádio FM fez contra o rádio AM, atendendo a interesses políticos e empresariais e se agravando com o lobby da telefonia, fez com que a antiga Amplitude Modulada, se não está ainda formalmente extinta, estivesse praticamente morta.
Mas quem pensa que a Frequência Modulada, ao derrubar a Amplitude Modulada, está em alta e passou a ter uma demanda maior que a da Era de Ouro do Rádio, pode desistir. O rádio FM se comporta de forma ainda mais agonizante que o rádio AM dos piores momentos, sendo mentirosa a tese de que a audiência das FMs nunca seja onferior ao número de seis dígitos.
Na verdade, o rádio FM também está moribundo e o que se vê são webradios empresariais, ou seja, rádios FM antigas que migraram para a tecnologia digital e utilizam o prefixo de FM como um "nome de fantasia", à maneira de um produto que utiliza um apelido diferente de sia razão social registrada em um cartório.
Até o chamado "AeMão de FM", programas de jornalismo prolongado, "programas de locutor" e jornadas esportivas, na verdade viraram hoje canais do YouTube, com direito a exibir imagens de estúdios de rádio. Na prática, viraram podicastes profissionais dotados de robusta estrutura empresarial.
A desculpa da "multiplataforma" é usada como pretexto para o rádio FM disfarçar sua decadência, pois os canais do YouTube servem até de vitrine publicitária e de falsa prova de que o rádio FM está em alta, "tão em alta que passou a mostrar sua cara nas plataformas de Internet".
Essa retórica começou a ser ensaiada com a farsa das rádios "AM+FM", com direito até ao uso hipócrita do sinal de "+" (mais), que foi a prática de duas emissoras, uma AM e outra FM, transmitirem a mesma programação, um fenômeno que escondia a triste realidade das demissões em massa enquanto recebia generosas passagens de pano dos colunistas de rádio de todo o Brasil.
Grande engano. Aquele rádio físico que conhecemos foi substituído pelo telefone celular, e mesmo as ondas de rádio fotam substituídas por tecnologias digitais, em termos de transmissão. Até nos automóveis já se usam rádios digitais, com tecnologia de aplicativos de Internet.
Portanto, são apenas webradios que usam os prefixos de FM como nomes de fantasia feitos até para facilitar os anunciantes locais. Mas, neste ano de 2025, quando os tecnocratas do Reino Unido estabeleceram uma data-limite para o fim da Frequência Modulada, o rádio FM que conhecíamos está praticamente extinto e o que se define como "audiência de FM" hoje em dia é apenas uma audiência de rádio digital, dessas que se baixam nos aplicativos que lotam nos celulares.
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