O PRESIDENTE DA CÂMARA, ARTHUR LIRA, DISSE ESTA SEMANA QUE O GOVERNO LULA É UM "BARCO NAUFRAGANDO".
Numa semana em que a colunista Vera Magalhães, de O Globo, disse que "falta uma cara" ao governo Lula, e quando o presidente da Câmara dos Deputados, prestes a deixar o cargo, Arthur Lira (PP-AL), disse que o governo do petista perdeu a credibilidade e afirmou que "o barco está naufragando", Lula ainda comete sérios erros.
Depois de tantas críticas duras à obsessão de Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, de manter altos os juros da dívida interna, Lula consentiu que o sucessor do economista, Gabriel Galípolo, aumentasse os juros para 13,25%, mesmo nível de setembro de 2023. Sempre arrumando fácil, Lula lançou uma desculpa como tirando uma carta da manga: "Não pode dar cavalo de pau".
Com essa declaração, Lula disse que "não se pode fazer milagres na economia" e isso contradiz a "fábrica de relatórios" que fala em "recordes históricos" aqui e ali, difundidos a partir de um IBGE cujo presidente, Márcio Pochmann, anda sendo duramente criticado por seus subordinados servidores. O consentimento de Lula com os juros altos demonstra mais uma atitude pelega do presidente da República.
Confiante de que "será reeleito", se esquecendo que, por muito menos, Kamala Harris não conseguiu ser eleita presidente dos EUA, Lula também erra ao cogitar entregar a liderança do Governo na Câmara dos Deputados ao Centrão, que também deve ganhar mais ministérios. Isso desidrata o já fragilizado projeto progressista de Lula, hoje reduzido a um mínimo denominador comum de medidas sociais que evitam afrontar os interesses dos neoliberais que politicamente sustentam o presidente da República.
Vendo que a popularidade de Lula decaiu completamente no Nordeste, o presidente planeja viajar pela região para fazer comícios e inaugurações, já pensando na reeleição. E o IBGE lançou mais uma vez dados sobre "queda de desemprego", a índices que teriam atingido o "histórico índice" de 6,6%. O problema é que grande parte dos empregos se situa no mercado precarizado, com regras abusivas como a jornada 6x1 e o trabalho 100% comissionado (quando a remuneração depende de comissão, tão incerta quanto um prêmio de loteria).
Mas também foram divulgados dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) alegando que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil fará do nosso país a oitava maior economia do mundo, um discurso que lembra muito os tempos do "milagre brasileiro", levando em conta supostas façanhas na Economia que não refletem necessariamente no cotidiano dos mais pobres (não confundir com os "pobres" do imaginário lulista, mais próximos do Vai Que Cola do que de Quarto de Despejo).
Todo o cenário está marcado por muita confusão, com as convulsões sociais mostrando um país tenso e violento, com um cenário cultural devastado no qual a gourmetização da bregalização musical não vai resolver, mesmo com "chuva de dinheiro" do Ministério da Cultura.
Além disso, o antipetismo está muito ativo e nunca se sentiu intimidado com a recente ascensão de Lula à Presidência da República. Se Lula tentou falar grosso dizendo que "é fácil mentir nas redes sociais" e que ele gostaria de ver "luta de rua", a verdade é que, fora da bolha lulista, o presidente sofre grande rejeição, que tende a piorar. Pena que as supostas pesquisas de opinião demoraram para admitir isso, e o que divulgam é apenas pequena parte do que acontece na nossa realidade, com o povo revoltado com o peleguismo de Lula.
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