MC POZE DO RODO, COM SEU CARRO LAMBORGHINI AVALIADO EM TRÊS MILHÕES DE REAIS.
A choradeira das esquerdas médias diante da prisão de MC Poze do Rodo tenta reviver um hábito contraído há 20 anos, quando o esquerdismo passou a endossar o discurso fabricado pela Rede Globo e pela Folha de São Paulo para "socializar" o "funk", um dos ritmos do comercialismo brega-popularesco que passou a blindar por uma elite de intelectuais sob inspiração do antigo IPES-IBAD, só que sob uma retórica "pós-tropicalista".
A revolta contra a prisão do funqueiro e alegações clichês como "criminalização da cultura" e "realidade da favela" feita por parlamentares e jornalistas da mídia esquerdista se tornam bastante vergonhosas e, em muitos casos, descontextualizada com a real preocupação com as classes pobres da vida real, que em nenhum momento são representadas ou se identificam com o "funk" ou o trap.
O "funk" e o trap apenas falam sobre o "pobre de novela", o "pobretão do Tik Tok", o pobre caricatural que "está feliz" em viver em uma favela, tratada pelas esquerdas médias como um habitat natural. A gourmetização da miséria, um discurso que as esquerdas médias reproduziram em quantidade industrial, tentando forçar a comoção da opinião pública, transformou a pobreza, que é um grave problema social, em uma suposta "identidade sociocultural".
Isso mostra o quanto as esquerdas se tornaram reféns de uma narrativa trazida por gente infiltrada, principalmente o jornalista Pedro Alexandre Sanches, cria do anti-esquerdista Projeto Folha. Sanches saiu da Folha, mas a Folha nunca saiu dele e o "filho da Folha" sempre atuou como o "menino de ouro" de Otávio Frias Filho, por mais que seu pupilo se esforçasse na sua encenação de "bom esquerdista".
E aí vemos o quanto as esquerdas mordem a isca da mídia empresarial. O discurso "socializante" do "funk", com seus dogmas do tipo "cultura das periferias" e "expressão do povo negro e pobre", usando a pobreza e a negritude como "carteiradas" dessa miséria gourmetizada sob ordem das famílias Marinho e Frias.
O grande problema é que MC Poze, só para citar um exemplo, tem uma ficha da pesada. Acusado de envolvimento com o tráfico, sobretudo a facção Comando Vermelho, acusado de tortura e cárcere privado e que chegou a trocar tiros com a polícia. É acusado também de envolvimento em esquema ilegal de sorteios nas redes sociais, junto com a esposa Viviane Noronha.
MC Poze também tem um patrimônio digno de um figurão da alta burguesia, com joias, carros de luxo e imóveis de alto gabarito. Um dos bens do funqueiro é um carro Lamborghini, que está avaliado no valor de nada menos que R$ 3 milhões.
Foi o apoio ao "funk" e ao "popular demais" que fez as esquerdas abrirem caminho para o golpe de 2016 e, por consequência, para o bolsonarismo. O apoio ao "funk" segue uma ingenuidade similar e ainda mais grave em relação à Revolta dos Sargentos em 1964, lideradas por Cabo Anselmo (1940-2022), uma cortina de fumaça que permitiu as esquerdas morderem a isca e serem derrubadas pelo golpe militar de 2014.
A semelhança de Cabo Anselmo com o "funk" é tal que o militar não teve apenas um equivalente, mas vários. Dependendo da perspectiva, MC Leonardo (que fazia jogo duplo entre a Caros Amigos e as Organizações Globo), Rômulo Costa, Bruno Ramos da Liga do Funk (cujo jeito "agressivo" lembrava muito o Cabo Anselmo em 1964) e até Pedro Alexandre Sanches, o propagandista da degradação da cultura popular, poderiam ser comparados com o marinheiro colaborador da CIA.
A insistência das esquerdas em defender a bregalização cultural até foi abalada, quando uma considerável parte do elenco popularesco que era beneficiada pelo tal "combate ao preconceito" foi deixada de lado devido ao apoio a Aécio Neves e Jair Bolsonaro.
Também as atitudes, ao mesmo tempo oportunistas e irresponsáveis, de professores de ensino médio definirem ídolos popularescos como "grandes pensadores brasileiros" fez ruir o país culturalmente e, com isso, abriu-se os microfones para a direita reacionária pedir a destituição de Dilma Rousseff da Presidência da República.
Com o caso MC Poze do Rodo (que segue preso em Benfica, no Rio de Janeiro, por trinta dias, sob investigação criminal), nota-se que as esquerdas não aprenderam a lição. O funqueiro admite envolvimento com o crime organizado e possui bens de luxo de constranger o povo pobre que só precisa de um prato de comida e um mínimo de dignidade na vida, mas as esquerdas passam pano e acabam fornecendo munição para a direita bolsonarista.
Bolsonaristas adoram acusar as esquerdas de "apoiar traficantes" e isso produz uma polarização que, no âmbito das favelas, atinge níveis trágicos, quando a guerra entre traficantes e milicianos (estes apoiados pelo bolsonarismo) causa as mortes de várias pessoas inocentes, principalmente crianças.
Daí que é um caminho muito perigoso para as esquerdas o apoio ao "funk", que nada diz para o pobre da vida real, mas apenas para o "pobre" que existe na imaginação da Globo e da Folha. Apoiar o "funk" abre caminho para a volta da extrema-direita ao poder, o que pode ser fatal diante da baixa popularidade de Lula. Por muito menos, Javier Milei foi eleito na Argentina.
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