Ex-mulher e hoje empresária de Caetano Veloso, a também ex-atriz Paula Lavigne, está brigando na Justiça contra os herdeiros da cantora brasileira nascida em Portugal, Carmem Miranda, que hoje completa seis décadas de falecimento, em consequência dos efeitos do uso de remédios.
Para quem não sabe, Carmem Miranda se apresentou no programa The Jimmy Durante Show, um dos sucesso da TV estadunidense, no dia 04 de agosto e, sentindo-se mal, só teve tempo de completar o número musical para ir embora para casa, morrendo de ataque cardíaco um dia depois. Tinha apenas 46 anos de idade.
Pois a briga de Paula Lavigne com os herdeiros - encabeçados por Maria Paula Richaid, de 65 anos, sobrinha de Carmem e filha de Aurora Miranda, também cantora - se dá porque a produtora de Paula, Rio Vermelho Produções, detém a exclusividade da biografia da cantora. A família pretende recuperar o controle desses direitos de uso da imagem da famosa estrela.
O grande problema, neste caso, é que Paula Lavigne é a mesma mentora do movimento Procure Saber, do qual fizeram parte Caetano Veloso e, principalmente, Roberto Carlos, que defendia o controle rigoroso da imagem de famosos da parte deles mesmos ou de seus herdeiros legais.
No ano passado, esse movimento veio à tona, principalmente quando Roberto Carlos manifestava seu zelo exagerado pela sua imagem pessoal, a ponto de ordenar tirar de circulação o livro Roberto Carlos em Detalhes, que Paulo César de Araújo publicou sem poder realizar qualquer entrevista com o ídolo capixaba, se valendo de declarações e fontes de terceiros.
Paula sente na pele a sua própria causa, porque neste caso ela é que é o "agente externo" que tem que enfrentar o zelo dos familiares de Carmem. E isso apesar do advogado que representa a empresária e produtora, Eduardo Senna, alegar que o novo marco legal sobre biografias "reiniciou a conversa" do zero, invalidando os antigos contratos.
É curioso isso. Pois Paula mobilizou uma meia-dúzia de cantores brasileiros dos mais populares e veteranos para defender uma causa que agora se volta contra ela. O caso Carmem Miranda mostra o quanto o problema das biografias ainda não está resolvido.
Afinal, embora a sociedade sinalize uma postura favorável às biografias não-autorizadas, o debate sempre continuará, pois o assunto das biografias é complexo e os casos diferem muito em seus mais intrincados contextos, pois a coisa não para no maniqueísmo fácil de herdeiros contra "gente de fora".
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