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A "CAGADA" DE JAIR BOLSONARO E A "MARCHA PARA JESUS"


O presidente Jair Bolsonaro marcou a semana com uma verdadeira cagada.

Na sua vergonhosa ignorância, Bolsonaro deu sua dica para o que ele acredita ser a solução contra a poluição ambiental.

Primeiro, ele se enrolou todo ao dizer: "É só você deixar de comer menos um pouquinho".

Como assim? "Deixar de comer menos um pouquinho"? Deixar de comer menos? Deixar de comer um pouquinho? Isso não seria sugerir para as pessoas comerem mais?

Mas o pior não foi isso, mas o que ele disse, em seguida:

"Quando se fala em poluição ambiental, é só você fazer cocô dia sim, dia não que melhora bastante a nossa vida também, está certo?".

Isso é uma perversidade, não somente um asneirol. É porque o ato de defecar é necessário para ser feito, pelo menos, duas vezes ao dia, para despejar os excrementos alimentícios do organismo.

Defecar não tem a ver com corrupção. Fumar cigarro, por exemplo, influi mais e o "mito" nunca disse para as pessoas fumarem menos para melhorar o ambiente.

Fala-se, aliás, que Bolsonaro queria mascarar os dados do desmatamento para deixar isso rolar sem o conhecimento da população e, em seguida, entregar a Amazônia aos EUA.

Dito isso, sabe-se que a imagem de Jair Bolsonaro se desgasta e o número de seguidores cada vez mais se restringe aos fanáticos habituais.

E aí o presidente marcou presença, ontem, na Marcha para Jesus em Brasília. Que também teve a presença do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

A Marcha para Jesus é um evento evangélico do qual rendeu uma crítica oportuna de Barbara Gancia, colunista da Folha de São Paulo.

Ela criticou por que o evento se chama "Marcha para Jesus" se usa a bandeira de Israel como símbolo e adota valores punitivistas literalmente interpretados do Velho Testamento. Sabe-se que a vida de Jesus vem de época posterior, registrada nos textos do Novo Testamento.

Bolsonaro fez as habituais críticas às esquerdas e à grande imprensa em geral, e disse que a ideologia de gênero é "coisa do capeta".

Ele ainda afirmou que família é "somente homem e mulher", e se essa ideia era uma praxe tradicional do "mito", ela ganhou um contexto mais grave nos últimos meses.

Isso porque, agora, Bolsonaro também endereça esse ríspido comentário contra o jornalista Glenn Greenwald, que, vivendo no Rio de Janeiro, cuida dos dois filhos adotivos que tem com o marido dele, o deputado do PSOL, David Miranda.

Glenn anda desestabilizando o governo Bolsonaro, com denúncias que revelam o lado oculto do "superministro" da Justiça, Sérgio Moro.

Eu, como ex-espírita, tenho uma grande preocupação.

O Espiritismo que sempre se fez no Brasil era calcado no Catolicismo da Idade Média, contrariando a fachada "progressista, futurista e racional"  que durante décadas enganou e ainda engana muita gente.

Mas suas pautas e métodos hoje adotados pelos ditos "espíritas" aqui, supreendentemente, lembram as pautas e métodos trazidos pelos "evangélicos" que hoje estão com Bolsonaro.

Aquele discurso moralista enfadonho, que apenas vagamente condena o consumo de drogas, o suicídio e o aborto, lembra muito o que a Igreja Universal fazia há 20, 30 anos.

Os internautas "espíritas" que hoje ficam patrulhando nas redes sociais parecem os "neo-pentecostais" que há 25 anos faziam a mesma coisa.

É claro que o vírus do reacionarismo "espírita" se deu a partir de um "médium de peruca" que, infelizmente, é adorado por muitos incautos.

A culpa dessa adoração se dá à Rede Globo, que ao lado da ditadura militar bolaram um suposto ativista para anestesiar a população naqueles tempos da crise do governo dos generais.

Com base no que um jornalista inglês, Malcolm Muggeridge, bolou para uma pretensa santa, a Globo trabalhou o "médium de peruca" como um pretenso símbolo de paz e fraternidade, tão "bondoso" quanto a megera que Muggeridge lutou para que, na posteridade, ela fosse canonizada.

(E ela foi, "santificada" por dois falsos milagres, um quando a beneficiada curou-se de câncer devido a tratamento médico comum, outro quando o beneficiado se curou de uma intoxicação alimentar que foi mentirosamente creditada como um "câncer terminal").

E aí o "médium de peruca" virou uma espécie de "princesa da Disney" para adultos e idosos, um arrivista cafajeste que começou fazendo literatura fake e chegou a ser conhecido como "semi-deus".

Hoje, como tem tanta denúncia contra o "médium de peruca", as pessoas agora minimizam sua idolatria.

Dizem, agora, que o "médium" errou muito, era imperfeito, cometeu "alguns desvios" dos ensinamentos espíritas originais, que as "casas espíritas" vivem se desentendendo, que os "espíritas" ladram e mordem etc.

Tudo isso lembra Bolsonaro e o PSL. Mas as esquerdas ainda insistem em considerar o "médium" progressista. Ele morreu em 2002, mas seus seguidores insistem, em vão, em mudar seu pensamento, apesar do "médium" ter apoiado a ditadura, o AI-5, Fernando Collor, PSDB e repudiado Lula.

O "médium" aprontou coisas mais graves do que se pode imaginar.

O que ele fez com Humberto de Campos, usurpando sua memória ao bel prazer, um inimigo mortal não seria capaz de fazer. E o "médium" ainda fez assédio moral ao filho do mesmo nome!

E o "médium de peruca" ainda usurpou um outro Jair, o Jair Presente, que apesar do sobrenome ele está ausente há 45 anos.

Jair morreu em 1974, mesmo ano que Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz.

Mas, de fato, não foi a ditadura militar que matou Jair Presente. Foi um afogamento acidental quando ele curtia uma praia com os amigos.

Só que o apoiador (com apetite bolsomínion) da ditadura militar foi usurpar a memória do Jair Presente com falsas psicografias que lunáticos acadêmicos recentemente classificaram como "verídicas" sem serem verídicas, porque admitiram não haver garantia de autoria espiritual.

Na primeira "psicografia" (muitos chamam psicografake), a linguagem catolicizada de um querubim. Mas, nas mensagens posteriores, parecia um alucinado psicótico que tomou uma overdose de cocaína.

Os amigos do ausente Jair criticaram as mensagens e desconfiaram de sua autenticidade.

O "médium de peruca", que muitos imaginam ser "símbolo máximo de perdão, compreensão humana e meiguice", reagiu com rispidez à desconfiança dos amigos do falecido universitário: chamou essa desconfiança de "bobagem da grossa".

O "médium de peruca" foi, sem a menor margem de dúvida, o Jair Bolsonaro do Cristianismo. Isso dói em muitos seguidores, mesmo os de esquerda, que são os que mais ficam nervosos com a desconstrução desse "mito", o do "médium", não o do ex-capitão.

E aí eu vejo o quanto o mesmo ultraconservadorismo uniu "neo-pentecostais" e "espíritas", antes rivais, durante a ditadura militar, na disputa pela supremacia política com o Catolicismo.

Não é à toa que os lemas do "médium" e do "capitão" são os mesmos, ambos exaltando formalmente um Brasil que, pelo seu moralismo religioso, está mais para república das bananas. E das laranjas.

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