Uma agradável surpresa ocorreu na Argentina.
Nas primárias para as eleições presidenciais do nosso principal país vizinho, o candidato peronista Alberto Fernandez teve uma vitória nas votações prévias no último domingo.
Tendo a ex-presidenta Christina Kirchner como vice, Fernandez venceu o candidato à reeleição, o hoje presidente Maurício Macri, com boa vantagem.
Fernandez obteve 47% dos votos, enquanto Macri ficou com 32%.
A consulta é uma prévia, pois as eleições serão no próximo dia 27 de outubro.
Mas caso o resultado se repetir, Fernandez será eleito presidente argentino, sem necessidade de haver segundo turno.
Isso porque a reforma constitucional de 1995 definiu a vitória presidencial nas seguintes condições. Uma é que a porcentagem de votos seja, pelo menos, de 45% dos votos ou, sendo de, pelo menos, 40%, tenha que estar com no mínimo dez pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.
Macri aceitou o resultado. Não sem irritação. Furioso, o presidente disse que o "kirchnerismo não tem credibilidade".
Maurício Macri não conseguiu promover a prosperidade que prometeu com seu projeto político conservador.
A inflação argentina, em 2018, chegou a 47,6 % e o índice de preços aumentou mais de 50% este ano.
Ainda assim, Macri é o candidato do mercado financeiro, o que fez as cotações desabarem só com esta derrota virtual.
Na Bolsa de Valores de Buenos Aires, o peso argentino fechou em queda de 15,27% e ficou cotado a 53,5 pesos por dólar. A bolsa teve um desempenho negativo, recuando em 37,93%.
A virtual vitória de Fernandez é favorável às classes trabalhadoras e, se confirmada em outubro, pode representar o começo do fim do pesadelo iniciado em 2016 com a retomada ultraconservadora na América Latina.
Ainda não se sabe se a mídia hegemônica argentina conseguirá pressionar para forçar a vitória de Macri, mas é bem certa a sua reação com este objetivo.
Bolsonaro manifestou apoio a Macri e disse que, se a "esquerdalha" voltar ao poder, há o risco do Rio Grande do Sul virar uma "nova Roraima".
Mas é bem possível, também, que minha terra natal, Florianópolis, possa estar no embalo do exílio das elites argentinas.
Jurerê Internacional vai ficar mais jururu do que jururu já está com sua mediocridade cultural.
Comentários
Postar um comentário