A situação está feia para Jair Bolsonaro, que andou fazendo declarações agressivas ou ignorantes.
Grosseiro, o presidente nunca saiu do seu palanque, e "governava" apenas para seu minguado fã-clube de reaças digitais.
Ele atacou o Judiciário, não conquistou plenamente o Legislativo e nem o mercado neoliberal mais entreguista sente confiança nele.
Mas a gota d'água pode ser o anúncio da substituição do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, que, ao saber da informação, resolveu se demitir.
Bolsonaro contestou o nome de Carlos Henrique Oliveira, indicado pela cúpula da Polícia Federal, e dá preferência a um delegado próximo do presidente, Alexandre Silva Saraiva.
Isso azedou as relações de Bolsonaro com a Polícia Federal, que é subordinada ao Ministério da Justiça, cujo titular é o ex-juiz Sérgio Moro.
Moro e Bolsonaro estão com relações estremecidas e o presidente acha que pode mandar na PF.
Bolsonaro anda cometendo ilegalidades aqui e ali.
A indicação do filho Eduardo Bolsonaro para ser embaixador é entendido pela Consultoria do Senado Federal como um ato de nepotismo.
E a troca do superintendente da Polícia Federal é entendida por especialistas como um crime de obstrução de Justiça, quando um suspeito tenta dificultar as investigações.
Isso porque Saadi, com um desempenho técnico, estava investigando o esquema de corrupção de Fabrício Queiroz, ex-policial, ex-motorista e amigo da família Bolsonaro.
Para o bem e para o mal, a Polícia Federal teve atuação decisiva no combate à corrupção nos últimos anos.
Pode ter até influído, em parte, para o golpe político de 2016, mas também mostrou serviço em outras ocasiões.
E se Jair Bolsonaro agiu de maneira arbitrária com a PF e contrariou o fato de que Moro é que deveria responder pelo controle, isso significa que o presidente anda abusando muito.
Bolsonaro falou, aliás, que vai vetar o projeto de lei sobre abuso de poder.
Seu autoritarismo está causando um clima de insegurança nas instituições.
Com seus abusos, Bolsonaro se isola completamente e se torna, além de toda a vergonha nacional, uma grande vergonha internacional, esnobando países importantes como Alemanha e França.
Dizem que os próximos meses serão decisivos para o governo Bolsonaro, que em nenhum momento fez coisa alguma para melhorar a vida dos brasileiros.
Já se fala da ideia de abrir processo de impeachment de Bolsonaro. A tendência é que novos fatos possam reforçar ainda mais essa ideia.
É bom já ir se acostumando com a hipótese de impeachment.
Comentários
Postar um comentário