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OFENSAS DA MAIS ALTA GRAVIDADE


O último fim de semana mostrou Jair Bolsonaro ofendendo a primeira-dama francesa, a também professora Brigitte Macron, nas redes sociais.

Jair e o presidente francês Emmanuel Macron estão em conflito devido à questão da Amazônia, desde a última reunião do G-20.

O presidente anda consentindo com as queimadas na floresta amazônica, realizadas por latifundiários e grileiros solidários a ele.

Com tantas trocas de desavenças, Macron segue com razão, dizendo que Bolsonaro não está à altura do cargo que ocupa.

No Facebook, um seguidor publicou um meme, na qual mostra os dois casais, Jair e Michelle Bolsonaro e Emmanuel e Brigitte Macron, com um comentário humilhando a aparência da primeira-dama francesa.

No comentário do meme, uma mensagem jocosa: "Entende por que Macron persegue Bolsonaro?".

Jair Bolsonaro curtiu a publicação, como se o presidente fosse um moleque bolsomínion.

Um internauta, Rodrigo Andreaça, reagiu à curtida do "mito": "É inveja do Macron".

E aí Jair se torna bolsomínion de si mesmo: "Não humilha cara. Kkkkkkk".

Essa ofensa é de uma grande gravidade, em se tratando de um chefe de Estado.

Mesmo que se discorde de um outro governante, não se pode partir para ofensas pessoais.

Além disso, eu, pessoalmente, acho Brigitte Macron muito bonita. Tem aquela beleza retrô, tipo anos 1970. E ela é mais velha que o marido, que problema isso tem?

Mas houve ofensas piores. E direcionadas ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Elas vieram dos procuradores da Operação Lava Jato, da qual o jornal The Intercept publicou novas revelações.

Uma delas corresponde a uma propaganda ilegal, sem crédito de quem publicou, em frente ao Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região da Grande Curitiba.

"Bem-vindo à República de Curitiba, Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre. 17 de março - 5 anos de Operação Lava Jato. O Brasil agradece".

Quanta hipocrisia. A OLJ desmentiu ter encomendado a propaganda. Mesmo assim, um grupo de advogados entrou com representação no Conselho Nacional do Ministério Público justificando que o ato fere o princípio da impessoalidade e exigiu investigação sobre autoria e financiamento.

Declarações dos procuradores da LJ no Telegram ironizaram, de maneira agressiva, as mortes da mulher, do irmão e do neto do ex-presidente Lula, demonstrando o anti-petismo doentio dos lavajatistas.

Citando "um amigo de um amigo de uma prima", Dallagnol transmite a "informação" de que Marisa Letícia chegou ao hospital e foi atendida "sem resposta, como um vegetal".

Januário Paludo, responsável pelas comunidades "Filhos do Januário", veio com um comentário suspeito: "Estão eliminando as testemunhas...".

Foi em 24 de janeiro de 2017, quando a ex-primeira-dama teve um AVC. No dia do falecimento, 03 de fevereiro, Athayde Ribeiro Costa informou aos colegas procuradores sobre a ocorrência.

A procuradora Laura Tessler alertou aos colegas para "terem paciência" para o que ela define como "sessão de vitimização" de Lula atribuída à audiência posterior à tragédia.

Carlos Fernando dos Santos Lima recomendou aos colegas silêncio. Disse que os procuradores só devem reagir se Lula e seus solidários "passassem dos limites".

Outra procuradora, Jerusa Viecili, ao receber de Júlio Noronha a notícia da morte de Marisa: "Querem que eu fique para o enterro?".

Laura fez um comentário bastante ofensivo para negar a hipótese de que Marisa Letícia morreu abalada pela truculência da condução coercitiva do marido, no ano anterior.

"Ridículo... Uma carne mais salgada seria suficiente para subir a pressão... ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do Lula", esnobou a procuradora.

Lula confirmou, em entrevista ao El País, que Marisa morreu pelo acúmulo de tensões emocionais devido à pressão dada contra o marido pelas investigações da Operação Lava Jato e pela cobertura facciosa da grande imprensa.

Januário Paludo viu estranheza no aneurisma. "Não me cheirou bem. É a segunda morte em sequência", disse o procurador, sem informar quem foi o primeiro morto. Desconfia-se que seja Teori Zavascki, ministro do Supremo Tribunal Federal, morto em 19 de janeiro de 2017.

Deltan Dallagnol definiu como "uma bobagem" a manifestação de Lula no velório de Marisa Letícia, em 04 de fevereiro, quando o ex-presidente afirmou que "continuará brigando muito" em favor do povo brasileiro.

"Bobagem total.. nguém mais dá ouvidos a esse cara", esnobou Dallagnol.

Mais ofensa, de parte do procurador Antônio Carlos Welter: "a morte de Marisa fez uma martir (sic) petista e ainda liberou ele (Lula) pra gandaia sem culpa ou consequência política".

Quanto ao velório de Genival Lula da Silva, irmão do ex-presidente, os procuradores defendiam que Lula fosse proibido de ir, alegando temer algum tumulto ou uma manifestação de indignação dos "militantes do PT".

Vavá, como era conhecido Genival, faleceu de câncer em 29 de janeiro de 2019.

O procurador Diogo Castor, considerado o mais jovem da LJ, defendeu que Lula fosse ao velório, lembrando que a lei permite que presos em regime fechado tenham esse direito.

Athayde Ribeiro da Costa concordou em parte, mas soltou uma ironia: "leva o morto la na pf" (sede da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula está preso).

Outro procurador, Orlando Martello, temia que a militância não deixasse Lula voltar para a prisão.

"3, 4, 10 agentes não o trarão de volta. Aí q mora o perigo caso insistam em fazer cumprir a lei", disse Martello.

Laura Tessler falou outra ironia: "O foco tá em Brumadinho... logo passa... muito mimimi".

Januário Paludo fez o comentário mais agressivo sobre Lula: "O safado só queria passear".

No velório do neto Arthur Lula da Silva, ao qual Lula foi autorizado a ir acompanhar, houve várias ironias, das quais a mais agressiva partiu de Roberson Pozzobom:

"Estratégia para se 'humanizar', como se isso fosse possível no caso dele... rsrs", escreveu Pozzobom.

Os diálogos revelaram a insensibilidade dos procuradores da Lava Jato.

Sobre Lula, quem conhece ele sabe que ele é humano e sensível, suas comoções não são fingimentos.

A revelação dos diálogos agressivos e jocosos causou uma repercussão negativa e levam ao extremo o desgaste de Deltan Dallagnol.

Há pouco, a procuradora Jerusa Viecili fez seu pedido de desculpas no seu perfil no Twitter, admitindo que errou.

Gilmar Mendes, ministro do STF, definiu a LJ como "gente ordinária, corrupta, com uma mente obscura".

Os antigos "heróis" Deltan Dallagnol e Sérgio Moro agora servem de "vidraça". A raiz do golpe político de 2016 está enferma e frágil.

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