A RÁDIO CIDADE 102,9 VIROU UMA DAS "VACAS SAGRADAS" DO DIAL BRASILEIRO.
Estamos nos aproximando do Rock In Rio 2019 e a Rádio Cidade (102,9 mhz) do Rio de Janeiro põe em prática seu único propósito.
O de alimentar o mercado de shows internacionais do Rio de Janeiro, com ênfase para o rock.
Não se trata de cultura rock, dessas que se conheceu muito nos anos 1960, 1970 e nos redutos alternativos dos anos 1980.
É apenas aquilo que Régis Tadeu fala, aquela apreciação superficial do rock, que posso inferir como sendo mais consumista do que cultural.
Os "roqueiros" que ouvem a Rádio Cidade, pelo que vejo nas ruas, parecem ter um comportamento igual.
Eles parecem sair de uma sessão de hipnose: vivem em transe, talvez sonhando que estão vivendo em Los Angeles, curtindo a praia de Malibu e por aí vai.
Não são roqueiros de verdade, desses que dá para trocar umas ideias.
São uns carneirinhos que seguem tudo o que a Rádio Cidade manda. E veem o rock através de seus umbigos.
Eles chegam ao cúmulo de não serem rebeldes.
A Rádio Cidade é o oposto da Fluminense FM. A Fluminense FM era a Maldita, era vista com estranheza pela sociedade moralista de 1982-1985.
A Cidade, não. Ela virou queridinha da mídia especializada em rádio. Está mais para Bendita, vejo a busca do Google e a emissora é uma verdadeira "vaca sagrada" do dial brasileiro.
Já vi DJs de "funk", intelectuais "bacanas" pró-brega, que através de linques de páginas em maioria favoráveis a eles, viravam uns "santos" na busca do Google.
Daí a trabalheira de ficar desconstruindo ídolos e instituições que não são lá tão geniais assim quanto se parece.
A Rádio Cidade possui uma história esquizofrênica.
Fala-se muito da transformação da "linguagem de FM" em 1977, do sucesso da época etc.
Mas a memória curta das pessoas se esqueceu que a Rádio Cidade se originou como rádio pop convencional. Tocava até Village People.
A narrativa que hoje predomina, até mesmo em veículos aparentemente sérios da mídia que cobre as notícias sobre rádio, dá a falsa impressão de que a Cidade "sempre foi rádio rock".
Mentira pura. Mas o que é mentira, numa era de pós-verdade?
A Rádio Cidade, no fundo, é tão somente um vitrolão roqueiro. Não tem linguagem nem mentalidade de rádio de rock, todo o oba-oba que se faz em torno dela são questões de mero repertório tocado em CDs e pendrives.
Se desliga o CD e o pendrive, não tem rádio rock.
Mas como explicar isso para o idiota da Internet, que acha que rádio de rock e rádio com vitrolão roqueiro são a mesma coisa?
A Rádio Cidade de hoje tem, admite-se, uma programação musical menos repetitiva, mas, ainda assim, lembra muito mais o canal de áudio nas TVs por assinatura.
Em dado momento, o repertório emperra. E o fôlego da rádio está cansando, porque a falta de pessoal especializado em rock não segura uma programação sem o feeling existente nas rádios de rock autênticas.
Programador roqueiro de verdade não espera ouvinte dizer o que ele deve tocar. Pedidos de ouvintes são bem vindos em toda rádio, mas não podem servir de bússola para a programação.
E os locutores são outro problema: ainda possuem um ranço de linguagem pop, embora alguns deles tenham adotado uma dicção quase sóbria. Mas outros ainda mantém aquela voz macia, afetada, como se estivessem falando para fãs do pop dançante mais adolescente.
E é claro. Esses locutores têm o envolvimento com o rock medido pelo cartão de ponto do trabalho. Acabou o expediente, eles fogem do rock como se estivessem alérgicos a ele.
A grande "façanha" que a Rádio Cidade fez foi exterminar a rebeldia no rock.
Fora o reacionarismo que faz os "roqueirinhos da Cidade" terem surtos temperamentais quando sua radiosinha querida é contestada, o que dá um falso aparato de rebeldia, eles são muito submissos e obedientes a tudo o que a rádio representa e adota.
Todo mundo muito submisso, pagando seu precinho caro no evento de rock, comprando combos na lanchonete da hora, pegando camisetas da moda, fazendo gestos clichês.
Todo mundo obedecendo o regulamento do establishment, seguindo como um gado bovino fazer o seu simulacro de rebeldia com gestos fáceis como a mão de chifrinho e a língua para fora.
O faz-de-conta continua. A Rádio Cidade fingindo que é rádio de rock, e seus ouvintes fingindo que são roqueirões da pesada.
Estamos nos aproximando do Rock In Rio 2019 e a Rádio Cidade (102,9 mhz) do Rio de Janeiro põe em prática seu único propósito.
O de alimentar o mercado de shows internacionais do Rio de Janeiro, com ênfase para o rock.
Não se trata de cultura rock, dessas que se conheceu muito nos anos 1960, 1970 e nos redutos alternativos dos anos 1980.
É apenas aquilo que Régis Tadeu fala, aquela apreciação superficial do rock, que posso inferir como sendo mais consumista do que cultural.
Os "roqueiros" que ouvem a Rádio Cidade, pelo que vejo nas ruas, parecem ter um comportamento igual.
Eles parecem sair de uma sessão de hipnose: vivem em transe, talvez sonhando que estão vivendo em Los Angeles, curtindo a praia de Malibu e por aí vai.
Não são roqueiros de verdade, desses que dá para trocar umas ideias.
São uns carneirinhos que seguem tudo o que a Rádio Cidade manda. E veem o rock através de seus umbigos.
Eles chegam ao cúmulo de não serem rebeldes.
A Rádio Cidade é o oposto da Fluminense FM. A Fluminense FM era a Maldita, era vista com estranheza pela sociedade moralista de 1982-1985.
A Cidade, não. Ela virou queridinha da mídia especializada em rádio. Está mais para Bendita, vejo a busca do Google e a emissora é uma verdadeira "vaca sagrada" do dial brasileiro.
Já vi DJs de "funk", intelectuais "bacanas" pró-brega, que através de linques de páginas em maioria favoráveis a eles, viravam uns "santos" na busca do Google.
Daí a trabalheira de ficar desconstruindo ídolos e instituições que não são lá tão geniais assim quanto se parece.
A Rádio Cidade possui uma história esquizofrênica.
Fala-se muito da transformação da "linguagem de FM" em 1977, do sucesso da época etc.
Mas a memória curta das pessoas se esqueceu que a Rádio Cidade se originou como rádio pop convencional. Tocava até Village People.
A narrativa que hoje predomina, até mesmo em veículos aparentemente sérios da mídia que cobre as notícias sobre rádio, dá a falsa impressão de que a Cidade "sempre foi rádio rock".
Mentira pura. Mas o que é mentira, numa era de pós-verdade?
A Rádio Cidade, no fundo, é tão somente um vitrolão roqueiro. Não tem linguagem nem mentalidade de rádio de rock, todo o oba-oba que se faz em torno dela são questões de mero repertório tocado em CDs e pendrives.
Se desliga o CD e o pendrive, não tem rádio rock.
Mas como explicar isso para o idiota da Internet, que acha que rádio de rock e rádio com vitrolão roqueiro são a mesma coisa?
A Rádio Cidade de hoje tem, admite-se, uma programação musical menos repetitiva, mas, ainda assim, lembra muito mais o canal de áudio nas TVs por assinatura.
Em dado momento, o repertório emperra. E o fôlego da rádio está cansando, porque a falta de pessoal especializado em rock não segura uma programação sem o feeling existente nas rádios de rock autênticas.
Programador roqueiro de verdade não espera ouvinte dizer o que ele deve tocar. Pedidos de ouvintes são bem vindos em toda rádio, mas não podem servir de bússola para a programação.
E os locutores são outro problema: ainda possuem um ranço de linguagem pop, embora alguns deles tenham adotado uma dicção quase sóbria. Mas outros ainda mantém aquela voz macia, afetada, como se estivessem falando para fãs do pop dançante mais adolescente.
E é claro. Esses locutores têm o envolvimento com o rock medido pelo cartão de ponto do trabalho. Acabou o expediente, eles fogem do rock como se estivessem alérgicos a ele.
A grande "façanha" que a Rádio Cidade fez foi exterminar a rebeldia no rock.
Fora o reacionarismo que faz os "roqueirinhos da Cidade" terem surtos temperamentais quando sua radiosinha querida é contestada, o que dá um falso aparato de rebeldia, eles são muito submissos e obedientes a tudo o que a rádio representa e adota.
Todo mundo muito submisso, pagando seu precinho caro no evento de rock, comprando combos na lanchonete da hora, pegando camisetas da moda, fazendo gestos clichês.
Todo mundo obedecendo o regulamento do establishment, seguindo como um gado bovino fazer o seu simulacro de rebeldia com gestos fáceis como a mão de chifrinho e a língua para fora.
O faz-de-conta continua. A Rádio Cidade fingindo que é rádio de rock, e seus ouvintes fingindo que são roqueirões da pesada.
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