Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro, arma mais uma contra os brasileiros e em favor do mercado financeiro.
Sob o pretexto de diminuir os juros da dívida pública, ele vai vender reservas internacionais, espécie de depósito que o Brasil tem para casos de crises econômicas internacionais.
Guedes já falou do assunto, não com tanta convicção assim, desde quando Bolsonaro ainda era candidato à Presidência da República.
Mas hoje ele decidiu vender as reservas internacionais. E venderá em dólar, no mercado à vista.
O Banco Central, por decisão de Guedes, irá leiloar, dos atuais US$ 388 bilhões da reserva monetária (20% do Produto Interno Bruto), cerca de US$ 550 bilhões por dia visando conter a volatilidade cambial, segundo informações oficiais.
Em sete dias, o leilão pretende leiloar um total de US$ 3,845 bilhões, vendendo esse valor no mercado à vista.
Não sou necessariamente um economista, mas vamos lá.
O leilão se dará com os valores referidos entre 21 e 29 de agosto, sete dias, porque não há atividade no sábado e domingo (27 e 28), e comprará o mesmo valor em contratos de swap cambial reverso.
Swap é um termo em inglês que significa "troca" e serve para regular a troca de taxas ou rentabilidade dos agentes econômicos envolvidos, evitando o desequilíbrio funcional no mercado de câmbio.
Com a compra de contratos de swap cambial reverso, espera-se haver injeção de dólares no mercado futuro.
Se a demanda por dólares for abaixo das expectativas, a autoridade monetária completará o valor com contratos de swap tradicional.
Tudo indica que essa operação toda vá transferir a reserva internacional para o mercado financeiro.
Ela era uma espécie de poupança pública para o Brasil, no caso de haver uma crise internacional.
Só Bolsonaro e Guedes, além de pessoas do mesmo tipo de visão, que acham excessivo o valor depositado na reserva cambial.
E, na prática, a tarefa de Guedes interessa a banqueiros, entre os quais ele próprio.
Através de seu empenho, Guedes fará com que nossa poupancinha para crises internacionais voe para longe, para os paraísos fiscais dos banqueiros e rentistas em geral.
E aí, se houver uma nova crise, e muitos especialistas já afirmam que isso está próximo de acontecer e que será pior que 2008, o Brasil vai voltar à velha dependência financeira dos tempos da dívida externa. Vai ser pior para os brasileiros.
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