Atualmente, as gerações atuais ouvem a chamada "música de sucesso" sem ter ideia do comercialismo que isso significa.
Infelizmente, a MPB agoniza, perdida em eternas auto-homenagens, enquanto novos artistas até existem, mas eles se tornam reféns das trilhas de novelas de TV ou de reality shows musicais.
Há uma série de nomes novos que pede que selecionemos o joio do trigo.
Emepebistas esforçados que se escondem no turbilhão de sub-artistas de reality shows e ídolos da música brega-popularesca que surgem aos montes por aí.
Uma grata surpresa será Isabela Silvino, que seguirá à sua maneira a linhagem do pai, o já saudoso Paulo Silvino, e o avô, Silvino Neto, nas boas contribuições musicais.
Mas, fora essa novidade, há tantos nomes que não se sabe sumirão pelo vento do tempo.
Mas, descontado tudo isso, se observa o mainstream do brega-popularesco que agora consagrou a hegemonia quase totalitária do pop comercial à brasileira.
Os nomes do momento: Anitta, Ludmilla, Marília Mendonça, Luan Santana, Pablo Vittar, MC Kevinho, Simone & Simaria.
O problema não é as pessoas gostarem desses ou de outros nomes do tipo, mas eles tomarem todos os espaços inimagináveis, até as universidades.
As esquerdas de botequim, guiadas pela intelectualidade "bacana", não ajudam.
Em vez de questionar o mainstream popularesco e apontar novas alternativas, a esquerda de botequim, mais preocupada com a provocatividade do que com a qualidade musical, faz sua patrulha em favor dos popularescos.
Tentam guevarizar as breguices radiofônicas e o pop comercial atual, fazendo Revolução Cubana em copo d'água, superestimando polêmicas anódinas de âmbito comportamental.
Esquecem que aspectos como ser ouvido por empregadas domésticas, representar as "periferias" ou defender a causa LGBT não necessariamente representam bolivarianismo cultural.
Até mesmo a "subversão comportamental" virou mercadoria, e isso as esquerdas de botequim ignoram.
Hoje o comercialismo musical ficou hegemônico demais. Sob a desculpa de reivindicar seus espaços, hoje seus ídolos ocupam os espaços dos outros.
Que ingressem na Billboard, que estejam nos trend topics do Twitter, que lacrem a Internet, que dominem o YouTube, vá lá.
Mas daí a tratar esses ídolos como o suprassumo da guevarização musical, isso é um grande equívoco.
E isso partindo de uma esquerda que está mais preocupada em esculhambar o antigo Pasquim do que, por exemplo, o Domingão do Faustão.
Esse pessoal deveria distinguir o que é o comercial e o não-comercial na música.
Deixar de lado a polêmica, porque a provocatividade não é o prato principal da música.
Música é para mostrar a expressão musical. A provocatividade vem como um gancho, um ingrediente adicional, mas nunca será o prato principal, por razões muito mais do que óbvias.
Há músicos ditos de "vanguarda" que estão mais preocupados em brincar com clichês homossexuais e se esquecem da música.
E há a mercantilização da causa LGBT por Pablo Vittar.
Ninguém guevariza o pop estadunidense, cheio de exemplos LGBT, de aparente feminismo, de causa plus size, de outras "atitudes" que já se tornaram mercadoria, "causas" para consumo.
Mas aqui se faz Revolução Cubana em copo d'água, é muito burburinho por coisas até válidas, mas que nem por isso soam revolucionárias.
Creio que as esquerdas do botequim correm apressadas para o computador antes de se refazerem de suas rodadas de cerveja.
Se refizerem, teriam tempo de parar para pensar e ver a diferença dos "sucessos do momento" da música popularesca e os movimentos bolivarianos.
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