MORADOR DE RUA NA CALÇADA DA AV. ERNÂNI DO AMARAL PEIXOTO, EM NITERÓI - Certa religião acredita que ele é um sortudo. E não é a Igreja Universal.
Um conhecido líder religioso segue brincando de ser líder pacifista, dois meses após se envolver num episódio infeliz em que ele mesmo homenageou o prefeito de São Paulo, João Dória Jr.
Não, não se trata de um dinossauro católico saído de algum escombro ortodoxo dos anos 1950.
Também não se trata de um histérico pastor midiático das seitas pentecostais modernas.
É um líder "espiritualista" que todos gostam.
Fala envolvente, retórica enfeitada de palavras difíceis, discurso prolixo e rebuscado.
Gestos teatrais como orador, sacerdote manso como entrevistado ou comentarista convidado.
Um ilusionista das palavras, e que só fala mensagens bonitinhas, feitas sob medida para boi dormir.
Esse esperto senhor, baiano de 90 anos, dá continuidade, ainda que à sua maneira, às artimanhas que seu antecessor de Minas Gerais, havia feito.
Ambos julgando serem relações-públicas do além, dublês de ativistas sociais, e se promovendo falando mensagens piegas de "amor e paz".
Na cobertura, palavras que parecem mais lindas e comoventes para seus deslumbrados seguidores.
No recheio, porém, apologias perversas ao sofrimento humano.
A ideia é sofrer calado e acreditar que a desgraça é o ingresso para um suposto futuro de prosperidade e felicidade.
Não se pode reclamar, nem divulgar o sofrimento, talvez nem se deva gemer de dor. E, até para orar, deve-se fazer sem dar um pio, calado, mordendo a língua para não gritar de dor.
O mais absurdo dessa novela surreal é que esses religiosos, também tidos como "paranormais", são vistos como "progressistas".
O esperto senhor baiano de 90 anos ofereceu o seu evento em São Paulo para homenagear um prefeito acusado de maltratar moradores de rua e usuários de crack e de liberar a morte na aceleração de velocidade nas avenidas marginais da capital paulista.
O esperto senhor ofereceu também o evento para lançar aquele alimento duvidoso que não deu certo.
E o velhinho saiu pela porta dos fundos. Nem ficou de molho, participou de eventos, dando entrevistas, falando em "paz, amor e tolerância".
Triste. Ele faz turismo pelo Brasil e pelo mundo, em troca de condecorações, e fala que "se dedica totalmente" às crianças que ele abriga, em um bairro suburbano de Salvador.
Pouco trabalho presencial para alguém que prefere ir para a Torre Eiffel como se pedisse para esse monumento olhar para o referido religioso.
É a religião que abandonei, há cinco anos, uma ilusão que, como muitos hoje, eu acreditei e segui com muita fé.
Que erro humilhante eu ter que comparar esse ídolo religioso ao grande intelectual Milton Santos, só porque nasceram cada um em uma cidade do interior baiano.
Não. Tenho que corrigir. Milton Santos era um sábio, um intelectual, um sujeito de coragem e de firmeza.
O tal ídolo religioso não. Ele é apenas um encenador que, nos discursos, faz malabarismos oratórios e gestuais, como se estivesse incorporando o próprio Deus.
Um sujeito sem firmeza para decidir cancelar o lançamento de um complexo alimentar que já era previamente rejeitado por nutricionistas e pelos movimentos sociais.
Um sujeito sem coragem de admitir seus erros, saindo de fininho após o lançamento da "ração humana" para depois voltar, com poses de triunfalismo, como se nada tivesse acontecido.
Triste ele, que ainda bajula o educador francês do qual diz se inspirar para fazer pregações, mas o trai com conceitos estranhos ao professor, ser a maior figura tida como "humanista" e "progressista" no Brasil.
Infeliz dessa religião que tem desses paranormais de fala dócil que ficam fazendo apologia ao sofrimento alheio, enquanto faz caridade fajuta no qual o "benfeitor", com sua promoção pessoal, se sobrepõe ao necessitado.
E que recebem as mais cobiçadas medalhas e os mais desejados diplomas, cada um por cada porção medíocre de uns poucos quilos de mantimentos e outros poucos de roupas e artigos de primeira necessidade.
Esses religiosos nunca transformaram de verdade a sociedade brasileira, mas são glorificados a ponto de muita gente acreditar que eles já adquiriram o passaporte para o Paraíso.
Não, não adquiriram. Eles são apenas os semi-deuses da Terra, com a luminosidade artificial da catarse religiosa.
É uma luminosidade muito forte nas dimensões terrenas, capaz de brilhar por tudo quanto é canto.
E uma luminosidade muito forte nas dimensões materiais, eterna apenas para os padrões de percepção de muitos mortais.
Mas é uma luminosidade muito fraca para as dimensões espaciais do universo e para as dimensões temporais da eternidade.
Um conhecido líder religioso segue brincando de ser líder pacifista, dois meses após se envolver num episódio infeliz em que ele mesmo homenageou o prefeito de São Paulo, João Dória Jr.
Não, não se trata de um dinossauro católico saído de algum escombro ortodoxo dos anos 1950.
Também não se trata de um histérico pastor midiático das seitas pentecostais modernas.
É um líder "espiritualista" que todos gostam.
Fala envolvente, retórica enfeitada de palavras difíceis, discurso prolixo e rebuscado.
Gestos teatrais como orador, sacerdote manso como entrevistado ou comentarista convidado.
Um ilusionista das palavras, e que só fala mensagens bonitinhas, feitas sob medida para boi dormir.
Esse esperto senhor, baiano de 90 anos, dá continuidade, ainda que à sua maneira, às artimanhas que seu antecessor de Minas Gerais, havia feito.
Ambos julgando serem relações-públicas do além, dublês de ativistas sociais, e se promovendo falando mensagens piegas de "amor e paz".
Na cobertura, palavras que parecem mais lindas e comoventes para seus deslumbrados seguidores.
No recheio, porém, apologias perversas ao sofrimento humano.
A ideia é sofrer calado e acreditar que a desgraça é o ingresso para um suposto futuro de prosperidade e felicidade.
Não se pode reclamar, nem divulgar o sofrimento, talvez nem se deva gemer de dor. E, até para orar, deve-se fazer sem dar um pio, calado, mordendo a língua para não gritar de dor.
O mais absurdo dessa novela surreal é que esses religiosos, também tidos como "paranormais", são vistos como "progressistas".
O esperto senhor baiano de 90 anos ofereceu o seu evento em São Paulo para homenagear um prefeito acusado de maltratar moradores de rua e usuários de crack e de liberar a morte na aceleração de velocidade nas avenidas marginais da capital paulista.
O esperto senhor ofereceu também o evento para lançar aquele alimento duvidoso que não deu certo.
E o velhinho saiu pela porta dos fundos. Nem ficou de molho, participou de eventos, dando entrevistas, falando em "paz, amor e tolerância".
Triste. Ele faz turismo pelo Brasil e pelo mundo, em troca de condecorações, e fala que "se dedica totalmente" às crianças que ele abriga, em um bairro suburbano de Salvador.
Pouco trabalho presencial para alguém que prefere ir para a Torre Eiffel como se pedisse para esse monumento olhar para o referido religioso.
É a religião que abandonei, há cinco anos, uma ilusão que, como muitos hoje, eu acreditei e segui com muita fé.
Que erro humilhante eu ter que comparar esse ídolo religioso ao grande intelectual Milton Santos, só porque nasceram cada um em uma cidade do interior baiano.
Não. Tenho que corrigir. Milton Santos era um sábio, um intelectual, um sujeito de coragem e de firmeza.
O tal ídolo religioso não. Ele é apenas um encenador que, nos discursos, faz malabarismos oratórios e gestuais, como se estivesse incorporando o próprio Deus.
Um sujeito sem firmeza para decidir cancelar o lançamento de um complexo alimentar que já era previamente rejeitado por nutricionistas e pelos movimentos sociais.
Um sujeito sem coragem de admitir seus erros, saindo de fininho após o lançamento da "ração humana" para depois voltar, com poses de triunfalismo, como se nada tivesse acontecido.
Triste ele, que ainda bajula o educador francês do qual diz se inspirar para fazer pregações, mas o trai com conceitos estranhos ao professor, ser a maior figura tida como "humanista" e "progressista" no Brasil.
Infeliz dessa religião que tem desses paranormais de fala dócil que ficam fazendo apologia ao sofrimento alheio, enquanto faz caridade fajuta no qual o "benfeitor", com sua promoção pessoal, se sobrepõe ao necessitado.
E que recebem as mais cobiçadas medalhas e os mais desejados diplomas, cada um por cada porção medíocre de uns poucos quilos de mantimentos e outros poucos de roupas e artigos de primeira necessidade.
Esses religiosos nunca transformaram de verdade a sociedade brasileira, mas são glorificados a ponto de muita gente acreditar que eles já adquiriram o passaporte para o Paraíso.
Não, não adquiriram. Eles são apenas os semi-deuses da Terra, com a luminosidade artificial da catarse religiosa.
É uma luminosidade muito forte nas dimensões terrenas, capaz de brilhar por tudo quanto é canto.
E uma luminosidade muito forte nas dimensões materiais, eterna apenas para os padrões de percepção de muitos mortais.
Mas é uma luminosidade muito fraca para as dimensões espaciais do universo e para as dimensões temporais da eternidade.
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