Um dia após o histórico depoimento de Rodrigo Tacla Duran, que revelou os bastidores da Operação Lava Jato, um juiz apareceu num evento segurando um fuzil.
Trata-se do juiz fluminense Marcelo Bretas, que chegou a fazer pegadinha com setores das esquerdas que ingenuamente foram apoiá-lo.
Aparentemente, era um evento em homenagem à Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.
Mas a atitude de Bretas é uma ilegalidade.
Com toda prerrogativa que se possa ter um juiz no Brasil, inclusive o porte de arma, Marcelo Bretas não podia ter feito o que fez.
Isso seria influenciar a opinião pública, além de deturpar a sua função, equiparando-se a um policial, um "tira".
Num momento em que a Operação Lava Jato começa a decair após as denúncias do advogado Rodrigo Tacla Duran, o fato de Bretas exibir um fuzil pode ser mera coincidência.
Mas isso só agrava o problema que envolve a Operação Lava Jato, nas suas irregularidades legais e na sua truculência jurídica que frequentemente atropela as leis.
"ESPÍRITO DE 2016" - MARCELO BRETAS, KIM KATAGUIRI E JAIR BOLSONARO SEGURANDO FUZIS, SIMBOLIZANDO A SOCIEDADE DO REACIONARISMO E DO ÓDIO.
Miguel do Rosário, do blogue O Cafezinho, já havia antecipado, dias antes, o reacionarismo de Bretas no perfil do juiz nas mídias sociais.
Bretas, segundo Miguel, se comporta como se fosse empregado das Organizações Globo ou do portal O Antagonista (de Diogo Mainardi e Mário Sabino), de tanto compartilhar as respectivas postagens.
Bretas também comete uma leviandade só aceita num país que se rende à paixonite religiosa que é o Brasil.
Coloca a Bíblia acima da Constituição Federal.
Mas, enquanto muitos acham que ser religioso é ser da paz, é bom deixar claro que as religiões sempre estiveram por trás de toda persuasão de golpes políticos, como os de 1964 e 2016.
Que o digam as Marchas da Família do passado.
Além disso, as religiões são as que, ultimamente, mais estão afinadas com o momento de profundo reacionarismo dos últimos dois anos.
Evangélicos com atitudes punitivistas, reprimindo eventos culturais e tudo.
Espiritualistas pedindo para as pessoas gostarem de sofrer, e, tidos como "humanistas", abrem espaço para o lançamento de uma "farinata" que os movimentos sociais consideraram uma ofensa à dignidade humana.
Alguns reaças desse "momento histórico" surgido em 2016 apareceram com fuzis na mão.
Kim Kataguiri e Jair Bolsonaro, entre outros. Todos autoproclamados "cristãos".
Como é que eles vão evocar um famoso pacifista se posam com fuzis como se quisessem estimular, mesmo subliminarmente, a violência e a guerra civil?
É este "espírito de 2016" que começa a ser desmontado com fatos como o bombástico depoimento de Rodrigo Tacla Duran.
E muita coisa ainda virá em 2018, o ano que será difícil para todo mundo, mas pelo menos não será fácil para os "heróis de 2016".
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