RIO DO OURO É UM DOS BAIRROS DE NITERÓI SEM INFRA-ESTRUTURA, SEM VIAS ALTERNATIVAS E SEM PASSARELA.
O conformismo de uns, muitas vezes, é irritante quando os problemas são explícitos e mesmo quem é atingido não parece disposto a superá-los.
Niterói se acomodou num provincianismo que o faz pior do que a cidade vizinha, o Rio de Janeiro.
O Rio de Janeiro foi tomado de um provincianismo preocupante.
Ele faz com que a mesmice impere e o pensamento único e a padronização da vida fazem até com que uma parcela de jovens humilhe quem discorda dos valores e práticas dominantes, ainda que errôneos ou nocivos.
É a terra do fanatismo futebolístico que, sem qualquer lei do silêncio que regulasse a vida noturna na cidade, faz os torcedores berrarem que nem trogloditas nos bares niteroienses.
Pode ser na meia-noite de um dia útil, o berreiro ensurdecedor perturba o sono de muitos trabalhadores, vários tendo que acordar de madrugada porque trabalham longe de casa.
Uma grande falta de respeito. Mas como envolve futebol, ninguém questiona.
O fato de um texto sobre linhas rodoviárias de ônibus, que interessa ao público devido às viagens para feriadões, ter tido baixa repercussão, é preocupante.
Imagine. Um terminal de linhas rodoviárias fica vazio durante muitos momentos, que é o Terminal Roberto Silveira, a Rodoviária de Niterói, que fica na Av. Feliciano Sodré, defronte à sede do jornal O Fluminense.
Enquanto isso, há uma sobrecarga de ônibus no Terminal João Goulart e a plataforma de rodoviários que "incha" a estação que poderia aliviar sem essas linhas rodoviárias.
Não haveria perda: põe-se as linhas rodoviárias para a Rodoviaria de Niterói, e as versões urbanas dessas linhas continuariam parando no Terminal João Goulart.
Ninguém pensa nisso, e infelizmente certas páginas noticiosas não acordaram para isso. Deveriam acordar.
Outro problema é a falta de avenida própria ligando Várzea das Moças a Rio do Ouro. É vergonhoso que os dois bairros dependam da Rodovia RJ-106 para se comunicarem.
Se contentar com este problema é o mesmo que gostar de caminhar com uma pedra no sapato.
Em 2017, ocorreu um grave acidente na RJ-106, na altura do Rio do Ouro, com vários feridos, complicando o trânsito na rodovia.
Evidentemente, quem vai da Rod. João Sampaio (antiga Estrada Velha de Maricá) para Várzea das Moças e vice-versa, viu complicar mais o que já é complicado demais.
A Prefeitura de Niterói já era para estar desapropriando imóveis nos entornos das ruas Senador Fernandes da Cunha e Jean Valenteau Mouliac.
Mas se os dois bairros não possuem infra-estrutura, não há passarelas, não há serviços essenciais para muitos moradores e os pontos de ônibus são meros terrenos baldios que viram terminais improvisados, então a coisa está feia.
E isso numa cidade que parece levar as últimas consequências o surto de provincianismo que está arrasando a vizinha mais famosa e ex-Cidade Maravilhosa.
O Grande Rio virou uma região em que o antigo glamour de 1958 se reduziu a um pálido arremedo.
Cariocas parecem terem perdido o olfato, com a região metropolitana poluída, as praias impróprias mas liberadas para banho (como Icaraí), os carros de lixo fedorentos e as árvores debilitadas por ervas de passarinho que os incautos confundem com belas samambaias.
Em São Domingos, houve denúncia de que uma dessas árvores tomadas desse parasita está tão fragilizada que, em dias de temporal, os galhos caem, oferecendo risco a transeuntes e a carros que, estacionados ou em movimento, estão no local, que podem ser danificados.
Em Salvador, há um trabalho técnico, não sei qual é, mas sei que permite que os caminhões de lixo circulem sem soltar mau cheiro nas ruas.
Aqui eles são fedorentos e as pessoas nem ligam, se comportando como se estivessem num bosque florido e perfumado.
Não era sequer para haver o calor de 40 graus, glamourizado pelo imaginário carioca, mas bastante nocivo em termos ambientais.
Era para se preocupar com o replantio, com a desfavelização, com a criação de novas avenidas, para desafogar o trânsito.
Era para urbanizar e desfavelizar o Morro do Estado, transformando-o num bairro mais humano e menos inseguro.
Pelo menos a Prefeitura de Niterói está avaliando o uso social dos prédios abandonados. Eu já vi um na Rua da Conceição, próximo ao Niterói Shopping, e outro no Rink, no quarteirão junto à Rua Dr. Borman.
O próprio Niterói Shopping é o retrato da acomodação. Fachada velha, cinzenta, que precisa ser mudada imediatamente.
E o que dizer dos locais de baixa iluminação? Por que os estabelecimentos em geral adotam iluminação baixa, com lâmpadas amarelas e fracas? É para dar aparência de boate? Ou é para ficar evitando gastos que deveriam ser necessários, a pretexto de economizar?
Se há assaltos nesses lugares mal iluminados, em plena luz do dia, o pessoal reclama. Mas não há ação preventiva para tais ocorrências.
Niterói está se comportando como uma cidade do interior que as cidades do interior nunca teriam coragem de se tornarem.
A cidade parece que passou a gostar da sua situação subalterna depois que perdeu o título de capital do Estado do Rio de Janeiro, em 1975.
Carrega um título de "quarta melhor cidade brasileira em IDH" assim do nada, e não se encoraja a resolver seus problemas.
Até os jornalistas que deveriam agir mais, deveriam sair da zona do conforto de só noticiar amenidades.
Fica fácil ficar na mesmice de noticiar transtornos, acidentes, crimes e movimentos em lojas, sem falar do entusiasmado espaço ao lazer supérfluo do futebol.
É essa apatia conformista de Niterói, que radicaliza esse mesmo defeito que assola o Rio de Janeiro, São Gonçalo, Baixada Fluminense e similares, que transforma o Estado do Rio de Janeiro, antes referência para o país, na vergonha nacional.
A ideia não é fingir que essa vergonha não existe ou que é "mimimi" de gente mal-humorada.
A ideia deve ser a de assumir essa situação vergonhosa e agir para superar os problemas com coragem e ousadia.
O conformismo de uns, muitas vezes, é irritante quando os problemas são explícitos e mesmo quem é atingido não parece disposto a superá-los.
Niterói se acomodou num provincianismo que o faz pior do que a cidade vizinha, o Rio de Janeiro.
O Rio de Janeiro foi tomado de um provincianismo preocupante.
Ele faz com que a mesmice impere e o pensamento único e a padronização da vida fazem até com que uma parcela de jovens humilhe quem discorda dos valores e práticas dominantes, ainda que errôneos ou nocivos.
É a terra do fanatismo futebolístico que, sem qualquer lei do silêncio que regulasse a vida noturna na cidade, faz os torcedores berrarem que nem trogloditas nos bares niteroienses.
Pode ser na meia-noite de um dia útil, o berreiro ensurdecedor perturba o sono de muitos trabalhadores, vários tendo que acordar de madrugada porque trabalham longe de casa.
Uma grande falta de respeito. Mas como envolve futebol, ninguém questiona.
O fato de um texto sobre linhas rodoviárias de ônibus, que interessa ao público devido às viagens para feriadões, ter tido baixa repercussão, é preocupante.
Imagine. Um terminal de linhas rodoviárias fica vazio durante muitos momentos, que é o Terminal Roberto Silveira, a Rodoviária de Niterói, que fica na Av. Feliciano Sodré, defronte à sede do jornal O Fluminense.
Enquanto isso, há uma sobrecarga de ônibus no Terminal João Goulart e a plataforma de rodoviários que "incha" a estação que poderia aliviar sem essas linhas rodoviárias.
Não haveria perda: põe-se as linhas rodoviárias para a Rodoviaria de Niterói, e as versões urbanas dessas linhas continuariam parando no Terminal João Goulart.
Ninguém pensa nisso, e infelizmente certas páginas noticiosas não acordaram para isso. Deveriam acordar.
Outro problema é a falta de avenida própria ligando Várzea das Moças a Rio do Ouro. É vergonhoso que os dois bairros dependam da Rodovia RJ-106 para se comunicarem.
Se contentar com este problema é o mesmo que gostar de caminhar com uma pedra no sapato.
Em 2017, ocorreu um grave acidente na RJ-106, na altura do Rio do Ouro, com vários feridos, complicando o trânsito na rodovia.
Evidentemente, quem vai da Rod. João Sampaio (antiga Estrada Velha de Maricá) para Várzea das Moças e vice-versa, viu complicar mais o que já é complicado demais.
A Prefeitura de Niterói já era para estar desapropriando imóveis nos entornos das ruas Senador Fernandes da Cunha e Jean Valenteau Mouliac.
Mas se os dois bairros não possuem infra-estrutura, não há passarelas, não há serviços essenciais para muitos moradores e os pontos de ônibus são meros terrenos baldios que viram terminais improvisados, então a coisa está feia.
E isso numa cidade que parece levar as últimas consequências o surto de provincianismo que está arrasando a vizinha mais famosa e ex-Cidade Maravilhosa.
O Grande Rio virou uma região em que o antigo glamour de 1958 se reduziu a um pálido arremedo.
Cariocas parecem terem perdido o olfato, com a região metropolitana poluída, as praias impróprias mas liberadas para banho (como Icaraí), os carros de lixo fedorentos e as árvores debilitadas por ervas de passarinho que os incautos confundem com belas samambaias.
Em São Domingos, houve denúncia de que uma dessas árvores tomadas desse parasita está tão fragilizada que, em dias de temporal, os galhos caem, oferecendo risco a transeuntes e a carros que, estacionados ou em movimento, estão no local, que podem ser danificados.
Em Salvador, há um trabalho técnico, não sei qual é, mas sei que permite que os caminhões de lixo circulem sem soltar mau cheiro nas ruas.
Aqui eles são fedorentos e as pessoas nem ligam, se comportando como se estivessem num bosque florido e perfumado.
Não era sequer para haver o calor de 40 graus, glamourizado pelo imaginário carioca, mas bastante nocivo em termos ambientais.
Era para se preocupar com o replantio, com a desfavelização, com a criação de novas avenidas, para desafogar o trânsito.
Era para urbanizar e desfavelizar o Morro do Estado, transformando-o num bairro mais humano e menos inseguro.
Pelo menos a Prefeitura de Niterói está avaliando o uso social dos prédios abandonados. Eu já vi um na Rua da Conceição, próximo ao Niterói Shopping, e outro no Rink, no quarteirão junto à Rua Dr. Borman.
O próprio Niterói Shopping é o retrato da acomodação. Fachada velha, cinzenta, que precisa ser mudada imediatamente.
E o que dizer dos locais de baixa iluminação? Por que os estabelecimentos em geral adotam iluminação baixa, com lâmpadas amarelas e fracas? É para dar aparência de boate? Ou é para ficar evitando gastos que deveriam ser necessários, a pretexto de economizar?
Se há assaltos nesses lugares mal iluminados, em plena luz do dia, o pessoal reclama. Mas não há ação preventiva para tais ocorrências.
Niterói está se comportando como uma cidade do interior que as cidades do interior nunca teriam coragem de se tornarem.
A cidade parece que passou a gostar da sua situação subalterna depois que perdeu o título de capital do Estado do Rio de Janeiro, em 1975.
Carrega um título de "quarta melhor cidade brasileira em IDH" assim do nada, e não se encoraja a resolver seus problemas.
Até os jornalistas que deveriam agir mais, deveriam sair da zona do conforto de só noticiar amenidades.
Fica fácil ficar na mesmice de noticiar transtornos, acidentes, crimes e movimentos em lojas, sem falar do entusiasmado espaço ao lazer supérfluo do futebol.
É essa apatia conformista de Niterói, que radicaliza esse mesmo defeito que assola o Rio de Janeiro, São Gonçalo, Baixada Fluminense e similares, que transforma o Estado do Rio de Janeiro, antes referência para o país, na vergonha nacional.
A ideia não é fingir que essa vergonha não existe ou que é "mimimi" de gente mal-humorada.
A ideia deve ser a de assumir essa situação vergonhosa e agir para superar os problemas com coragem e ousadia.
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