Felizmente, nenhum problema aconteceu no comício de Luís Inácio Lula da Silva em Curitiba, ontem à noite.
Iniciada às 17 horas, a manifestação até teve uma concorrência arriscada, há um quilômetro da Boca Maldita, local do evento petista.
Nessa distância, ocorria uma manifestação promovida por defensores de Jair Bolsonaro e com o apoio do Movimento Brasil Livre (isto é, Movimento Me Livre do Brasil).
Jair até ameaçou, fazendo com a mão o gesto de tiro contra um boneco inflável que reproduzia a cabeça do Pixuleco, paródia presidiária do ex-presidente Lula.
No WhatsApp, grupos anti-PT já espalhavam mensagens pedindo que se façam atentados contra o ex-presidente em Curitiba, em recados puramente rancorosos e vingativos.
Houve gente até orientando outros internautas a comprar armas.
Mas foram apenas gestos. O atentado parecia prenunciar algo pior, e apreensões eram reais. Mas, por sorte, Curitiba se lembrou de ser uma capital, um evento desses tinha menos chances de ter reações como as do interior.
O ex-presidente apenas cancelou um comício em Guarapuava, no interior paranaense, por medida de segurança, e focalizou apenas o comício final da turnê sulista, na "trincheira" da Operação Lava Jato.
Lula, quando desmentiu que suas excursões eram atos de campanha eleitoral, até ironizou, dizendo que no Sul "tem mais cabeça de gado do que gente".
Ele em seu discurso reafirmou sua força política e culpou a Rede Globo por influir no sentimento de ódio que teve que enfrentar na excursão nos três Estados do Sul.
Lula também anunciou que vai processar o canal Netflix e a equipe do seriado O Mecanismo, incluindo o diretor José Padilha, por mentiras atribuídas ao petista.
O comício de Lula foi um ato suprapartidário, que incluiu outros partidos além do PT: PC do B, PSOL, PSB e PDT.
Embora fossem anunciados como candidatos em separado das esquerdas para a Presidência da República, Manuela d'Ávila (PC do B) e Guilherme Boulos (PSOL) apareceram apoiando Lula e torcendo para vê-lo candidato do PT na próxima campanha presidencial.
Isso sinaliza que os dois poderão apoiar Lula no segundo turno, se tudo for permitido para ele ser candidato.
O problema é que se aproxima o dia 04 de abril e ainda existe o risco de Lula ser preso.
Mas, pelo menos, o comício de Lula no reduto rival, a "República de Curitiba" do midiático juiz Sérgio Moro, mostra que o ex-presidente tem o apoio das classes populares.
Se isso refletirá ou não na possibilidade dele poder ser candidato, não se sabe. Tudo continua imprevisível.
Mas se depender do apoio popular, Lula tem grandes chances de voltar ao Planalto.
As elites terão que fazer muito jogo sujo para banir o ex-presidente da corrida presidencial. Terão que dar continuidade às trapaças do golpe político de 2016.
Será a luta do povo contra o capital financeiro. Do trabalho honesto contra a trapaça das elites, que se autoproclamam "contrárias à corrupção", mas defendem a corrupção dos ricos e o fim da soberania e dos direitos populares no Brasil.
E essas elites anti-PT ainda se esfregam na bandeira nacional como se fossem toalhas de banho esfregando seus corpos sujos. Essas elites deveriam ser processadas pela ofensa que fazem a um dos símbolos de nossa pátria.
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