RODRIGO CONSTANTINO E BRUNO RAMOS, DA LIGA DO FUNK - "Nem de esquerda, nem de direita".
Um "novo Centrão" se formou após o golpe político de 2016.
Não se trata do "Centrão" dos antigos aliados dos ex-presidentes Lula e Dilma que depois passaram a lutar para tirar ela do governo e, hoje, banir ele da corrida presidencial deste ano.
Também não é o "Centrão" que adiou as eleições diretas para presidente de 1984 para 1989, grupo formado por peeemedebistas que depois criariam dissidências, surgindo o PFL/DEM e o PSDB.
É um "Centrão" que não possui aparato político, se declara não ter compromisso ideológico e, supostamente, defende a democracia acima das polarizações ideológicas.
Concordo que se tenha que questionar as polarizações ideológicas aqui e ali, sejam à esquerda ou à direita.
É inegável que muitas questões de esquerda e direita envolvem posturas de claro radicalismo.
Mas devemos tomar muito cuidado, também, com o discurso anti-polarização que só faz agravar a polarização.
Afinal, a retórica de se dizer "nem esquerda, nem direita" envolve pessoas em trincheiras ideológicas opostas.
À esquerda, vemos esse discurso ser feito por gente como Pedro Alexandre Sanches, MC Leonardo, Bruno Ramos (Liga do Funk), Paulo César Araújo e Valesca Popozuda.
À direita, a mesmíssima coisa é dita por Rodrigo Constantino, Reinaldo Azevedo, Merval Pereira, Luciano Huck e Miriam Leitão.
Este é o "Centrão" social, cuja caraterística comum é o trânsito na mídia hegemônica.
Mas não se trata de um "centro" imparcial, porque em muitos casos o que está em jogo são interesses mercadológicos, políticos e culturais conservadores.
A degradação da música brasileira através de formas que explorem caricaturalmente as classes mais pobres, a defesa da privatização dos serviços públicos e de retrocessos trabalhistas são as causas defendidas.
A ideia é que tais coisas sejam defendidas sem o aparato do "radicalismo" ou que pautas mais conservadoras sejam empurradas até para as forças progressistas.
Não se tratam de profundas diferenças de conteúdo, embora seus pretextos pareçam opostos, à primeira vista.
Afinal, em certos casos se empurra o "popular demais" (brega-popularesco) para a aceitação dos esquerdistas, para assim transformar o povo numa massa submissa e consumista e abra caminho, por exemplo, para o avanço da desnacionalização econômica.
Usa-se o "funk" para desviar o povo pobre do foco de seus problemas fundamentais - ainda que o discurso evoque os mesmos, tendenciosamente, mas só para vinculá-los ao imaginário espetacularizado funqueiro - e permitir que as privatizações se avancem.
Os ídolos desse "centro" variam de Marcelo Freixo a Flávio Rocha, este o ultraconservador empresário da rede de lojas de roupas Riachuelo.
Esse "Centrão" tenta nivelar sua imparcialidade para baixo: agem, na verdade, como se fossem uma "frente ampla" para os retrocessos no Brasil.
Culturalmente, tentam desmontar o rico legado artístico-cultural brasileiro através de uma "cultura pop" à brasileira que só serve para mero consumismo e, quando muito, evoca de maneira caricatural e estereotipada as antigas heranças culturais populares.
Economicamente, querem desmontar o rico patrimônio natural e econômico vendendo nossas riquezas para empresas estrangeiras.
As esquerdas imaginam que o âmbito cultural do "popular demais" é solidário ao esquerdismo, mesmo nesse prisma "nem de esquerda, nem de direita". Grande engano.
A bregalização cultural, o ideal da "pobreza linda", o mito da "favela é meu lugar", age na mesma direção das pregações pelo fim da Petrobras e pela venda do pré-sal para as gigantes estrangeiras do setor petrolífero.
Não se pode ver diferença entre o "funk" que faz a cultura musical brasileira se subordinar a um ritmo da Flórida (EUA) e uma Chevron abocanhando generosas fatias das nossas reservas de pré-sal.
Com "funk" e "sertanejo", a música brasileira está se subordinando às determinações da indústria do entretenimento do Texas e da Flórida, regiões que não são o primor de progressismo nos EUA.
Mas aqui as esquerdas, tão alegremente, tão tolamente, tentam "guevarizar" os dois estilos, superestimando pequenas transgressões comportamentais.
O "Centrão" sócio-cultural, formado por "não-políticos", que transita entre o Instituto Millenium e o mainstream da mídia esquerdista, tentando influenciar o leitor de Carta Capital e Conversa Afiada (os mais visados), quer transformar o Brasil num Porto Rico.
Com o "popular demais" no lugar do rico acervo cultural e, sobretudo, musical brasileiro. Um "popular demais" que deixe nossos subúrbios cheirando a ruas, casas e edifícios portorriquenhos.
E com o "privatize já", com universidades particulares ditando o ensino superior e o "mercado" regulando, via empresas estrangeiras, a economia dos brasileiros.
Portanto, esse "novo Centrão", não necessariamente parlamentar e respaldado pela mídia hegemônica, tenta parecer imparcial sob o pretexto de defender o "novo Brasil".
Só que esse "novo Brasil" nada tem de novo. É a velha colônia retomando sua posição subordinada, desta vez em relação ao poderio dos EUA.
E, querendo fugir das polarizações esquerda-direita, o "novo Centrão" pós-golpe de 2016 quer manter uma nova polarização.
O mundo desenvolvido dos EUA e a precariedade arrumadinha do Brasil rebaixado a país dependente.
Um "novo Centrão" se formou após o golpe político de 2016.
Não se trata do "Centrão" dos antigos aliados dos ex-presidentes Lula e Dilma que depois passaram a lutar para tirar ela do governo e, hoje, banir ele da corrida presidencial deste ano.
Também não é o "Centrão" que adiou as eleições diretas para presidente de 1984 para 1989, grupo formado por peeemedebistas que depois criariam dissidências, surgindo o PFL/DEM e o PSDB.
É um "Centrão" que não possui aparato político, se declara não ter compromisso ideológico e, supostamente, defende a democracia acima das polarizações ideológicas.
Concordo que se tenha que questionar as polarizações ideológicas aqui e ali, sejam à esquerda ou à direita.
É inegável que muitas questões de esquerda e direita envolvem posturas de claro radicalismo.
Mas devemos tomar muito cuidado, também, com o discurso anti-polarização que só faz agravar a polarização.
Afinal, a retórica de se dizer "nem esquerda, nem direita" envolve pessoas em trincheiras ideológicas opostas.
À esquerda, vemos esse discurso ser feito por gente como Pedro Alexandre Sanches, MC Leonardo, Bruno Ramos (Liga do Funk), Paulo César Araújo e Valesca Popozuda.
À direita, a mesmíssima coisa é dita por Rodrigo Constantino, Reinaldo Azevedo, Merval Pereira, Luciano Huck e Miriam Leitão.
Este é o "Centrão" social, cuja caraterística comum é o trânsito na mídia hegemônica.
Mas não se trata de um "centro" imparcial, porque em muitos casos o que está em jogo são interesses mercadológicos, políticos e culturais conservadores.
A degradação da música brasileira através de formas que explorem caricaturalmente as classes mais pobres, a defesa da privatização dos serviços públicos e de retrocessos trabalhistas são as causas defendidas.
A ideia é que tais coisas sejam defendidas sem o aparato do "radicalismo" ou que pautas mais conservadoras sejam empurradas até para as forças progressistas.
Não se tratam de profundas diferenças de conteúdo, embora seus pretextos pareçam opostos, à primeira vista.
Afinal, em certos casos se empurra o "popular demais" (brega-popularesco) para a aceitação dos esquerdistas, para assim transformar o povo numa massa submissa e consumista e abra caminho, por exemplo, para o avanço da desnacionalização econômica.
Usa-se o "funk" para desviar o povo pobre do foco de seus problemas fundamentais - ainda que o discurso evoque os mesmos, tendenciosamente, mas só para vinculá-los ao imaginário espetacularizado funqueiro - e permitir que as privatizações se avancem.
Os ídolos desse "centro" variam de Marcelo Freixo a Flávio Rocha, este o ultraconservador empresário da rede de lojas de roupas Riachuelo.
Esse "Centrão" tenta nivelar sua imparcialidade para baixo: agem, na verdade, como se fossem uma "frente ampla" para os retrocessos no Brasil.
Culturalmente, tentam desmontar o rico legado artístico-cultural brasileiro através de uma "cultura pop" à brasileira que só serve para mero consumismo e, quando muito, evoca de maneira caricatural e estereotipada as antigas heranças culturais populares.
Economicamente, querem desmontar o rico patrimônio natural e econômico vendendo nossas riquezas para empresas estrangeiras.
As esquerdas imaginam que o âmbito cultural do "popular demais" é solidário ao esquerdismo, mesmo nesse prisma "nem de esquerda, nem de direita". Grande engano.
A bregalização cultural, o ideal da "pobreza linda", o mito da "favela é meu lugar", age na mesma direção das pregações pelo fim da Petrobras e pela venda do pré-sal para as gigantes estrangeiras do setor petrolífero.
Não se pode ver diferença entre o "funk" que faz a cultura musical brasileira se subordinar a um ritmo da Flórida (EUA) e uma Chevron abocanhando generosas fatias das nossas reservas de pré-sal.
Com "funk" e "sertanejo", a música brasileira está se subordinando às determinações da indústria do entretenimento do Texas e da Flórida, regiões que não são o primor de progressismo nos EUA.
Mas aqui as esquerdas, tão alegremente, tão tolamente, tentam "guevarizar" os dois estilos, superestimando pequenas transgressões comportamentais.
O "Centrão" sócio-cultural, formado por "não-políticos", que transita entre o Instituto Millenium e o mainstream da mídia esquerdista, tentando influenciar o leitor de Carta Capital e Conversa Afiada (os mais visados), quer transformar o Brasil num Porto Rico.
Com o "popular demais" no lugar do rico acervo cultural e, sobretudo, musical brasileiro. Um "popular demais" que deixe nossos subúrbios cheirando a ruas, casas e edifícios portorriquenhos.
E com o "privatize já", com universidades particulares ditando o ensino superior e o "mercado" regulando, via empresas estrangeiras, a economia dos brasileiros.
Portanto, esse "novo Centrão", não necessariamente parlamentar e respaldado pela mídia hegemônica, tenta parecer imparcial sob o pretexto de defender o "novo Brasil".
Só que esse "novo Brasil" nada tem de novo. É a velha colônia retomando sua posição subordinada, desta vez em relação ao poderio dos EUA.
E, querendo fugir das polarizações esquerda-direita, o "novo Centrão" pós-golpe de 2016 quer manter uma nova polarização.
O mundo desenvolvido dos EUA e a precariedade arrumadinha do Brasil rebaixado a país dependente.
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