VEJA, QUE CRIMINALIZAVA OS MOVIMENTOS SOCIAIS, AGORA PRESTA SOLIDARIEDADE A UMA ATIVISTA SOCIAL MORTA POR CRIMINOSOS.
O chocante crime que, com nove tiros, tirou a vida da vereadora e ativista social Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, comoveu o país e, aparentemente, ultrapassou os limites ideológicos das esquerdas, da qual a vereadora do PSOL era relacionada.
Até a mídia normalmente reacionária expressou solidariedade à ativista, morta muito provavelmente por um atentado político ligado ao poder de forças policiais denunciadas pela parlamentar.
A grande mídia apenas se dividiu, em primeiro momento, quanto à motivação do crime.
Uns tentaram fazer crer que Marielle foi morta em um crime comum, supostamente um assalto no qual os bandidos não teriam roubado coisa alguma, por medo de serem filmados pelas câmeras de segurança nas ruas.
Outros seguiram a hipótese mais lógica: o crime teria sido uma execução, um atentado que seria feito por "queima de arquivo".
Afinal, Marielle Franco denunciava a opressão de policiais e milicianos dos mais diversos grupos.
Num de seus últimos discursos, Marielle denunciou policiais do 41º Batalhão da Polícia Militar, localizado entre Acari e Irajá, por abusos e homicídios cometidos.
Na prática, o 41º Batalhão tem o apetite sanguinário do DOI-CODI, embora com métodos diferentes.
Vinham de lá os policiais que abriram fogo com um grupo de jovens negros, trabalhadores e estudantes honestos, que comemoravam felizes suas conquistas passeando de carro em Costa Barros.
Sem motivo algum, os rapazes foram cruelmente assassinados, com o carro sendo alvejado com 111 tiros. Foi em 2015. Pessoas sem um mínimo antecedente criminal, jovens honestos, pessoas amigas e muito simpáticas, ceifadas dessa forma tão revoltante!
Em 2017, uma adolescente cheia de sonhos, Maria Eduarda, também foi morta no pátio de uma escola em Acari, durante uma operação do 41º BPM.
Maria Eduarda foi apenas uma das muitas crianças e dos muitos jovens ceifados pela violência policial, o que faz os observadores estrangeiros, ligados a entidades de direitos humanos, desconfiarem se esses homicídios não seriam "higienização" social.
JORNAL NACIONAL, PROPAGANDISTA MAIOR DO GOLPE POLÍTICO DE 2016, AGORA LAMENTA A MORTE DE UMA ATIVISTA QUE DENUNCIOU OS ABUSOS DA POLÍCIA MILITAR.
O jornalista do Brasil 247, Alex Solnik, sabiamente definiu o atentado contra Marielle como um ato terrorista.
O grande problema é que a grande mídia conservadora, há exatos dois anos, fez pregações pelo golpe político que condicionou a tragédia contra a jovem vereadora negra.
Criou um clima de histeria que esquentou os ânimos das forças reacionárias e até criminosas
JORNAL EXTRA, DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO, INTERPRETOU MAL UMA DECLARAÇÃO DE MARIELLE FRANCO E TENTOU MINIMIZAR A TRAGÉDIA POLÍTICA, ACOMPANHANDO A IMPRENSA POPULARESCA QUE REDUZIU O ÓBITO A UM DADO ESTATÍSTICO.
Outro problema foi a tentativa de desvio de foco.
A mídia hegemônica tentou minimizar a tragédia que atingiu Marielle e Anderson a meros dados estatísticos.
Como se as tragédias que atingiram muitos cariocas não tivessem razões político-policiais escondidas, não tivessem relação com o golpe político nem com a "higienização" movida pelas elites políticas cariocas, a quem estão ligados os policiais (e até os milicianos).
Foi uma má interpretação de uma declaração de Marielle, que dois dias antes de morrer perguntou quantas pessoas a mais morrerão para que seja feita uma ação para acabar com essa guerra.
E se o caso Marielle Franco se torna o retrato de uma decadência generalizada do Rio de Janeiro, crise de uma visão "pragmática" que prevalece há uns 25 anos no Estado, foi preciso uma tragédia ocorrer para os cariocas saírem de suas zonas de conforto.
Grandes manifestações ocorreram em várias partes do país, e o Rio de Janeiro foi uma das maiores, com um grande e poderoso protesto que lotou a Praça Floriano, na Cinelândia.
Esta manifestação é comparável à Passeata dos Cem Mil, ocorrida em junho de 1968, portanto há cerca de 50 anos, em memória a outro assassinado, o estudante e funcionário de restaurante Edson Luís de Lima Souto.
Edson, de 19 anos na época, foi morto no meio de um tiroteio entre policiais e universitários anti-ditadura. Ele não tinha envolvimento com o movimento estudantil e trabalhava no restaurante Calabouço para sobreviver por conta própria.
Houve também manifestações diante da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ).
Só que a grande mídia quer cooptar para si essas manifestações.
Quer cooptar o caso Marielle Franco e faturar em cima da tragédia.
Mas pior postura adota o presidente Michel Temer, que se disse "solidário" à vereadora morta e prometeu investigação rigorosa do crime.
Ele tenta explorar o caso como um motivo para manter a intervenção militar no Rio de Janeiro.
Grande engano. Marielle Franco foi uma crítica enérgica da intervenção militar e era uma das pessoas que viam nisso uma ameaça à segurança pública e à integridade física e social dos cidadãos mais pobres.
Usar a tragédia de Marielle Franco para defender a intervenção militar é uma grande incoerência, porque é justamente isso que a vereadora reprovava com muita firmeza.
O caso está sob investigação e já se fala não de um carro que encostou no veículo em que estava Marielle, mas em um segundo carro que deu cobertura.
Muita coisa virá neste caso que ainda vai mexer com muitas estruturas no nosso país.
O chocante crime que, com nove tiros, tirou a vida da vereadora e ativista social Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, comoveu o país e, aparentemente, ultrapassou os limites ideológicos das esquerdas, da qual a vereadora do PSOL era relacionada.
Até a mídia normalmente reacionária expressou solidariedade à ativista, morta muito provavelmente por um atentado político ligado ao poder de forças policiais denunciadas pela parlamentar.
A grande mídia apenas se dividiu, em primeiro momento, quanto à motivação do crime.
Uns tentaram fazer crer que Marielle foi morta em um crime comum, supostamente um assalto no qual os bandidos não teriam roubado coisa alguma, por medo de serem filmados pelas câmeras de segurança nas ruas.
Outros seguiram a hipótese mais lógica: o crime teria sido uma execução, um atentado que seria feito por "queima de arquivo".
Afinal, Marielle Franco denunciava a opressão de policiais e milicianos dos mais diversos grupos.
Num de seus últimos discursos, Marielle denunciou policiais do 41º Batalhão da Polícia Militar, localizado entre Acari e Irajá, por abusos e homicídios cometidos.
Na prática, o 41º Batalhão tem o apetite sanguinário do DOI-CODI, embora com métodos diferentes.
Vinham de lá os policiais que abriram fogo com um grupo de jovens negros, trabalhadores e estudantes honestos, que comemoravam felizes suas conquistas passeando de carro em Costa Barros.
Sem motivo algum, os rapazes foram cruelmente assassinados, com o carro sendo alvejado com 111 tiros. Foi em 2015. Pessoas sem um mínimo antecedente criminal, jovens honestos, pessoas amigas e muito simpáticas, ceifadas dessa forma tão revoltante!
Em 2017, uma adolescente cheia de sonhos, Maria Eduarda, também foi morta no pátio de uma escola em Acari, durante uma operação do 41º BPM.
Maria Eduarda foi apenas uma das muitas crianças e dos muitos jovens ceifados pela violência policial, o que faz os observadores estrangeiros, ligados a entidades de direitos humanos, desconfiarem se esses homicídios não seriam "higienização" social.
JORNAL NACIONAL, PROPAGANDISTA MAIOR DO GOLPE POLÍTICO DE 2016, AGORA LAMENTA A MORTE DE UMA ATIVISTA QUE DENUNCIOU OS ABUSOS DA POLÍCIA MILITAR.
O jornalista do Brasil 247, Alex Solnik, sabiamente definiu o atentado contra Marielle como um ato terrorista.
O grande problema é que a grande mídia conservadora, há exatos dois anos, fez pregações pelo golpe político que condicionou a tragédia contra a jovem vereadora negra.
Criou um clima de histeria que esquentou os ânimos das forças reacionárias e até criminosas
JORNAL EXTRA, DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO, INTERPRETOU MAL UMA DECLARAÇÃO DE MARIELLE FRANCO E TENTOU MINIMIZAR A TRAGÉDIA POLÍTICA, ACOMPANHANDO A IMPRENSA POPULARESCA QUE REDUZIU O ÓBITO A UM DADO ESTATÍSTICO.
Outro problema foi a tentativa de desvio de foco.
A mídia hegemônica tentou minimizar a tragédia que atingiu Marielle e Anderson a meros dados estatísticos.
Como se as tragédias que atingiram muitos cariocas não tivessem razões político-policiais escondidas, não tivessem relação com o golpe político nem com a "higienização" movida pelas elites políticas cariocas, a quem estão ligados os policiais (e até os milicianos).
Foi uma má interpretação de uma declaração de Marielle, que dois dias antes de morrer perguntou quantas pessoas a mais morrerão para que seja feita uma ação para acabar com essa guerra.
E se o caso Marielle Franco se torna o retrato de uma decadência generalizada do Rio de Janeiro, crise de uma visão "pragmática" que prevalece há uns 25 anos no Estado, foi preciso uma tragédia ocorrer para os cariocas saírem de suas zonas de conforto.
Grandes manifestações ocorreram em várias partes do país, e o Rio de Janeiro foi uma das maiores, com um grande e poderoso protesto que lotou a Praça Floriano, na Cinelândia.
Esta manifestação é comparável à Passeata dos Cem Mil, ocorrida em junho de 1968, portanto há cerca de 50 anos, em memória a outro assassinado, o estudante e funcionário de restaurante Edson Luís de Lima Souto.
Edson, de 19 anos na época, foi morto no meio de um tiroteio entre policiais e universitários anti-ditadura. Ele não tinha envolvimento com o movimento estudantil e trabalhava no restaurante Calabouço para sobreviver por conta própria.
Houve também manifestações diante da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ).
Só que a grande mídia quer cooptar para si essas manifestações.
Quer cooptar o caso Marielle Franco e faturar em cima da tragédia.
Mas pior postura adota o presidente Michel Temer, que se disse "solidário" à vereadora morta e prometeu investigação rigorosa do crime.
Ele tenta explorar o caso como um motivo para manter a intervenção militar no Rio de Janeiro.
Grande engano. Marielle Franco foi uma crítica enérgica da intervenção militar e era uma das pessoas que viam nisso uma ameaça à segurança pública e à integridade física e social dos cidadãos mais pobres.
Usar a tragédia de Marielle Franco para defender a intervenção militar é uma grande incoerência, porque é justamente isso que a vereadora reprovava com muita firmeza.
O caso está sob investigação e já se fala não de um carro que encostou no veículo em que estava Marielle, mas em um segundo carro que deu cobertura.
Muita coisa virá neste caso que ainda vai mexer com muitas estruturas no nosso país.
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