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EMPRESÁRIOS INVESTEM PARA SEGURAR "FAVORITISMO" DE JAIR BOLSONARO


FLÁVIO ROCHA, DA RIACHUELO, E SEBASTIÃO BONFIM, DA CENTAURO, ESTARIAM PAGANDO INSTITUTOS DE PESQUISA PARA EVITAR DECADÊNCIA DE BOLSONARO.

O "favoritismo" de Jair Bolsonaro começa a ter um gosto de fake news.

Sua atuação desastrosa em debates e eventos diversos poderia fazê-lo cair nas pesquisas, a ponto de começar a perder a vantagem dupla que, em tese, possui.

Sabe-se que Bolsonaro é "segundo colocado" nas pesquisas de intenção de voto, num cenário com Lula, e "primeiro" num cenário sem o ex-presidente na corrida presidencial.

Isso era para ter começado a terminar, mas aparentemente se consolida e se mantém firme e forte.

Pesquisas da CNT e MDA mantém Bolsonaro em vantagem, depois de Lula, em torno de 18% e 20%.

Algumas projeções ainda atribuem Bolsonaro com 26%. E, supostamente, lhe garantem vitória num cenário eleitoral com Lula.

Fala-se apenas no crescimento de Lula e seu vice Fernando Haddad, que passa a ser titular se o ex-presidente for banido da campanha presidencial.

Mas não fala do crescimento de Geraldo Alckmin e Marina Silva, que, embora bastante conservadores, parecem mais confiáveis para seu público do que o temperamental Bolsonaro.

É possível que as pesquisas divulgadas nos últimos dias ainda sejam reflexo do primeiro debate da TV Bandeirantes, no qual Bolsonaro parecia "mais contido".

Mesmo assim, supõe-se que o "mito" pudesse ver seu "favoritismo" eleitoral lhe escapar pelas mãos.

Só que não. Aparentemente, Bolsonaro "segue firme" na vice-liderança ou na liderança, segundo as pesquisas de intenção de votos.

O blogueiro do G1, Hélio Gurovitz, até se jogou sobre a plateia, dizendo que Bolsonaro "cresce" em "vários segmentos sociais". Gurovitz mais parece um garoto-propaganda acidental do bolsonarismo, tal sua empolgação com o crescimento do "mito".

É surreal a ascensão de um candidato de extrema-direita, que só quer transformar o Brasil num quartel, sem inspirar confiabilidade alguma, mesmo no eleitorado conservador.

Mas não é difícil entender as razões.

Dois empresários das maiores redes de lojas do país estariam investindo para segurar o "mito" nas pesquisas eleitorais.

Sebastião Bonfim, da rede de lojas de material esportivo Centauro, e Flávio Rocha, da rede de lojas de roupas Riachuelo, assumiram seu apoio a Bolsonaro.

Flávio chegou a ser anunciado candidato à Presidência da República, mas desistiu e hoje apoia o "mito".

Juntos, os dois empresários, mais outros solidários à causa, estão patrocinando horrores e fazendo lobby para evitar que o "mito" caia nas pesquisas.

Não existem razões, mesmo em pior hipótese, para que Bolsonaro mantivesse seu "favoritismo".

Antes de ocorrer os debates, isso fazia sentido, porque não havia exposição de ideias dos candidatos.

Hoje tem. E nelas Jair Bolsonaro é o que se sai pior, e ele anda se retratando o tempo todo depois de apresentar posições bastante retrógradas.

Ele se retratou quanto ao machismo, ao racismo, à homofobia e, recentemente, à saída do Brasil da ONU. Daqui a pouco ele vai desmentir até que vá privatizar a Petrobras.

Ele é do tipo morde-e-assopra, e não inspira confiabilidade sequer na direita mais histérica, que admite que terá tudo a perder com Bolsonaro no poder.

Isso só traz insegurança ao eleitorado. E mostra o quanto Bolsonaro é precipitado, tendo que pedir desculpas depois. E ele ainda é réu no processo que envolveu apologia ao estupro e agressões verbais à deputada Maria do Rosário, do PT.



No fundo, o "favoritismo" de Jair Bolsonaro, com a licença do trocadilho, não passa de mito.

Na verdade, ele não alcança mais do que 5% do eleitorado.

Digamos que sua média de "vantagem eleitoral", entre 18% e 26%, seja de 22%.

Desses 22%, só 5% são realmente fiéis a Jair Bolsonaro e seus familiares. Os demais são mero "efeito manada".

Não se imagina que um favoritismo tão persistente envolva uma figura como Jair Bolsonaro, um perigo tanto para as classes trabalhadoras quanto para as empresariais.

Não há como crer que a sociedade conservadora seja tão sórdida a ponto de preferir um aventureiro que pode botar tudo a perder à esquerda e à direita, como Bolsonaro, do que um guardião do conservadorismo como o retrógrado, porém disciplinado, Geraldo Alckmin.

Além disso, tivemos experiências desastrosas com candidatos que tiveram o mesmo apelo populista de Bolsonaro, Jânio Quadros e Fernando Collor.

Provavelmente, será mais um governo ceifado pela metade, quando Jair Bolsonaro começar a agir por puro personalismo.

Jair é temperamental, não tem firmeza de palavra nem de atos, pode agir sem controle e até mesmo contra aqueles que votaram nele.

Nem a presença de um economista neoliberal, Paulo Guedes, tranquilizará o mercado.

Guedes é, praticamente, uma subcelebridade da Economia, com mais fama do que credibilidade.

Que a sociedade reaça quer destruir o Brasil, é verdade, mas não creio que ela queira o "golpe disfarçado de voto" de Bolsonaro numa sanha autodestrutiva.

Daqui a pouco vamos ver o "castelo de areia" construído com o mito Bolsonaro se dissolvendo à primeira onda.

O segundo debate da Rede TV! ainda não refletiu nas pesquisas recentes, e o Bolsonaro da colinha e da dura bronca de Marina Silva.

Talvez ele se reflita nas próximas pesquisas, e, depois, novos desastres do "mito" em futuros debates.

Ainda virá a propaganda eleitoral que mostrará o que dizem os candidatos.

Se até lá o "favoritismo" de Jair Bolsonaro ficar de pé, é fake news.

A não ser que os robôs também tenham conquistado direito de voto e registro de eleitor e eu não sabia.

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