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ASSOCIAÇÃO DE EMPRESAS ALEMÃS ALERTA SOBRE PERIGO DE BOLSONARO

A VOLKSWAGEN É UMA DAS EMPRESAS ALEMÃS INSTALADAS NO BRASIL. NA FOTO, FROTA DE KOMBIS RECÉM-FABRICADAS.

Um alerta foi dado pela Associação de Acionistas Éticos da Alemanha, que envolve empresários comprometidos com a responsabilidade social no país.

Eles estão preocupados com o "fenômeno" Jair Bolsonaro que, de alguma forma, cresce no Brasil (ainda que à mercê de robôs, valentões, algoritmos e compra de pesquisas eleitorais).

A associação (Dachverband der Kritischen Aktionärinnen und Aktionäre, em alemão) pede para as empresas alemãs instaladas no Brasil a não financiarem um possível governo Bolsonaro.

A Alemanha, sabemos, já teve experiência semelhante à que ameaça o Brasil nos próximos meses.

A reportagem completa está disponível em inglês e revela uma grave preocupação.

O exterior anda preocupado com os rumos do fascismo no Brasil e, o que é pior, no isolamento arrogante daqueles que conquistaram o poder no golpe político de 2016.

A visão umbiguista, trazida pela mídia venal e pelos ambientes reacionários nas redes sociais, insiste em fazer crer que o Brasil está "em ordem" e que apenas os retrocessos de ordem político-econômica, do desmonte de direitos trabalhistas à venda de nossas riquezas, irá fazer o país "crescer".

Ontem mesmo o Judiciário, de costas aos trabalhadores, aprovaram em votação por 7 a 4 no Supremo Tribunal Federal, a terceirização generalizada, que é liberada amplamente para atividades-fim, quando deveria ser apenas para atividades-meio.

Votaram a favor da terceirização: Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Carmen Lúcia e Celso de Mello.

Quem votou contra: Luís Edson Fachin, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello.

Isso é um reflexo dos tempos sombrios em que vivemos.

Há uma parcela da sociedade com sede de sangue, querendo higienismo social, perda da soberania, fim dos direitos, freio às transformações sociais.

O exterior vê isso com aflição. E isso quando a ONU é desrespeitada pela plutocracia brasileira por conta de sua recomendação para Lula ser liberado para candidatura e campanha presidenciais.

A situação anda calamitosa, mas, aparentemente, as empresas alemãs instaladas no Brasil, segundo a reportagem do Deutsche Welle, como a Volkswagen, a Mercedes-Benz e a Siemens, apenas afirmaram que trabalham de acordo com a legalidade e a democracia.

Não houve ainda um parecer oficial de repúdio a Jair Bolsonaro e seu projeto fascista que ameaça o país.

Um dos membros da Associação dos Acionistas Éticos da Alemanha, Christian Russau, manifestou sua perplexidade diante da situação.

"É inacreditável: parece que os empresários estão preocupados apenas com negócios e lucros e sem interesse em valores democráticos e respeito pelas minorias. Não se deve tratar levemente a democracia e a ditadura; Ninguém pode fingir que não viu nada e permitir que tais eventos aconteçam. Caso contrário, nos encontraremos de repente em uma era pré-fascista", disse.

A coisa está tão preocupante que, nas redes sociais, a "bolha" dos algoritmos, dos robôs e das identidades fake dos reacionários da Internet manipula os dados de forma a impor seus pontos de vista como "verdades absolutas", provocando o efeito manada entre seus pares.

Pior: há pessoas que são forçadas, nas redes sociais, a apoiar Bolsonaro. Há internautas recebendo ameaças e chantagens se não aderir à ciranda de respaldo ao "mito".

O Brasil está perto de viver seu pesadelo político, embora Renato Meirelles, presidente do instituto de pesquisa Locomotiva, em entrevista ao El País, tenha tranquilizado as pessoas ao afirmar que Bolsonaro não chegará ao segundo turno.

Segundo ele, a televisão trará o diferencial de campanha e Bolsonaro não terá fôlego para reagir além dos limites das redes sociais.

Espera-se, ao menos, que a propaganda da televisão, que hoje se inicia, comece a trazer esse diferencial. Pelo menos para evitar que o golpe político vá longe demais.

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